Apresentação

Pra quem acredita que a lua-de-mel não acaba quando voltamos da viagem...

domingo, 20 de dezembro de 2020

Chiara: aquela que ilumina

 Já faz mais de um ano que não escrevo por aqui. Muitas pessoas me pedem pra voltar com o blog e eu prometi que tentaria fazer posts com mais frequência. Percebe-se que falhei completamente nessa tarefa.

Hoje quero contar um pouco sobre a minha 2ª gestação.





Como vocês já sabem, eu tenho um filho que nasceu em 2017 (você pode ler mais sobre isso aqui). Em 2019 eu tive um aborto espontâneo (e você pode ler mais sobre isso aqui). Ainda em 2019 eu engravidei novamente. Descobri no dia 18 de outubro de 2019.

É engraçado como as coisas mudam depois de algumas experiências. Aquele ditado antigo diz que "o primeiro filho é de vidro, o segundo é de borracha e o terceiro é de ferro" deve ter alguma veracidade.

Quando descobri a 1ª gestação, peguei um body (que já estava guardado há mais de um ano), coloquei em uma caixa de presente junto com o teste de gravidez e um cartão que dizia "Papai, aqui dentro batem 2 corações por você" (ou algo do tipo, que já não me lembro bem). Lembro de ter feito o teste de gravidez no 1º dia de atraso.

Na minha 2ª gestação (a do aborto), mandei fazer uma camiseta pro Giovanni, com vários escritos sobre irmão mais velho. Chegamos em casa e surpreendemos o papai com a camiseta. Fiz o teste após 2 dias de atraso.

Na 3ª gestação, fiz o teste após 5 dias de atraso, sem saber se queria mesmo um positivo ou não. Com medo de perder um bebê novamente. Quando vi as duas listras não sabia nem o que pensar. Era uma sexta-feira. Fellipe chegou do trabalho, preparamos o lanche, fizemos o culto de pôr-do-sol. Na hora de dar banho no Giovanni, eu disse pro Fellipe: Ah, queria te falar uma coisa... tô grávida de novo.

Acho que a cabeça dele "bugou". Sem surpresas, sem cartões, do nada... ele sorriu, me abraçou e disse: Mas você tá feliz?

Eu respondi: Acho que sim, mas não quero me animar... vai que eu perco de novo.

Ainda bem que a gestação foi tranquila, sem intercorrências. A Chiara foi meu bebê arco-íris, aquele que vem depois de uma tempestade. Essa nomenclatura carinhosa é dada aos bebês que nascem após uma perda gestacional ou neonatal. Simbolizando que existe beleza e esperança depois da tempestade e, pra mim, também simboliza que Deus não se esqueceu de nós, firmou uma aliança e não permitirá que tudo seja destruído novamente em outra tempestade. Ela foi meu arco-íris. No meu coração eu tinha certeza que era uma menina. Assim como eu tinha certeza, na 1ª gestação, de que era um menino. Acertei. O nome já tínhamos: Chiara -  aquela que ilumina. 

Eu não sabia, mas ela era tudo o que eu precisava pra aguentar o ano de 2020.  Nossa menina maravilhosa. Mas isso é assunto pra outro post.

A gente não contava que na metade da gestação viria uma pandemia. Que eu não teria foto com meus pais segurando minha barriga, que teria que fazer o enxoval online e que o chá de bebe seria uma CHARREATA, graças às minhas amigas maravilhosas que organizaram tudo com minha mãe.

Falei pro Meu Bem que não podemos ter mais filhos. No 1º foi desemprego, no 2º foi um aborto, no 3º uma pandemia. Se eu engravidar de novo pode ter outro dilúvio na Terra, ou a 3ª guerra mundial, ou algo do tipo.

Esse post certamente não foi tão emotivo quanto o post sobre minhas outras gestações. Mas eu creio que foi pra isso que a Chiara veio também, pra me fazer mais forte, pra me fazer enxergar as coisas com outros olhos, pra trazer calmaria e paz pro meu coração. Se vocês soubessem o poder que o sorriso dela tem sobre o meu dia, entenderiam que ela é realmente como o nome diz, aquela que ilumina.

Mais um capítulo para nossa vida. Éramos um, nos casamos e nos tornamos dois. Hoje somos quatro. Ela era o pedaço que faltava para completar nossa família. 

Ao longo do caminho vamos adicionando bagagem na nossa viagem rumo às bodas de ouro. Algumas bagagens são pesadas e difíceis de carregar. Outras são leves e a gente se orgulha de segurar. Sabe quando a gente passa na frente daquela loja de malas de viagem e vê aquela mala elegante, com rodinhas que giram em 360º e acha que essa mala é o que faltava na sua viagem? A gente arruma essa mala com gosto, dobra cada peça de roupa e dentro dela fica tudo organizado. A gente pega essa mala e desfila no aeroporto, com óculos de sol se achando a blogueira e faz até pose de aerolook com a mala nova. Assim foi a Chiara na nossa vida. Ela foi a bagagem que eu sonhei, que tenho orgulho em carregar, que orna com todo o resto da viagem, que torna a viagem mais bonita. É a bagagem que nos faz querer deixar tudo organizado aqui dentro. Nada fora do lugar. Se a viagem fica turbulenta, eu olho pra ela e penso: vai valer a pena. E junto com Meu Bem, adicionamos mais uma bagagem na nossa vida. Provavelmente uma das mais leves, uma das que traz mais paz. Aquela que ilumina.