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Pra quem acredita que a lua-de-mel não acaba quando voltamos da viagem...

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Consistência

Ontem nosso filho completou seu primeiro mês de vida. Muitas pessoas disseram pra nós que o primeiro mês era muito difícil e muito intenso. Realmente foi muito intenso: cheio de emoções, conhecendo coisas novas, se apaixonando pelo nosso filho e um pelo outro cada vez mais. Tivemos dias difíceis? Sim. Alguns dias o nenê chorou demais e demoramos pra descobrir o motivo, alguns dias ele não queria dormir e tínhamos outras atividades pra fazer que ficaram na espera, alguns dias ficamos incomodados com os pitacos e a dificuldade de conseguir fazer as coisas do nosso jeito... mas no geral, não foi um mês difícil. Intenso sim, difícil não.



Não, nós não somos perfeitos. Temos tantos defeitos que às vezes precisamos respirar fundo pra evitar uma discussão. Não, nosso filho não é perfeito. Ele é um nenê calmo e a rotina que estamos criando com ele tem nos ajudado muito. Mas desde já ele conseguiu deixar a gente de cabelo em pé algumas vezes. 

Acontece que não é sobre ter uma família perfeita, porque ninguém tem. Também não é sobre pensar positivo e só enxergar o lado bom das coisas, porque às vezes não existirão lados bons. É sobre ter segurança. Ter segurança sobre as suas escolhas para você e sua família. Segurança nas pessoas que vivem com você.

Recentemente um vídeo curtinho rodou as redes sociais. Era um rapaz falando sobre relacionamentos. Ele disse o seguinte no seu vídeo:

"Ela não se apaixonou por você porque você se lembrou do aniversário dela e porque traz flores no dia dos namorados. Ela se apaixonou por você porque quando você acordou nessa manhã, você disse 'bom dia' para ela antes de olhar seu telefone. Ela se apaixonou por você porque quando você foi a geladeira pegar algo para beber, você trouxe algo pra ela sem ela pedir. Ela se apaixonou porque quando você teve um dia maravilhoso no trabalho e ela teve um dia horrível no trabalho você não disse 'sim, sim, mas deixa eu te contar sobre o MEU dia'. Você sentou e ouviu sobre o dia horrível dela e não disse nada sobre o seu dia maravilhoso. É por isso que ela se apaixonou por você. Não posso dizer exatamente o dia que foi. Não foi uma coisa em particular, mas sim um acúmulo de pequenas coisas. Ela acordou em um dia e, como se apertasse um botão, ela descobre: 'eu o amo'. O mesmo vale para outros relacionamentos. Não se trata dos eventos. Não se trata da intensidade. É sobre consistência."

Consistência, segundo o dicionário, é um estado ou caráter daquilo que tem coerência, credibilidade, estabilidade, segurança. E, para mim, assim é a minha família. Eu e o Meu Bem construímos ao longo do tempo uma relação cheia de segurança e estabilidade emocional ao ponto que poucas situações seriam capazes de abalar essa estrutura. Isso não torna as coisas menos difíceis e nem evita as tristezas e problemas da vida. Mas isso muda a nossa forma de reagir à essas situações.

É essa consistência que me faz ter a certeza de que, se algo está me incomodando eu posso falar sem medo de gerar uma discussão ou de afastar meu esposo de mim. Por causa dessa consistência nós podemos confessar nossos erros sabendo que eles não serão motivo de discórdia numa nova discussão, porque serão perdoados e esquecidos. Por essa consistência que a intensidade do primeiro mês com um nenê não afetou nosso juízo, permitindo que fôssemos porto seguro um para o outro e que cada um tivesse sua individualidade também. Essa consistência nos permitiu errar sem julgamentos nesse primeiro mês como pais. Nos permitiu "exigir" um pouco mais do outro quando a situação estava muito difícil. 

Eu desejo essa consistência para o resto de nossa vida. Porque ela é que nos permite amar sem medo e nos entregar dentro de um casamento cheio de defeitos, mas com a vontade de sermos melhores um para o outro e, agora, também para nosso filho.

E para você eu desejo que seus relacionamentos sejam recheados de segurança e consistência. Só assim conseguiremos ser pessoas melhores para nós e para os outros.  


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