Apresentação

Pra quem acredita que a lua-de-mel não acaba quando voltamos da viagem...

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Não um "adeus", mas um "até logo"

Há quase 2 anos atrás eu iniciei esse blog com o desejo de mostrar que a vida no matrimônio poderia ser muito feliz. Eu quis mostrar que podemos continuar vivendo em lua-de-mel mesmo depois de muito tempo de casamento. Que não existe casamento fracassado para o casal que se dedica em fazer o outro feliz.

Nesses 2 anos de blog e 3 anos do meu casamento eu vivi experiências lindas. Quanta pessoas pude conhece através das histórias que são contadas aqui e quantos testemunhos lindos tenho recebido ao longo do tempo.

Eu realmente acredito que o blog tem sido instrumento de Deus na vida de muitas pessoas e fico feliz que o objetivo tem sido ao alcançando nesse tempo.

Como vocês sabem, recentemente eu e Meu Bem ganhamos um presente de Deus, que é nosso filho. E a vida tem se tornado um pouco corrida após esse acontecimento. Decidi, com muita dor no coração, dar uma pausa no blog.

O blog é escrito por mim e pelo meu cunhado, Thiago. E, mesmo postando uma vez por semana, toda sexta-feira, tem sido difícil conciliar todas as atividades para manter o blog.

Por isso decidi dar uma pausa. Não deixaremos de escrever, mas o faremos com menos frequência, porque se for para manter semanalmente, mas com pouca qualidade ou passarmos alguma semana sem postar enquanto vocês esperam por isso, é melhor não fazer. Queremos continuar escrevendo, mas de acordo com nossas experiências, no tempo que nos for permitido.

Hoje será o último post de uma sequência de posts semanais. Para encerrar, eu gostaria de falar de uma experiência marcante para mim.



Essa experiência aconteceu antes de começar a namorar com o Meu Bem. Certo dia, num sábado, fui à igreja vestindo um vestido azul. Participamos das atividades da igreja normalmente e, ao final daquela manhã, ele veio conversar comigo e disse: "Você fica bonita de azul!"

A partir daquele dia azul se tornou minha cor preferida. Foi o primeiro elogio que ele me fez. Foi a primeira vez que eu tive certeza que ele sentia algo por mim. Foi um momento especial e significativo para mim.

Recentemente o Meu Bem chegou do trabalho e nosso filho estava vestindo uma roupa azul. E foi quando Meu Bem disse: "Filho, como você fica lindo de azul!".

Nós nos olhamos, sorrimos e entendemos muito bem o significado daquilo pra nós. Lembramos de um momento lindo, em que descobríamos o amor um pelo outro. E agora descobríamos o amor por um novo ser, alguém com um pouquinho de cada um de nós.

Esse vestido azul já não é um modelo que eu usaria novamente e também já não é mais um vestido novo. Fazem mais de 5 anos que eu o tenho. Mas eu simplesmente não consigo me desfazer dele. Ele nunca está nas caixas de doação, nunca está na pilha das roupas que não servem mais. 

Ele está guardado nas recordações que não quero esquecer, porque quando eu olho pra ele eu me lembro do amor iniciante, ingênuo e eufórico de nós dois. Eu me lembro do sentimento de quem não imaginava tudo o que viria pela frente. Eu me lembro do amor romantizado que nós idealizamos e de como ele tem se tornado num amor maduro, por tudo o que temos vivido ao longo desses anos. 

O vestido azul me faz querer viver esse amor ingênuo todos os dias e, ao mesmo tempo, me faz querer encarar nossa realidade com um novo tipo de amor. 

Quando o Meu Bem me diz que eu continuo bonita de azul é um pedaço do nosso romance que se mantém eufórico e é uma lembrança de que a cada ano vou encarar esse elogio de uma forma diferente, sempre melhor, sempre com mais amor.

E você? O que faz você querer reviver todos os momentos do seu namoro com seu cônjuge e ao mesmo tempo te faz admirar o relacionamento que vivem hoje?

Não deixe morrer aquilo que te fez se apaixonar. E não deixe de se apaixonar por aquilo que vocês se tornaram hoje. Lembre-se que o hoje é um retrato de todos os anos que vocês tem vivido juntos.

E assim seguimos rumo às bodas de ouro.

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Chocolate com laranja

Essa semana eu e o Meu Bem completamos 5 anos de namoro. Começamos a namorar após algumas semanas de conversas intensas pelo celular. Até que resolvemos sair juntos, só nós dois.



Há 5 anos atrás estávamos numa sorveteria. Eu não me lembro qual sorvete ele tomou. Mas eu tomei um de chocolate com laranja. Eu adoro esse sabor e ele sabe disso até hoje.

Meu aniversário é 15 dias após o início do nosso namoro. Naquele ano era pouquíssimo tempo pro Meu Bem planejar alguma coisa pra essa data. Ainda mais porque naquele ano meu aniversário foi repleto de eventos do trabalho. Às 7h eu já estava numa reunião de professoras de alfabetização. À tarde eu estava dando aula. À noite teve um evento das escolas, lançando as matrículas do ano seguinte. Meu primeiro aniversário namorando o Meu Bem seria sem o Meu Bem.

Mas eu não podia imaginar que ele não deixaria passar em branco. Logo de manhã, no local aonde estava acontecendo a reunião de professoras, eu recebi flores e um bolo enorme pra dividir com minhas colegas. Era um bolo de chocolate com laranja que ele e minha sogra fizeram para mim.

À noite, quando o evento estava acabando, Meu Bem foi me buscar, assim poderíamos passar um tempo juntos. Ele me entregou, então, um presente. Ele me deu um livro do Ziraldo - Uma professora muito maluquinha. Havia acabado de acontecer a Bienal do Livro em São Paulo, e o Meu Bem ficou algumas boas horas na fila pra conseguir o autógrafo do Ziraldo no livro, porém, na vez dele, o Ziraldo resolveu ir embora e ficamos sem o autógrafo hahahaha. Não tem problema. Eu amei o presente da mesma forma.

Incrível como essas duas situações ficaram tão marcadas pra mim. Não apenas por ele ter dedicado seu tempo pra fazer algo que eu gostasse, mas principalmente pelo fato de ele ter prestado atenção nos meus gostos em tão pouco tempo. O sabor do bolo (que era o mesmo do sorvete que eu tomei apenas uma vez na frente dele) e o meu gosto por leitura foram notados de imediato. E isso ficou marcado pra mim.

O tempo foi passando e outras coisas boas, lindas e românticas também aconteceram. 
Não somente isso. As coisas ruins, as desavenças e os momentos difíceis também.

Hoje, casados há quase 3 anos, com um filho recém nascido, as prioridades mudaram. Muita coisa mudou. E eu poderia estar me lamentando pela quantidade de meses que eu não recebi flores ou porque não temos mais tomado sorvete juntos. Mas, no meu olhar, tudo realmente mudou. Hoje damos valor também às necessidades emocionais, físicas e espirituais um do outro.

Enquanto eu amamento meu filho eu vejo que o Meu Bem está lavando aquela louça que sobrou do jantar. E, enquanto eu tiro uma soneca, eu percebo que ele passou seu dia livre preparando leite de amêndoas (porque não estou podendo tomar leite e nem comer seu derivados por alguns meses). 
Quando ele segura o nenê que está com cólica pra eu poder, simplesmente, encostar a cabeça no travesseiro por alguns minutos, ou quando ele prepara meu café da manhã... dessa forma eu percebo que ele continua prestando atenção, não mais nos meus gostos, mas principalmente nas minhas necessidades.

O bolo de chocolate com laranja, o sorvete no meio da semana, as flores "só porque é quarta-feira", tudo isso vai voltar a acontecer. Mas, por enquanto, prioridades. E feliz é o casal que sabe priorizar a necessidade do outro.  

Essa semana eu só tenho a agradecer porque fazem 5 anos que tenho um companheiro sempre disposto a prestar atenção naquilo que eu preciso.


sexta-feira, 25 de agosto de 2017

O Aconchego de Casa

Recentemente a Dona Moça e eu começamos (mais) uma dieta, naquele eterno espírito do "agora vai" que acompanha qualquer dieta que se preze. No final de semana, numa das etapas dessa dieta, tínhamos que beber suco. Aqueles sucos de legumes com verdura e frutas, tudo misturado. Tinha tanto suco com salsão que eu nunca mais quero ver um talo de salsão na minha frente (até a próxima coxinha de frango do Outback). 

Passamos o sábado com essa dieta líquida na casa dos meus pais. Passamos a tarde juntos (tirando um período de cochilo coletivo) e fomos embora à noite. No caminho de volta para casa, ficamos conversando sobre o que tínhamos que mudar na nossa alimentação para termos mais saúde, disposição e todos os outros objetivos de uma reeducação alimentar. Até que chegamos num ponto de discórdia. Nesse momento um dos meus maiores defeitos (ou o maior) aflorou: Eu sempre tenho que estar certo.

Não só sempre tenho que estar certo como tenho que mostrar pra todo mundo que estou certo. Inclusive estou lendo um livro novo, que comprei julgando apenas seu título: O Poder do Pensamento Matemático: A Ciência de Como Não Estar Errado. Aliado à essa minha caraterística, estava o mau humor típico de dietas, o qual creio que a Dona Moça compartilhava comigo naquele momento. A cada ponto de discórdia e a cada frase mal entendida, minha irritação foi aumentando, até que fiquei muito nervoso e usei da minha melhor arma verbal: o sarcasmo.

Todo mundo que me conhece minimamente sabe que sou irônico e sarcástico. É algo bem natural para mim brincar e fazer piadinhas usando esses recursos, mas só quem me conhece além do minimamente sabe como eu sei usar essa característica para o mal. E sem nenhuma modéstia, até porque isso não é motivo de orgulho, eu sou muito bom em fazer isso.

Na hora que eu soltei minha acidez verbal no meio da discussão, foi que virou uma briga. Ficamos um bom tempo em silêncio dentro do carro, até chegarmos em casa. Descarregamos algumas compras, guardamos tudo, subimos as escadas. Em silêncio. Fomos fazer coisas em cômodos separados. O silêncio que existia era quase fúnebre.

Durante todo esse tempo de silêncio, eu fiquei pensando no ocorrido. Percebi que, para mim, usar de ironia na hora da discussão é algo normal. É quase que um requisito de sobrevivência dentro da minha família materna. Só que para Dona Moça não funciona assim. Ela nunca conviveu com isso, então minha acidez é extremamente ofensiva pra ela. Ao chegar a essa conclusão, eu esperei.

Esperei por uns cinco ou seis minutos, até a Dona Moça vir. Eu tenho percebido um padrão em todas as vezes que a discussão fica mais séria entre a gente: Não importa o quão nervosos nós fiquemos, tudo se resolve na hora em que paramos pra conversar. Talvez seja o tempo que esfriou a cabeça, talvez seja uma interpretação melhor do que foi dito... Numa análise mais profunda, talvez seja até porque, estando em casa, nos sentimos seguros para expor qualquer sentimento. É um local de total conforto e cumplicidade. Dona Moça chegou, conversamos, expusemos nossas opiniões e nos entendemos. 

Não acho que todo casal deva ter um local para resolver problemas, mas todo mundo tem que resolver seus problemas. Também não acho que a minha casa é um local mágico para alinhar meus pensamentos aos da Dona Moça. O que eu sei é que enquanto há vontade de se entender e esforço para que isso aconteça, mil brigas nunca serão o suficiente para destruir o que foi construído num relacionamento. 

A grande conclusão de tudo isso é que eu posso estar errado, eu posso falhar: a Dona Moça sempre vai querer resolver tudo comigo. E é claro: o aconchego de casa sempre vai ajudar a resolver qualquer briga.

1 Amplexo.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Consistência

Ontem nosso filho completou seu primeiro mês de vida. Muitas pessoas disseram pra nós que o primeiro mês era muito difícil e muito intenso. Realmente foi muito intenso: cheio de emoções, conhecendo coisas novas, se apaixonando pelo nosso filho e um pelo outro cada vez mais. Tivemos dias difíceis? Sim. Alguns dias o nenê chorou demais e demoramos pra descobrir o motivo, alguns dias ele não queria dormir e tínhamos outras atividades pra fazer que ficaram na espera, alguns dias ficamos incomodados com os pitacos e a dificuldade de conseguir fazer as coisas do nosso jeito... mas no geral, não foi um mês difícil. Intenso sim, difícil não.



Não, nós não somos perfeitos. Temos tantos defeitos que às vezes precisamos respirar fundo pra evitar uma discussão. Não, nosso filho não é perfeito. Ele é um nenê calmo e a rotina que estamos criando com ele tem nos ajudado muito. Mas desde já ele conseguiu deixar a gente de cabelo em pé algumas vezes. 

Acontece que não é sobre ter uma família perfeita, porque ninguém tem. Também não é sobre pensar positivo e só enxergar o lado bom das coisas, porque às vezes não existirão lados bons. É sobre ter segurança. Ter segurança sobre as suas escolhas para você e sua família. Segurança nas pessoas que vivem com você.

Recentemente um vídeo curtinho rodou as redes sociais. Era um rapaz falando sobre relacionamentos. Ele disse o seguinte no seu vídeo:

"Ela não se apaixonou por você porque você se lembrou do aniversário dela e porque traz flores no dia dos namorados. Ela se apaixonou por você porque quando você acordou nessa manhã, você disse 'bom dia' para ela antes de olhar seu telefone. Ela se apaixonou por você porque quando você foi a geladeira pegar algo para beber, você trouxe algo pra ela sem ela pedir. Ela se apaixonou porque quando você teve um dia maravilhoso no trabalho e ela teve um dia horrível no trabalho você não disse 'sim, sim, mas deixa eu te contar sobre o MEU dia'. Você sentou e ouviu sobre o dia horrível dela e não disse nada sobre o seu dia maravilhoso. É por isso que ela se apaixonou por você. Não posso dizer exatamente o dia que foi. Não foi uma coisa em particular, mas sim um acúmulo de pequenas coisas. Ela acordou em um dia e, como se apertasse um botão, ela descobre: 'eu o amo'. O mesmo vale para outros relacionamentos. Não se trata dos eventos. Não se trata da intensidade. É sobre consistência."

Consistência, segundo o dicionário, é um estado ou caráter daquilo que tem coerência, credibilidade, estabilidade, segurança. E, para mim, assim é a minha família. Eu e o Meu Bem construímos ao longo do tempo uma relação cheia de segurança e estabilidade emocional ao ponto que poucas situações seriam capazes de abalar essa estrutura. Isso não torna as coisas menos difíceis e nem evita as tristezas e problemas da vida. Mas isso muda a nossa forma de reagir à essas situações.

É essa consistência que me faz ter a certeza de que, se algo está me incomodando eu posso falar sem medo de gerar uma discussão ou de afastar meu esposo de mim. Por causa dessa consistência nós podemos confessar nossos erros sabendo que eles não serão motivo de discórdia numa nova discussão, porque serão perdoados e esquecidos. Por essa consistência que a intensidade do primeiro mês com um nenê não afetou nosso juízo, permitindo que fôssemos porto seguro um para o outro e que cada um tivesse sua individualidade também. Essa consistência nos permitiu errar sem julgamentos nesse primeiro mês como pais. Nos permitiu "exigir" um pouco mais do outro quando a situação estava muito difícil. 

Eu desejo essa consistência para o resto de nossa vida. Porque ela é que nos permite amar sem medo e nos entregar dentro de um casamento cheio de defeitos, mas com a vontade de sermos melhores um para o outro e, agora, também para nosso filho.

E para você eu desejo que seus relacionamentos sejam recheados de segurança e consistência. Só assim conseguiremos ser pessoas melhores para nós e para os outros.  


sexta-feira, 11 de agosto de 2017

"Felizes Como Vocês"

Eu já perdi as contas em quantos casamentos eu fui depois que comecei a namorar com a Dona Moça. A família dela é enorme (não que a minha seja pequena) e parece que um monte de gente quis casar dentro de um curto período de tempo. Não entendam isso como uma reclamação, de forma alguma! Eu gosto muito de ir a casamentos e participar da felicidade das pessoas que estão a unir suas vidas.

Esse final de semana nós fomos a um outro casamento. Dessa vez, não foi de nenhum familiar da Dona Moça. Dessa vez os noivos foram o Renan e a Roberta, sobre quem já falei nesse outro post

A Roberta é uma grande amiga minha. Sabe o tipo de amigo que fala as verdades? Aquelas que você precisa ouvir para crescer? Então, essa é ela. Estudamos juntos na faculdade desde o começo do período específico do curso (para quem não sabe, o curso de engenharia tem um período básico no início, depois especificamos o segmento), mas foi só mais para frente no curso em que realmente nos tornamos amigos. Durante a faculdade ainda, conheci o Renan numa das saídas da galera. Por ser alguém de quem minha amiga gostava e que gostava dela de volta, sempre gostei dele também.

Chegamos à igreja onde foi o casamento, no sábado à tarde. Dona Moça e eu encontramos um casal de amigos nossos e ficamos conversando do lado de fora, esperando a missa acabar para o casamento começar. Assim que deu, entramos na igreja pois estava uma friaca indescritível do lado de fora. Passado um tempo, foram dadas as instruções aos padrinhos quanto à entrada e o casamento começou.

Como em todos os casamentos que eu fui que aconteceram em igreja católica, os padrinhos ficam na plataforma, atrás do padre, olhando os noivos de frente durante a cerimônia. Embora essa posição permitiu que acompanhássemos a cerimônia de um bom ângulo, me fez perder a minha parte favorita em casamentos: Olhar a cara de besta do noivo enquanto sua amada entra. Mas, fazer o que? Nada pode ser perfeito.

O casamento foi lindo, as músicas escolhidas foram sensacionais (gente, os padrinhos entraram com o tema dos Vingadores e o pajem ao som de 007!) e, pra coroar toda a cerimônia, a Roberta cantou uma música maravilhosa ao final da cerimônia, e ela cantando é um absurdo.

Na hora dos cumprimentos aos noivos, esperamos nossa vez de abraçá-los. Quando chegamos na frente dos recém casados, escuto da noiva "Ai meu Deus! Vocês vão me fazer chorar! Estou tão feliz de ter vocês aqui! Amo tanto vocês!". Eu achei até engraçado essa fala. A Roberta não é lá muito de chorar. Nem quando ela cantou a voz pareceu embargar! Mas na hora em que nos abraçamos, os olhos dela encheram de lágrimas. Eu já tinha chorado umas várias vezes antes, então pra mim não teve novidade. Depois dos abraços, ela olha para Dona Moça e diz "Nós esperamos que nosso casamento seja tão feliz quanto é o de vocês!".

Nós ficamos sem saber o que responder na hora. Se concordássemos, ia parecer vanglória; se discordássemos, ia parecer falsa modéstia. Até o momento que eu refleti e percebi que eu podia dizer qualquer coisa, afinal, eles são meus amigos e não iam ficar me julgando, o momento dos cumprimentos passou e nós ficamos sem responder, apenas sorrimos e posamos para a foto.

Agora, depois da afobação do momento, pensei que deveria ter dito que eu também gostaria que eles fossem felizes como nós somos. Afinal, nós somos felizes, ora bolas! Não é para isso que serve um casamento? Fazer feliz a quem se ama? E por que ficar com vergonha de mostrar que se é feliz? Casamento é pra ser feliz! Se eu quisesse me estressar eu ia passar um lençol de elástico!

Um casamento feliz não é motivo para se envergonhar. Não é motivo para se gabar, nem para se achar superior a ninguém. O casamento feliz não é motivo pra nada. Para mim, um casamento feliz é o objetivo.

Se, a cada dia, o meu objetivo for fazer com que a Dona Moça seja feliz nesse casamento, terei alcançado meu objetivo. Se, a cada dia, eu demonstrar o quanto a amo, terei alcançado meu objetivo. Se, a cada dia, eu aprender um pouco com os meu erros e buscar ser um esposo melhor, terei alcançado meu objetivo. Afinal, estamos indo rumo às bodas de ouro, e 50 anos é muito tempo para não ser feliz!

E, aos recém casados, toda a felicidade do mundo! 

1 Amplexo

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Homão da p&%$#

Para quem não sabe "homão da p&%$#" (sim, o palavrão) é o título que Rodrigo Hilbert recebeu popularmente pela sua habilidade de fazer qualquer coisa. Atualmente, como apresentador de um programa de culinária, ele não apenas cozinha, mas constrói o próprio forno para assar, faz sua própria churrasqueira, caça e mata o animal que vai cozinhar (e lida com as consequências polêmicas desse episódio) e lava a louça no final. Suas habilidades estão além da área culinária, visto que sempre deixou claro que divide as tarefas domésticas com sua esposa e gosta de tirar um tempo com seus filhos gêmeos. Recentemente saiu uma nova notícia de que ele construiu para os gêmeos uma casa na árvore. Como se não bastasse, ele também faz crochê.



Alguns homens chegaram a fazer postagens cômicas sobre o rapaz, dizendo pra ele ir com calma porque era injusto com todos os outros homens. Brincadeiras à parte, Rodrigo Hilbert deu uma entrevista recentemente dizendo que não aceita o título de "homão da p&%$#" simplesmente por dividir as tarefas de casa com a esposa, cuidar dos filhos ou se dedicar à atividades manuais. Segundo ele, sua forma de criação que proporcionou todos esses conhecimentos. Cercado por mulheres, aprendeu a cozinhar, costurar, tricotar. Com seu avô, aprendeu os primeiros ofícios, como de ferreiro, marceneiro, entre outros. 

Em sua entrevista, Rodrigo Hilbert ainda diz que o "homão da p&%$#" deveria ser o homem moderno, já que hoje é muito mais comum que os homens estejam se dedicando à diversas atividades antes consideradas femininas.

Como vocês sabem, recentemente nasceu meu filho, Giovanni. Ele nasceu numa segunda-feira e o Meu Bem pôde ficar comigo durante os 5 dias de licença paternidade mais os 2 dias do fim de semana. Nessa semana que ficamos juntos, o Meu Bem cuidou de tudo para que eu pudesse descansar, afinal, eu tinha acabado de passar por uma cirurgia, visto que meu parto foi uma cesárea, às 40 semanas e 2 dias de gestação. E não é uma cirurgia pequena.

Aos que não sabem, sete camadas do nosso corpo são cortadas e costuradas. A quantidade de sangue que se perde na cirurgia é grande, além do sangue que continuamos perdendo durante mais alguns dias. Para muitas mulheres a primeira vez que se levantam após uma cesárea pode gerar tontura e até desmaios. Muitas mulheres andam curvadas por algum tempo devido às dores e ardência no corte.

Para mim não foi tão traumático assim. Minha recuperação tem sido bem rápida, mas na primeira semana eu estava muito cansada, com muita dificuldade para levantar, sentar, deitar. A dor e ardência no corte era grande. Portanto, eu precisava de ajuda para fazer qualquer coisa. Depois de 2 dias no hospital nós voltamos para nossa casa. Embora nossa família se colocou à disposição de nos ajudar, aquele era nosso momento e a gente queria viver aquilo juntos. O Meu Bem, então, cozinhou, lavou louça, limpou a casa, me ajudava a sentar e levantar todas as vezes, pegava o nenê no berço para eu pudesse amamentar, colocava novamente no berço após as mamadas. Todos os dias ele se dedica a dar o banho no nosso filho e esse momento é só deles dois e mais ninguém. Em todos os momentos que eu levantava pela noite, o Meu Bem levantava junto. Nas horas que passamos acordados, estávamos juntos. Em alguns momentos nós fizemos revezamento (um dorme e o outro olha o nenê). Nos momentos que eu estava mais exausta e com dor, ele ficava com o nenê e me ajudava a voltar pra cama, afinal, eu tinha acabado de fazer uma cirurgia. Todos os dias preparou café da manhã reforçado e na primeira crise longa de choro do bebê, que eu também chorei, Meu Bem, então, passou horas segurando o nenê na poltrona pra eu pudesse me acalmar e descansar.

Na segunda-feira seguinte, quando ele voltou ao trabalho, era nítido o quanto ele estava arrasado por ficar longe de nós. Eu me surpreendi quando ele me mandou uma mensagem dizendo que tinha colocado uma foto do nenê no fundo de tela do celular, porque desde conheço o Fellipe, ele nunca usou fotos no fundo de tela do celular (ele acha bobagem). Na hora do almoço ele me mandou uma mensagem dizendo que tinha decido almoçar sozinho naquele dia, só pra passar um tempo olhando as fotos do nenê e chorando de saudade. 

De verdade, se isso não é um "homão da p&%$#" eu não sei o que poderia ser! Eu nunca vi o Meu Bem montar seu próprio forno de pizza ou fazer crochê, mas isso não o torna menos "homão" pra mim.

Quando a gente olha alguém como o Rodrigo Hilbert, temos a tendência de idealizar um ser humano sem defeitos, mas a realidade é que apenas as qualidades dele é que são exaltadas. Quantas de nós, esposas/noivas/namoradas, temos ao nosso lado um "homão" e não nos damos conta disso? Quantas vezes focamos naquilo que gostaríamos que nosso cônjuge fizesse, ao invés de focar naquilo que ele faz (e faz bem, e faz com carinho e dedicação!)?

Pode ser que o seu cônjuge não saiba cozinhar ou que nunca tenha lavado um banheiro, mas ponha na ponta do lápis tudo o que ele é capaz de fazer por você e sua família e veja se você realmente não tem um homão do seu lado!

Para você que é homem, acho que ficou muito claro algumas das coisas que fazem uma esposa admirar seu esposo. Não é preciso ir muito além, não é preciso ter muito dinheiro ou ser muito criativo. Sempre que você faz sua parte, dividindo as tarefas que são obrigação dos dois, você está aliviando o fardo da sua esposa e mostrando a ela que você reconhece sua responsabilidade em casa. O que custa pra você se tornar um homão também?

Que saibamos reconhecer aquilo que nosso cônjuge tem de melhor e faz de melhor pra nós. 

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Memórias

Eu gosto muito de fotos. Gosto mesmo. Nada profissional, longe de mim! Sou um péssimo fotógrafo. E não gosto muito de aparecer em fotos também não. Já não sou lá o maior primor de beleza e ao meu ver a câmera nunca foi minha amiga. O que eu gosto mesmo é de ver fotos. 

No início do meu namoro com a Dona Moça nós tirávamos poucas fotos. Ela tem uma visão parecida com a minha, de não gostar muito de aparece nas fotos. Ela sempre diz que algo nela não está bom, ao passo que eu sempre tento convencê-la da latente realidade do quão bonita ela é. Devido à esse fato, de vez em quando apareciam algumas cobranças, principalmente da minha família, para que tirássemos mais fotos e compartilhássemos as mesmas nos respectivos grupos de WhatsApp. "Vocês vão se arrepender de não ter essas lembranças", dizia minha mãe sempre que tinha a chance.

Pois bem, aprendemos a tentar tirar mais fotos. Ainda não somos os maiores fãs e vez ou outra passamos por um evento e, ao final dele nos lembramos que esquecemos da bendita foto. Apesar disso, temos uma variedade de fotos do nosso namoro salvas no computador; e, há pouco tempo, estive revendo essas fotos.

É muito bom rever momentos e lembrar das coisas que passaram e que escapam da nossa mente. Essa semana eu vi algumas viagens para o interior com a família, algumas peças de teatro que vimos juntos, as fotos do dia em que entreguei nossas alianças de compromisso, de todos os casamentos que comparecemos e até as fotos do dia em que nos tornamos noivos. Foi bom ver tudo isso, todas essas memórias bonitas que construímos juntos.

Pensando um pouquinho, podemos ver que a nossa vida é um constante construir de memórias. Quais memórias eu construí hoje? O que fiz hoje será uma memória feliz? Fiz algo que colaborou com o sucesso do meu casamento? Ou fiquei com preguiça e deixei o dia passar sem mostrar para a Dona Moça o quanto esse relacionamento é importante para mim? Se, todos os dias, parássemos pra pensar que as nossas atitudes de hoje são as memórias que teremos para uma vida toda, creio que agiríamos de uma forma, no mínimo, mais cautelosa.

Me esforço para, a cada dia, construir mais uma memória feliz. Quero lá na frente, daqui muitos e muitos anos, poder olhar para todas as minhas fotografias e perceber que meu casamento foi construído com memórias felizes. Quero olhar para o que passou e ver a felicidade de quem amo.


1 Amplexo

sexta-feira, 21 de julho de 2017

A Agridoce Saudade do Amor

Como as pessoas que nos seguem nas redes sociais sabem, nós temos um novo membro na família. E, por razões óbvias, não há outro assunto dentro da família. Assim sendo, também obviamente, vou falar sobre o Giovanni.



O Gio nasceu essa semana (eu ainda estou tentando fazer esse apelido pegar), na segunda-feira pela manhã. Algumas horas depois, à noite, eu o vi pela primeira vez, ao vivo e a cores. A Dona Moça e eu estávamos esperando pelo nascimento dele desde que soubemos da gravidez da Angélica, morrendo de vontade de conhecer nosso primeiro sobrinho. Quando chegamos na maternidade, tinha tanta gente lá dentro que não conseguimos ficar com ele muito tempo. Além do mais, a Dona Moça não está em férias como eu, sendo assim, não pudemos ficar até tão tarde. Devido a isso, fui à maternidade no dia seguinte também.

Na terça-feira, consegui ficar um pouco mais com ele. Talvez por eu ter ficado com ele por mais tempo dessa vez, tudo o que eu não chorei na segunda, eu chorei na terça. Eu sempre fui do tipo manteiga derretida, nunca tive nenhuma preguiça pra chorar, mas o que foi o estopim para eu abrir o berreiro foi uma súbita realização que tive naquele quarto de maternidade: nem todo mundo vai conhecer o Giovanni. 

Não, não estou falando sobre fama. Estou falando de tantas pessoas que amariam-no, mas infelizmente não estão mais conosco aqui. Esse pensamento me veio à mente quando vi a avó da Angélica na maternidade. Eu não tenho mais nenhum dos meus avós, e eu sei que eles amariam muito esse menino bonito. 

Eu fiquei imaginando todos os meus 4 avós conhecendo essa criancinha, mas os que mais vieram à minha mente foram meu avô paterno e minha avó materna. Por motivos que só a vida explica, dentre os quatro, eles foram os mais próximos do meu irmão e de mim.

A minha vó Maria estaria eufórica. Ela chamava meu irmão de Marelo quando ele era pequeno e eu imaginei ela segurando esse novo Marelinho no colo dela, com o mesmo amor que eu tenho certeza que ela teve pelo meu irmão. O meu vô Honiel (é gente, é esse o nome) estaria com um orgulho de outro mundo. Ele ia ficar todo inflado, com um peito de pombo, pegando o Gio no colo e dizendo "só o vovô ama o nenê", da mesma forma que ele dizia pra todos os netos e bisnetos dele.

Assim que tive essa epifania, tive o reflexo de pegar o celular. Como a Dona Moça estava trabalhando, ela não estava comigo nesse momento, então eu tinha que contar tudo pra ela. Escrevi pra ela tudo o que eu estava sentindo naquele momento. Escrevi basicamente o que está escrito nesse texto, não para desabafar e tirar tudo isso de dentro de mim (afinal, eu já tinha tirado através de lágrimas, junto com meus pais, irmão e cunhada), mas sim porque eu precisava contar para ela como eu estava me sentindo. Eu precisava compartilhar esse sentimento com quem eu decidi compartilhar a minha vida.

Um casamento não é um relacionamento em que só o que é bom é compartilhado. Um casamento é um relacionamento em que tudo é compartilhado. Quando estamos felizes, tristes, eufóricos ou chateados, quem melhor para dividir tudo isso do que a pessoa com quem dividimos a cama?

Que no meio de tanta coisa ruim e difícil que ocorre na vida de todos nós, que o amor e a cumplicidade impere em nossos relacionamentos.

1 Amplexo!

sexta-feira, 14 de julho de 2017

O Fim Da Lua-de-Mel

Muitas das vezes em que falo para alguém que sou casado há pouco tempo, dizem "Ah, ainda está na Lua-de-Mel!". Infelizmente, esse não é o caso. As lembranças do Facebook insistem em me lembrar que já faz um ano que estivemos juntos em nossa primeira viagem como casados. Ontem, quinta-feira, veio a lembrança do último dia da viagem, com as fotos tiradas na Puerta del Sol.


Vendo tal lembrança, tive vontade de escrever algo para a Dona Moça; Me perdoe, caro leitor, mas hoje não há nenhuma história legal no blog. Há somente um esposo, falando algo que quer para a sua amada. 

Vi hoje no Facebook nossas últimas fotos de Madrid. Me deu um sentimento de saudade. Saudade do dia do nosso casamento, do nosso passeio maravilhoso... Mas eu fiquei feliz que eu não senti saudade do que tínhamos naqueles dias. Pois tudo o que eu sentia por você naqueles dias, ainda tenho dentro de mim. Ainda tenho toda a vontade de passar a vida toda com você. De ter filhos com você. De chorar, rir, me machucar e me curar do seu lado. Tenho vontade de lavar louças com você, de fazer faxina na casa com você e tenho vontade de tirar uns dias de folga também, aproveitando a nossa cama maravilhosa e assistindo suas séries de menininha. Eu olho pra esse pouco mais de um ano que temos vivendo juntos, percebendo o quanto eu conheci mais sobre você. Muitas características que eu já sabia serem suas, se tornaram mais evidentes. Muitas outras foram novidade pra mim, mas a cada situação aonde eu pude aprender mais sobre você e com você, eu pude a admirar mais. Eu pude perceber o quão certa foi a escolha que fiz ao procurar tê-la ao meu lado por toda a minha vida. Percebo também, a cada dia, o quão grandioso é o nosso Deus, que a preparou para mim. Você é e será para sempre a minha menininha, com seu jeito de menininha e seus gostos de menininha. Você é e será pra sempre a minha mulher, com a sua atitude firme de mulher e seu respeito que toda grande mulher tem. Você é e pra sempre será a minha esposa, amada, protegida e cuidada como deve ser. Eu a amo, como diria o Mr. Darcy de Orgulho e Preconceito (livro e filme que, por incrível que pareça, você não gosta), Most Ardently.❤


1 Amplexo!

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Na prosperidade ou na adversidade...

Eu já falei aqui algumas vezes sobre como os votos matrimoniais são importantes, mas que muitas vezes não pensamos sobre o que estamos realmente prometendo para a pessoa que está conosco.
Há alguns meses eu fiz um post sobre uma situação que eu e o Fellipe estávamos enfrentando (você pode ler aqui). Hoje quero contar para vocês um pouco sobre como foram esses meses vivendo o desemprego.



Dia 22/08/2016 eu recebi uma ligação do Meu Bem às 17h.
-Oi, Meu Bem!
-Oi, amor.
-Tudo bem?
-Não muito.
-Por que?
-Bom, você disse que se isso acontecesse comigo, gostaria que eu te ligasse imediatamente em vez de esperar chegar em casa. Bom, eu fui demitido hoje.
*silêncio*

Nós já havíamos conversado sobre isso porque na empresa onde o Meu Bem trabalhava estava havendo muitos cortes de funcionários. Era um momento que, se chegasse ao fim da semana empregado, já era motivo de alegria. Mas eu disse a ele que não queria que ele ficasse um dia inteiro angustiado caso acontecesse com ele, então que ele deveria me avisar assim que acontecesse. A verdade é que ele havia sido demitido por volta das 13h, mas algumas pessoas, inconformadas com o ocorrido, tentaram reverter a situação, mas não foi possível. Por isso, ele esperou na empresa até às 17h, quando foi confirmado que realmente seria esse o desfecho. Então, ele me ligou.

Na hora eu fiquei um pouco desnorteada, não sabia o que falar para ele, o que fazer ou o que pensar. Saí um pouco mais cedo do trabalho e fui encontrar com ele em casa. Ao chegar em casa, nos abraçamos e choramos juntos. Não sabemos exatamente o motivo do choro. Talvez por termos sido pegos de surpresa ou o medo do desconhecido dali pra frente. Eu, que sou do tipo que planeja os próximos 5 anos da vida, teria que aprender a me conformar com um dia de cada vez.

Após alguns dias e semanas nos reorganizando (emocionalmente, financeiramente e de todas as formas que fossem possíveis), currículos foram atualizados, cursos foram iniciados, providências foram tomadas. Como havíamos perdido o convênio médico, fechamos com um novo, já que isso era prioridade. E isso foi em 10/10/2016. 

Dia 06/11/2016 eu fiz um teste de gravidez. Com uma linha fraca eu vi o positivo. No dia seguinte, um teste digital pra confirmar. Não podia ser! Positivo mesmo. Passei aquela segunda-feira em prantos. Desesperada! O momento que sonhei a vida inteira estava acontecendo, mas não era nada daquilo que eu sonhei. O convênio novo não cobriria a carência do parto, meu esposo não tinha emprego e nós estávamos controlando todo o orçamento apenas para gastos necessários.

Cheguei em casa, contei para ele sobre a gravidez. Ele me abraçou, sorriu e ficou muito mais feliz do que eu poderia imaginar. Ali começava, oficialmente, a nossa prova de fé. Não era apenas por nós dois, mas agora, alguém dependeria de nós para tudo. 

Controla a cabeça, as emoções e os medos. Controla as finanças, os gastos, a vida. Achei que não aguentaríamos.

Chegou 2017. Nenhuma resposta positiva das entrevistas. Algumas sem resposta alguma. O dinheiro da poupança estava indo embora e meu salário não era suficiente para todas as necessidades. Precisávamos desocupar o quarto que seria do nenê, mas para isso precisaríamos comprar alguns móveis novos para guardar as coisas que não cabiam nos móveis que tínhamos.

Dessa forma, em mais um passo de fé, compramos prateleiras, estantes, caixas, baús (e um sofá novo, porque o nosso havia estragado há uns 6 meses e estávamos sentando num colchão na sala, desde então). Sem saber como pagar, se haveria dinheiro para as parcelas. Mas fizemos.

Chegou o carnaval. E com ele, a esperança de que nosso país só funciona após essa data. Quem sabe mais entrevistas, quem sabe algumas respostas positivas. Quem sabe...
Em vez disso, recebemos respostas do tipo "Seu currículo é excelente, não posso pagar por um funcionário assim" ou "Você é ótimo, mas não vamos contratar". Parecia que nunca acabaria essa saga.

Quantas vezes precisei ser forte e engolir o choro para que eu fosse capaz de aconchegar meu esposo em meu abraço e sentir as lágrimas dele nos meus ombros. Ele queria o melhor para mim, para o nosso filho, mas naquele momento, ele tinha medo de não poder prover o básico.

Quantas vezes, longe dele, eu me tranquei no banheiro do trabalho e chorei compulsivamente enquanto pedia a Deus forças para continuar. Os sonhos que eu tinha para o meu filho eram tão grandiosos que eu não me importava se eu não tivesse as coisas, mas eu queria que meu filho pudesse ter. E a previsão não era boa. Parecia que aquilo nunca ia acabar.

Sentamos um certo dia e, fazendo as contas, o que tínhamos na poupança não daria para muito mais tempo. Se nada aparecesse em 2 meses teríamos que vender o carro para passar os próximos meses. Colocamos um prazo. E oramos para não precisar chegar nele.

Nesse tempo nosso filho começou a nos ensinar milhões de coisas antes mesmo de nascer. Tudo o que ele precisava ele ganhou. Roupas, calçados, fraldas, móveis, banheira, carrinho, cadeirinha do carro, roupa de cama, toalhas, itens de higiene, quarto decorado... Nós fizemos duas compras para o nenê: uma poltrona de amamentação e cabides. Nada mais foi preciso.

Sentimos vergonha. Vergonha da nossa falta de fé. Como era possível ver, diante de nós, o milagre da vida, uma criança sendo gerada de forma saudável, recebendo tudo (e muito além) do que precisava para nascer... e ainda assim tínhamos medo do futuro. Será que Aquele que estava provendo tudo para nós e para nosso filho, e que o gerava dentro de mim, não seria infinitamente capaz de nos sustentar pelo tempo que fosse preciso?

Nós nos ajoelhamos e pedimos perdão a Deus pela falta de fé. Pedimos que nos ensinasse a apreciar o que tínhamos e amar as coisas que Ele nos dava diariamente. Agradecemos a Ele a dádiva de sermos pais e de nos permitir aprender tanto com um filho que ainda não era nascido. Pedimos que Ele nos sustentasse, como fez com a viúva de Sarepta, que usou seu último azeite para dar de comer ao profeta Elias, e Deus lhe concedeu a bênção de nunca mais lhe faltar nada. Pedimos que Ele nos desse essa fé, de que, ao utilizar nossos últimos recursos, Ele continuaria provendo.

Quando o Fellipe ganhou o carro dos pais dele, ele fez uma promessa a Deus de que sempre utilizaria aquele carro para as coisas da igreja. Ele nunca cobrou reembolso de gastos quando usou o carro para igreja. Ele nunca recusou dar uma carona para qualquer pessoa que precisasse. Ele continuou fazendo isso quando mal tínhamos dinheiro para a gasolina. O prazo para vender nosso carro se aproximava, mas não tínhamos mais medo e mais tristeza no nosso coração, porque sabíamos que foi Deus que nos concedeu a bênção de ter aquele carro. Deus dá, deu toma. E bendito seja o nome Dele!

Naquele mês o Meu Bem recebeu uma resposta de uma entrevista: "Seu currículo é muito bom, mas não posso pagar por alguém como você". Sentei com ele e pedi que procurasse essa pessoa novamente e lhe dissesse que estava disposto a receber muito menos, mas que ele precisava trabalhar. Não apenas pelo dinheiro, mas porque o fato de não trabalhar estava deixando o Meu Bem muito cabisbaixo. Então, ele fez o que eu sugeri. A pessoa resolveu contratá-lo para um serviço temporário de uma semana. Que se tornou um mês. E aquilo que ele recebeu foi o suficiente para não precisarmos vender o carro naquele mês. 

Por gostar do trabalho do Fellipe, resolveram contratar seus serviços oficialmente, aumentando gradativamente o valor de suas horas de trabalho, para que até o final do ano ele recebesse algo parecido com o que recebia na outra empresa. Não era a área de trabalho do Meu Bem e nós não sabemos exatamente porque concordaram com esse acordo, mas ficamos muito felizes e agradecidos. 

Nesse meio tempo o Meu Bem fez uma entrevista numa outra empresa. Em sua primeira entrevista lhe perguntaram sobre sua religião e se ele trabalharia aos sábados. Sem relutar, a resposta do Meu Bem foi que ele trabalharia aos domingos, feriados e emendas, mas não aos sábados.

Descartamos essa possibilidade. E qual não foi nossa surpresa quando, quase um mês depois o chamaram para uma segunda etapa. E depois uma terceira. E depois uma proposta de trabalho, muito parecida com o que ele tinha na antiga empresa! 

Após 9 meses de poucos recursos tínhamos uma proposta muito boa em vista. Precisávamos aceitar, mas tínhamos receio, pois a pessoa para quem o Fellipe estava prestando serviços foi tão bondosa e se empenhou tanto, que não queríamos fechar essa porta. Oramos novamente. Ao conversar com essa pessoa e explicar a situação, essa pessoa ficou tão feliz que parecia até que ela estava torcendo por nós. Como se ela nunca tivesse precisado contratar o Fellipe, mas o fez por algum motivo inexplicável. 

Dia 01/06/2017 o Meu Bem iniciou seu trabalho na nova empresa. E, estando lá há pouco mais de um mês, continuamos vendo as bênçãos Daquele que JAMAIS falhou. Terminamos esses 9 meses com todas as nossas dívidas quitadas, sem contrair novas dívidas. Nosso único parcelamento continuou sendo nosso apartamento financiado até o fim da vida... rs

Escolher o nome do nosso filho foi uma das partes mais difíceis da gestação. Mas após tudo o que vivemos nos 9 meses de desemprego, nós decidimos pelo nome GIOVANNI. 
Esse nome significa: Deus tem misericórdia, Deus perdoa, Deus é misericordioso. 

Através do nosso filho, nem nascido ainda, percebemos que pecamos contra Deus quando não confiamos em suas promessas. E, antes mesmo de percebemos nosso pecado, Deus já havia providenciado tudo o que precisávamos, pela sua infinita misericórdia. Toda vez que olharmos para nosso filho, que chamarmos por ele, que pensarmos nele, vamos nos lembrar que as misericórdias do Senhor se renovam todas as manhãs. Que Ele JAMAIS falhou e que, aquilo que Ele prometeu, Ele vai cumprir.

Em minhas orações sempre pedi a Deus por um filho e Ele me prometeu que eu seria mãe no momento que Ele achasse que eu estaria pronta para guiar esse filho nos caminhos Dele. Quando eu engravidei eu me entristeci por não fazer enxoval nos EUA ou por não fazer um quarto planejado para meu filho. Fiquei chateada por não fazer pilates ou hidroginástica para gestantes. Que pensamento miserável. Deus queria me dar muito mais do que eu pensaria ser possível. Ele queria nos dar bagagem suficiente para ensinar nosso filho que o mais importante na vida não é aquilo que nós compramos, mas sim quem nós somos e o que podemos fazer pelos outros.

Deus queria me ensinar que a promessa que Ele me fez se cumpriria e eu poderia ensinar meu filho que ele foi gerado e dia após dia seria mantido pela misericórdia de Deus. E que nada mais nesse mundo importa.

Quando eu prometi no altar que amaria e honraria meu esposo na prosperidade e na adversidade, não imaginei que seria tão cedo, nem que seria do jeito que foi. Mas depois de tudo o que nós vivemos nesses meses, eu não poderia deixar de agradecer a Deus pela oportunidade de provar nosso amor dessa forma. Hoje somos muito mais fortes juntos, nos amamos mais, nos admiramos num nível muito mais alto, nos respeitamos de forma mais profunda. Crescemos como seres humanos e como casal. E estamos prontos para receber em nossos braços o nosso filho, promessa de Deus.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Especial dos Namorados - Episódio V - Aline e Eric

Todas as histórias que escrevemos aqui são especiais. Todas são lindas e românticas. Algumas são diferentes, outras curtinhas, outras dariam um livro se eu conseguisse escrever todos os detalhes...
A história de hoje é a última desse mês e já fico com o coração na mão por esse mês tão cheio de amor estar acabando.

A história de hoje tem um "quê" um pouco mais especial. Isso porque o fato de estar sendo publicada aqui no blog é uma SURPRESA da Aline para seu esposo, Eric!

Esse ano eles estão completando 10 anos juntos e ela quis, através do blog, lembrá-lo de como a história deles é, para ela, a mais linda de todas.

Conheça um pouco mais sobre esses dois lindos e queridos.



A Aline e o Eric estudavam na mesma escola durante o Ensino Médio (o colégio adventista Ellen G. White) e, inclusive, eles foram alunos da minha sogra, que dava aulas de matemática. Eu nunca imaginaria que a minha vida e a deles se cruzaria de tantas formas. Eu os conheci num antigo grupo de amigos e a empatia foi instantânea! Amei conhecê-los. Eles foram até almoçar na minha casa uma vez. Depois que eu me distanciei desse grupo de amigos, nossa amizade nunca morreu e quando eu comecei a namorar o Meu Bem, foi muito legal saber que eles dois tinham uma ligação tão positiva com minha sogra.

Quem diria que a amizade acontece de tantas formas! Mas vamos ao que interessa, que é a história dos dois.

A Aline estava no 1º EM e o Eric no 2º EM, quando um amigo em comum os apresentou. Na época o Eric tinha uma outra namorada, então, mesmo que a Aline o tenha achado lindo, ela respeitou o status que ele tinha na época. 

Um pouco depois, quando o Eric terminou o namoro, a amizade deles aumentou um pouco mais e, durante uma festa de 15 anos de uma amiga, eles deram o primeiro beijo. 

Acontece que a Aline não botou muita fé naquele beijo, porque achava que ele estava apenas curtindo sua "solteirice". E, após essa festa, entraram em férias escolares, ficando um mês sem se ver e se falar. 

Após as férias, quando se encontraram novamente, perceberam que aquele interesse não havia morrido e passaram a se falar mais e mais, tornando-se "amigos coloridos". As ligações se tornaram constantes, as conversas não tinham fim, e outros beijinhos vieram também. Inclusive isso era motivo para ir para a diretoria na escola deles. Digamos que foi um lugar que eles passaram a frequentar de vez em quando hahaha

Nessa época a Aline estava planejando sua festa de 15 anos e convidou o Eric para participar da valsa. Como a Aline era religiosa, sua festa teria algumas coisas diferentes das outras que costumavam ir. E foi nessa festa que o Eric conheceu as raízes e princípios da Aline, apaixonando-se, não somente por ela, mas pela sua fé também.

Uma semana após essa festa foi quando o Eric tomou coragem e pediu a Aline em namoro, no dia 26/08/2007.

Dois anos após o início do namoro, em 2009, ambos se batizaram na mesma igreja e seguiram sua vida espiritual juntos. Em 2010 a Aline e o Eric ficaram noivos e em 2013 aconteceu o casamento deles.



Nesse mesmo ano eles receberam um grande presente, que é seu filho Miguel, que nasceu em novembro de 2013. Ainda me lembro do dia que eu e o Meu Bem fomos conhecer o Miguel na maternidade e nenhum de nós sabia segurar um nenê hahahaha... 

Para eles, o fato de terem se tornado pais e conhecerem o amor incondicional por outro ser humano foi o que os uniu ainda mais, fazendo com que eles admirassem um ao outro e unisse mais o laço como marido e mulher. E eu acredito que, quando um casal se ama muito, a chegada de um filho faz esse amor se multiplicar!



Eric, você tem uma esposa de ouro e ela deixou essa mensagem linda para você:

"Este ano completamos 10 anos do nosso primeiro sim. Tivemos crises, choros, muitas e muitas risadas (e o amo ainda mais por me fazer rir). O Eric é meu príncipe de armadura brilhante que construiu para mim um castelo de sonhos. Estes 10 anos juntos são de muitas histórias. Só tenho que agradecer a Deus pelas bênçãos desta jornada, que será para eternidade."

Desejo que vocês continuem caminhando juntos, rumo às bodas de ouro! Feliz 10 anos juntos, e que cada ano desses seja uma inspiração para viverem os próximos anos!








quinta-feira, 22 de junho de 2017

Especial dos Namorados - Episódio IV - Tati e Diego

O mês dos namorados está quase no fim e eu sempre fico pensando em como é especial conhecer a história de outros casais. São histórias que nos ensinam tanto e que nos dão esperança de que ainda é possível existir um amor verdadeiro e resistente.

A história de hoje é exatamente sobre isso. Um casal que desde o início tinha um propósito e que, através de sua fé, pôde vivenciar os sonhos de Deus.

A Tati fez faculdade junto comigo e hoje temos a oportunidade de trabalharmos juntas, por isso essa história enche o meu coração de alegria!



Ela e o Diego se conheceram em uma programação da igreja. À princípio quem reparou no Diego foi uma amiga dela. A Tati achou que ele era bonito, embora não tenha curtido muito o cabelo dele (que era um black power, na época).

Foi essa amiga que pediu que a Tati a ajudasse a conseguir o falecido MSN do Diego. A Tati decidiu ajudá-la, mas durante diversas situações foi um pouco constrangedor conseguir esse contato, afinal, o Diego era mais novo que ela e ia ficar meio estranho. O Diego estudava no colégio que tem dentro da universidade em que estudamos. Ele estava mais perto do que a Tati imaginou, mas ainda assim, ela só conseguiu o bendito MSN durante um acampamento das igrejas.

Logo que ela conseguiu o MSN dele, começaram a conversar. A Tati estava com a intenção de ajudar a sua amiga, logo, foi repassando todas as informações dele para ela. Mas de cara, sua amiga disse que achava que eles não iam combinar e desistiu do Diego. Acabou que a Tati e o Diego mantiveram a conversa por mais algum tempo.

Com a desculpa de que precisaria ficar até mais tarde no campus para terminar um trabalho, o Diego acabou esperando a Tati chegar para o horário da aula. Conversa vai, conversa vem e ele segurou as mãos dela. Nesse momento ela percebeu que um sentimento maior havia brotado entre eles. A partir desse dia o Diego passou a esperar por ela diversas vezes após a aula dele. E as conversas seguiram, até que um dia, durante uma conversa sobre relacionamentos, a Tati deixou escapar que não tinha muita esperança de um relacionamento duradouro, porque suas experiências foram ruins. Mais que prontamente, o Diego disse para ela que às vezes a felicidade está mais perto do que se imaginava, bastava ela perceber. 

Estava muito claro que o Diego estava apaixonado por ela, mas ela continuava não dando tanta atenção assim.

Pouco depois o Diego precisou fazer uma viagem para uma campanha de Colportagem (que é a venda de materiais religiosos e/ou de saúde em determinada região). Nessa viagem ele não teria acesso à internet, portanto, ele e a Tati trocaram os números de telefone e constantemente conversavam e oravam pelo projeto do Diego.

No primeiro dia daquele ano, 01/01/2010, eles passaram muitas horas ao telefone, mais do que o de costume. Foi quando uma companheira de colportagem perguntou para o Diego: "Com quem você conversa tanto, Diego?". E a resposta foi rápida: "Com minha namorada!". Do outro lado da linha a Tati ficou perplexa. Como assim? Ninguém tinha falado nada sobre isso ainda!!! 

Segundo o Diego, essa era uma forma eficaz de não receber um NÃO como resposta. E foi essa data que eles passaram a considerar como a data oficial do namoro. 

A viagem do Diego durou mais 1 mês e 10 dias. Foi então que, finalmente, se encontraram novamente. A situação era um pouco embaraçosa, afinal, um mês de namoro sem se ver, sem saber se era isso mesmo o que estava acontecendo. Mas, no final das contas, o Diego foi extremamente carinhoso e selou o pedido de namoro com o último "primeiro beijo" dos dois. Achei linda essa expressão que a Tati usou e nunca tinha parado para pensar que, em determinado momento da vida, aquele é o nosso último primeiro beijo e a gente nem se dá conta disso.

Desde o início do namoro eles decidiram que seria um namoro para casar, pois compartilhavam a mesma fé e tinham decidido que lutariam por isso. Passaram os anos que se seguiram fazendo planos e juntando dinheiro para esse momento.

Após 5 anos de namoro decidiram oficializar o noivado e seguir com os planos do casamento, que seria somente em abril de 2016. Nesse tempo eles não podiam imaginar, mas algums provas ainda surgiriam no caminho. Aproximadamente 8 meses antes do casamento, o Diego foi demitido de seu emprego. Somente quem já passou pelo desemprego sabe como essa situação pode se tornar desesperadora com o passar do tempo. Mas eles tiveram fé de que as coisas seguiriam seu rumo e de que os planos não deveriam ser interrompidos.

Mas, como se isso não fosse o suficiente, no mês do casamento, faltando 27 dias para o grande o dia, além do Diego ainda estar sem emprego, a Tati é quem foi mandada embora dessa vez. Eles resolveram deixar essa notícia em segredo, contando apenas para os pais, para que não houvesse nenhuma outra preocupação no meio do caminho.

A fé deles não se abalou por isso e, através de uma amiga, a Tati começou a trabalhar logo em seguida, ficando apenas 14 dias desempregada. Ela foi contratada, mesmo avisando que se casaria em poucos dias e precisaria da licença nupcial. Foi um emprego direcionado por Deus e as coisas fluíram naturalmente.

O dia do casamento foi repleto de emoção, como já se espera, mas no caso deles, muitas coisas estavam à flor da pele. Toda essa situação do desemprego, todos esses anos sonhando com o casamento, além do desconhecido de começar uma nova vida, deixou os dois muito emotivos. Houve muita emoção e choro no dia do casamento e o Diego precisou até de uma jarra de suco de maracujá no altar para que pudesse se acalmar.

Após 4 meses de casamento o Diego voltou a trabalhar e as coisas começaram a se encaixar novamente. o Diego diz que tinha um combinado com Deus, de que, enquanto estivesse desempregado, Deus pagaria suas contas. E foi certo de que, milagrosamente, as coisas foram se acertando e nada faltou no lar deles.

Eles já iniciaram um casamento cheio de emoção e provações. Já começaram provando seus votos matrimoniais. Para algumas pessoas isso seria motivo de desistir ou de adiar o casamento. Mas eles decidiram passar por isso juntos e eles venceram. Hoje certamente são um casal mais forte e com mais certeza de que, na alegria ou na tristeza, o amor pode ser mais forte.

"Para muitas pessoas o momento de adaptação do casal é horrível. Para nós não foi. Não tivemos nenhuma crise nesse primeiro ano de casamento e nos casaríamos um com o outro milhões de vezes, se preciso fosse"

Tati e Diego, compartilhar a história de vocês nos deixou uma lição muita linda de fé, persistência e amor. Que todos os casais tenham essa determinação de seguir em frente com seu relacionamento mesmo diante das dificuldades. Que vocês sejam cada vez mais felizes juntos e conquistem todos os sonhos de vocês! Feliz dia dos namorados!






terça-feira, 13 de junho de 2017

Especial dos Namorados - Episódio III - Xu e Ray

A cada semana eu fico mais empolgada com as histórias dos namorados! 
A história de hoje é do Anderson e da Rayane, mais conhecidos como Xu e Ray.

Eu conheci o Xu há algum tempo em uma igreja, mas não mantivemos contato. Recentemente o encontrei no mesmo ambiente de trabalho que o meu e pude acompanhar pelas redes sociais o casamento deles, que foi lindo! Eles são super recém-casados, ainda não completaram nem 3 meses dessa data. Por isso essa história tão recente é tão recheada de amor e suspiros.




Não existe um momento onde eles tenham se conhecido. Acabavam se encontrando em eventos da igreja, em grupos de amigos em comum, e por aí vai. A Ray desde o início achava o Xu um rapaz muito bonito, mas como ele havia saído de uma relação recentemente, ela achou que não era o momento de pensar nele como uma opção. Cada vez mais eles se encontravam nesses eventos, até que em uma Campal Jovem (é um acampamento com diversos jovens da igreja, pra quem não sabe) eles começaram a conversar mais intensamente, mesmo que a razão dissesse que não era o momento pra isso.

O mais legal dessa história é que o sentimento entre eles foi surgindo de forma mútua e não foi necessário nem mesmo um pedido de namoro para oficializar o que eles já estavam sentindo. O primeiro beijo foi a forma de oficializar tudo o que se passava no coração deles. E a data do primeiro beijo passou a ser a comemoração oficial do casal.

Como todo casal romântico, todo ano eles preparavam uma surpresa ou presente para esse dia especial. O Xu é um rapaz bem observador e costumava comprar presentes que ele sabia que ela tinha visto numa vitrine e tinha gostado, ou que em algum momento ela tenha comentado que queria. Mas naquele ano ele estava sem ideias. Parecia que a Ray não queria mais nada que tinha nas vitrines e que todo o estoque de ideias já tinha ido embora.

Até que ele decidiu que, se eles se gostavam tanto, se o sentimento era tão profundo e tão certo, ele deveria usar aquela data para fazer o pedido mais especial. 

Ele deu uma desculpa para a Ray de que fariam um ensaio fotográfico naquele dia (assim ele teria esses momentos registrados). Também pediu que amigos e familiares estivessem presentes no cenário final da sessão de fotos e pediu que seu pai confeccionasse as espadas para o momento do pedido.




O Xu foi daqueles noivos que se entregam de corpo e alma pro casamento. Enquanto a Ray estava curtindo o dia de noiva, ele estava lá no local da cerimônia, garantindo que tudo sairia conforme o que eles sonharam e planejaram. Era tanta emoção que ele chorou mais que a noiva na hora do casamento! O Xu cumprimentou cada convidado no início do casamento e, quando o carro da noiva chegou, ele ficou extremamente emocionado, enquanto a Ray estava toda sorridente! Ela estava muito calma para uma noiva, segundo eles hahahaha

Embora eles tenham se casado muito jovens (a Ray com 21 anos e o Xu com 25), eles já tinham o que mais importava para um casamento dar certo: o amor e a dedicação pelo outro. 

Para eles o amor existe dentro de cada pessoa e quando aceitamos nos entregar ao sentimento, podemos viver coisas magníficas. Muitas pessoas escolhem viver o superficial ou se contentam com um relacionamento que pouco oferece, mas o amor verdadeiro tem muito mais a oferecer.


"Vi na Ray uma mulher cheia de amor, como quem vê uma menininha com uma cesta cheia de doces. Seu jeito encantador e meigo encheu minha cesta de amor sem perder sequer um só doce de sua cesta! Viva esse amor encantador, sublime e profundo, com toda essa alegria, independentemente do tipo de "amor" que encheram sua cesta, dizendo ser o verdadeiro amor. Apresente o amor como o da cesta dessa menininha... a minha menina!"


Xu e Ray, obrigada por compartilhar conosco a história de vocês e por mostrar que não é preciso ter muitos anos de casamento para entender o que é o amor. Que todos nós possamos encontrar diariamente no nosso cônjuge uma cesta cheia de doces e manter a nossa cesta sempre cheia também!







sexta-feira, 9 de junho de 2017

Especial dos Namorados - Episódio II - Amanda e Samuel

"Ano passado chorei horrores lendo as histórias dos dias dos namorados e fiquei pensando: Quero casar pra no ano que vem escrever a minha história também!"

Foi assim que começou o email da Amanda e eu estou muito feliz por escrever a história deles. Eu a conheci durante uma época em que nós íamos na mesma igreja. Ela era membro de lá e eu visitante. Sempre foi muito simpática e querida. Hoje tenho o prazer de contar pra vocês o conto de fadas que ela viveu!




A Amanda e o Samuel se conheceram por causa de amigos em comum. Certo dia, durante um culto na casa de alguns amigos, eles se encontraram. Logo de cara a primeira impressão não foi boa. A Amanda achou que o Samuel era muito mal educado, quando na verdade, ele era extremamente reservado, enquanto ela sempre foi muito extrovertida. Ela também achou que ele era bem bonito, e também achou que ele tinha namorada. Portanto, dentro de todos os achismos, o resumo é que não fazia diferença nenhuma. 

No final de semana seguinte eles se encontraram numa festa de aniversário e ela descobriu que, na verdade, ele não tinha namorada nenhuma. Bom, aí as coisas começaram a mudar. Quem sabe ela poderia rever a opinião pra garantir que ele não era mal educado e aquilo tudo não passava de um mal entendido. Para garantir que teria informações o suficiente, a Amanda deu aquela leve "stalkeada" nas redes sociais do menino, além de informar as amigas sobre a situação. Boas amigas são sempre úteis nesses momentos.

Na sequência de finais de semana, eles se encontraram uma terceira vez, para uma noite de jogos com os amigos. No final dessa noite a Amanda recebeu um SMS (que ela ainda tem guardada) com a seguinte frase: "Sei que já é tarde, mas te desejo uma boa noite". Não é que o "mal educadinho" tinha reparado nela desde o início? Com seu jeito tímido e silencioso foi atrás de conseguir suas informações também e logo deu o primeiro passo, com essa mensagem. 

Essa mensagem deu início a muitas outras, e dias e dias de conversas foram seguindo, se tornaram encontros e, após 3 meses, veio o primeiro beijo e início do namoro. Se tem uma coisa que eu gosto nessas histórias é de como, mesmo num mundo de tecnologia, quando tudo poderia ser extremamente rápido, muitos casais gastam tempo de qualidade se conhecendo, conversando, trocando experiências. Isso enriquece os relacionamentos! E esse foi o casa da Amanda e do Samu.

Quando começamos a namorar eu escolhi que queria ama-lo. Ele era tudo que eu havia pedido em oração, inclusive fisicamente. Eu queria ama-lo. Coloquei o texto de I Corintios 13 na porta do meu guarda roupa e todos os dias lia em oração pedindo a Deus que eu o amasse como Deus queria, e minha oração foi atendida da forma mais linda. Tudo aconteceu naturalmente, em um ano e meio noivamos, e em 2 anos e meio nos casamos.

Normalmente, quando um casal me manda sua história, eu tento trazer para as minhas palavras aquilo que eles disseram, mas o parágrafo a seguir é tão cheio de amor e tão intenso, que é nítido que foi escrito de todo o coração. Por isso quero deixar aqui a mensagem da Amanda e do Samuel para todos aqueles que sonham em viver um grande amor:

Nós dois somos muito diferentes. Ele fala pouco e eu muito. Ele é super calmo e eu muito agitada. Ele é paciente e eu estou bem longe de ser. Ele é tímido e eu quase não tenho vergonha. E foi exatamente isso que nos encantou um no outro. Lembro que uma vez ele disse pra uma amiga minha "Eu sou a tranquilidade que ela precisa, e ela a agitação que eu preciso". Achei fofo e é exatamente isso. Somos felizes e completos porque somos diferentes e sabemos respeitar isso, ele não precisava mudar, eu não preciso mudar. Temos uma mania incrível de querer mudar o outro e muitas vezes tornamos a vida de outra pessoa infeliz ou a privamos de algo que faz bem a ela porque simplesmente não aceitamos ou não achamos aquilo adequado. Isso não é relacionamento, nem amor. Sempre acreditei que relacionamentos são feitos pra nos fazer felizes. Se é considerado mais um trabalho, algo está errado. Pra nos relacionar temos que estar dispostos a amar, e amor significa abnegar, doar, perdoar, e não só ganhar flores e ser romântico, Acredito hoje que o amor só funciona de duas formas: Quando Deus esta no controle e quando estamos dispostos. Deus é a fonte do amor, e nós precisamos querer amar, pronto e simples! 
Agora temos 7 meses de casamento e nossa pequena família é uma benção, temos a certeza que vivemos os planos de Deus. Eu fui daquelas que sonhava com casamento perfeito, com príncipe. Aqueles sonhos que todo mundo te desanima e diz "isso não existe". Hoje eu digo: Não existe pra quem não quer!
Meu casamento me faz acreditar em conto de fadas, tenho um príncipe e vivo o 'felizes para sempre'.


Amanda e Samuel, nós também acreditamos nesse tipo de relacionamento! Nós também amamos a possibilidade do "Felizes para Sempre". Nós acreditamos que existe esse tipo de amor e vocês são a prova de que não estamos errados!

Desejamos que a história de vocês alcance muitas pessoas e que vocês continuem sendo felizes, mesmo nas adversidades! Obrigada por compartilhar conosco a sua história! Feliz dia dos namorados!