Apresentação

Pra quem acredita que a lua-de-mel não acaba quando voltamos da viagem...

terça-feira, 24 de maio de 2016

Especial dos Namorados - episódio 1 - Karin e Daniel

Esse post é o último do mês de maio, mas o primeiro de uma série especial que resolvemos escrever no blog! Há algum tempo eu pedi nas redes sociais que, quem tivesse interesse, me mandasse sua história para colocarmos no blog.

Recebemos algumas histórias bem legais e decidimos criar um Especial dos Namorados. Dia 12 de junho comemoramos o dia dos namorados no Brasil, então, se você ainda está solteiro (a), leia os posts dessa série para se inspirar. mas se você já é comprometido, relembre seus momentos de romance e mande-nos sua história também!

                                           

A história de hoje é da minha amiga Karin e do seu esposo Daniel, e começa no ano de 2008. Eles se conheceram porque o Daniel namorava uma moça, que não era a Karin, mas era amiga dela. A Karin, por sua vez, morava no interior de São Paulo, em um internato e vinha para a capital pelo menos uma vez por mês, mas durante o mês das férias, ela ficava o mês inteiro por aqui.

Em uma dessas férias, já no ano de 2009, o grupo de jovens da igreja que a Karin e o Daniel costumavam ir foi convidado para participar de um programa de televisão da Tv Novo Tempo de Comunicação, o Está Escrito Jovem.

Para participarem do programa, tiveram que madrugar. Por esse motivo, a Karin foi dormindo durante o caminho todo dentro do ônibus.
Ao chegarem nos estúdios, a Karin e uma amiga escolheram sentar num cantinho bem longe das câmeras, mas qual não foi sua surpresa quando a equipe do programa pediu que elas se sentassem em outro lugar e, ainda por cima, separadas! Como se não bastasse, colocaram a Karin sentada bem ao lado do Daniel (que já estava solteiro novamente por essa época).

Embora eles tenham conversado um pouquinho, ficou por isso mesmo. Na volta para casa, a Karin quis dormir novamente no ônibus (parece eu, Karin!!!), mas a galera estava um pouco mais animada que ela e as conversas acordaram a "bela adormecida". Quando ela acordou, adivinha quem estava sentado ao seu lado no ônibus? Sim, ele mesmo, o Daniel.

Conversa vai, conversa vem... chegaram em seu destino, as férias acabaram e a Karin voltou para o internato. Mas o Daniel não ia deixar por isso mesmo. Ele fez o que todos os homens modernos fazem: contato pela internet! hahaha
Brincadeiras à parte, hoje em dia não existem mais desculpas para não se ter um relacionamento. Até mesmo a distância é minimizada com a tecnologia. Então, o falecido ORKUT, entre outros meios de comunicação, entraram em ação e a amizade de Karin e Daniel foi tomando um novo rumo.

Após seis longos meses de conversa à distância, em um belo dia, Karin abre seu email e vê que Daniel lhe escreveu algo com o título "Assunto importante".
Você já deve imaginar o que aconteceu... Daniel, apaixonado e intenso, declarou todo o seu amor para Karin e lhe pediu em namoro!!!

Mas a história não acaba aqui, muito pelo contrário. A Karin recusou o pedido! Ela não estava convencida de que o pedido deveria ser feito assim, à distância. Talvez o namoro não desse certo com essa distância toda. Então, eles acabaram se afastando.

As próximas férias estavam chegando, mas dessa vez a Karin se mudaria definitivamente para a capital, pois estava entrando na faculdade.

Por algum tempo a Karin "fugiu" do Daniel nos corredores da igreja. Ela evitava esbarrar com ele. Mas aqui fica uma lição para os rapazes que desistem logo de cara: sejam persistentes porque a demora pode ser apenas uma questão de momento.

Em determinado dia não teve jeito, eles se esbarraram no corredor da igreja e começaram a conversar. Os "pingos nos Is" foram colocados... E eles decidiram que já não tinha motivo para não estarem juntos. Eles se gostavam, não estavam mais distantes e já haviam provado que havia sinceridade entre eles.

Após a faculdade eles entenderam que era hora de tomar uma decisão mais séria e começaram a planejar o casamento. Então, durante um café da manhã em seu lugar preferido, um bistrô parisiense em São Paulo, onde tomam café todos os domingos, Daniel fez a pergunta tão esperada, com direito a um ponto de interrogação (?) feito de macarrons. Dessa vez Karin aceitou prontamente e recebeu seu lindo anel de noivado, como sempre sonhara.

A Karin e o Daniel se casaram um ano antes de mim e nós duas sempre tivemos uma relação muito gostosa por termos vivido essa época de noivado e casamento tão perto uma da outra.

A história dos dois rendeu boas risadas, mas também derreteu meu coração ao pensar que nunca devemos desistir de ter ao nosso lado aquela pessoa que nos faz querer viver "felizes pra sempre".

O Daniel provou que é o tipo de homem que sabe o que quer e não desistiu da menina que fez o coração dele disparar. A Karin, toda meiga como é, deu um exemplo lindo para nós de como não existe vergonha nenhuma em voltar atrás em suas decisões e assumir que a segunda escolha pode ser a melhor!

E pra quem ficou curioso sobre a ex-namorada do Daniel e amiga da Karin, fique sabendo que elas continuaram amigas SIM e ela também encontrou a pessoa ideal com quem é muito feliz hoje em dia.

Essa é só a primeira de todas as histórias que contaremos nesse mês!
Continue acompanhando nossa série Especial do Namorados e se inspire nesse mês tão romântico!


                       

                       
                       




sexta-feira, 20 de maio de 2016

"Conselhos"

Recentemente, Dona Moça e eu fomos ao médico para pedir os exames pré-nupciais. Cada um com seu médico, que fique claro. Quando fui à minha consulta, foi uma série de pérolas. Primeiro: eu disse que estava lá pra pedir os exames pré-nupciais. Ele me responde da seguinte forma:
                                               "Você vai casar?"  
Por dentro, eu pensei rapidamente em 36 respostas irônicas que eu poderia dar. Por fora, "É, vou sim".  

Conversa continuou, ele entregou os pedidos de exame e, ao final da consulta, ele me diz: 

   "Casamento é bom nos primeiros sete anos. Depois, só com muita sorte."

Achei muito interessante essa afirmação contundente sobre um conhecimento que ele aparenta ter sobre todos os casamentos do mundo. Pelo jeito, ele passou por essa experiência e acha que todo mundo passou, passa e passará pela mesma experiência. Fora todos os problemas envolvidos com a falta da aplicação de método científico, essa conclusão, esse aparente conselho que ele quis me dar, não tem nenhuma aplicação. 

Mais interessante que esse médico, é que Dona Moça e eu temos ouvido muitos "conselhos" desse tipo. Não me entendam mal, existem os conselhos de verdade que temos recebido. Pessoas que nos amam falam de situações que provavelmente passaremos e algumas dicas de como poderemos resolver tais situações. No entanto, tem muita gente que é como esse médico: fala de algo ruim que aconteceu na própria vida, como se exatamente a mesma coisa fosse acontecer com todos, e para por aí. Não tem nenhum conselho, não tem nada de útil. É só uma fala amargurada de uma situação que a pessoa desejava não ter na memória e que, ao que parece, quer que todo mundo sinta a mesma coisa para que ela não se sinta tão mal. 

Pra vocês terem ideia, Dona Moça e eu já ouvimos que é melhor não casar, que vai ter dia que não vamos querer olhar na cara do outro e que ter filhos é a pior decisão que alguém pode tomar. Tentando tirar algo de útil desses supostos conselhos, eu sei que realmente o casamento não é um mar de rosas. Eu sei que Dona Moça e eu teremos nossos problemas e eu sei que iremos quebrar a cabeça pra conseguir resolvê-los. Mas gente, deixa a gente descobrir essas coisas por nós mesmos! Não somos tontos e nem ingênuos pra achar que vai ser tudo perfeito, mas também não quero ser pessimista e achar que vai dar tudo errado.

Outra coisa que tiro de bom desses "conselhos" é como o ser humano gosta de transferir culpa. Tomando por exemplo o que eu ouvi daquele médico, que atribuiu o sucesso após o sétimo ano de casamento à sorte. Sorte? Sério mesmo? Duas pessoas racionais que se uniram de livre e espontânea vontade só vão ter um bom relacionamento se tiverem sorte? Não é melhor construir um relacionamento sólido desde o começo, com comunicação, cumplicidade e amor? Não é melhor que os dois se esforcem para manter o relacionamento forte, apesar de quaisquer pesares que venham durante a vida? Não é melhor que cada um tente ser o melhor para o outro, objetivando sempre a felicidade do casal acima da felicidade individual?

Como minha cunhada escreveu na semana passada, é triste ver um relacionamento de amor se desfazendo. É triste ver uma família se desfazendo. E, quando paro para analisar friamente os casos de separação que conheço, quaisquer que sejam os motivos alegados, todos tem uma raiz em comum: Em alguma área da vida, o eu ficou acima do nós.

Sempre que eu escrevo algo relacionado à vida de casado, penso que há pessoas que me achem pedante. Ah, nem casou e pensa que sabe do que está falando. É, realmente eu sei pouco, mas sei o suficiente para ter a certeza que quero fazer feliz aquela que quer me fazer feliz.

1 Amplexo!

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Casamento à prova de fogo


Na última semana recebi uma notícia muito triste. Uma amiga minha muito querida está se divorciando. Eles estavam casados há 14 anos e tem dois filhos pequenos.

               

Quando ela me ligou contando sobre a situação eu fiquei muito triste, muito triste mesmo. Primeiro porque todas as pessoas da família sofrem as consequências de uma separação; segundo porque o motivo foi muito raso e a pessoa desistiu de ter uma família, alegando que ter uma família não era o seu sonho de vida; e terceiro porque eu sou completamente a favor dos relacionamentos e sempre tenho a esperança de que um relacionamento quebrado pode ser restaurado.

Então, ver que pessoas tão queridas por mim estão sofrendo e que esse relacionamento parece não ter volta, me doeu o coração. Fiquei muito triste mesmo.

Naquele dia eu resolvi assistir um filme sobre casamento cristão. Ouvi falar de um filme que se chama "Quarto de Guerra", mas ele não estava mais disponível no Netflix. Então decidi assistir o filme "Prova de Fogo", que eu havia assistido há muito tempo, antes mesmo de namorar.

O filme conta a história de um casal que está em uma crise. Caleb é bombeiro e Catherine trabalha num hospital. Depois de 6 anos de casamento, eles percebem que cada um seguiu seus interesses e não são capazes de se colocar no lugar do outro. Resultado: entram com o pedido de divórcio.

No desenrolar do filme, o pai de Caleb sugere que ele faça o "Desafio do Amor", que é um livro com algumas dicas para salvar o relacionamento aos poucos e esse desafio dura 40 dias. Nesse livro existem dicas de surpresas, conversas e atitudes que ajudarão o casal a se reconciliar, conhecendo-se novamente.

Quando o filme foi lançado (acredito que em 2008 ou 2009), foi lançado junto com ele um livro que se chama "O desafio de amar", que é justamente o livro que Caleb utiliza no filme.

                                           

Eu e o Meu Bem compramos esse livro como presente para dois casais de amigos nossos que participaram de uma programação apenas para casais. Na época estávamos noivos e compramos esse mesmo livro para nós também.

Confesso que ainda não utilizamos o livro, mas às vezes tenho o desejo de não precisar utilizá-lo.

O interessante do livro é que as soluções que ele traz são muito simples. O livro mostra atitudes que temos quando estamos apaixonados por alguém como se fosse a primeira vez.

Eu realmente acredito que relacionamentos quebrados podem ser restaurados. Eu acredito em casamento e acredito em reconciliação. 

O maior problema que vejo durante reconciliações mal sucedidas é que muitos casais tentam colocar um pedra em cima do que aconteceu e seguir adiante. Essa postura é errada, porque colocar uma pedra em cima do problema, não o resolve. Apenas o esconde.

A atitude correta para um relacionamento quebrado é o arrependimento e o perdão. É necessário sim ter conversa, falar do problema, expor seus sentimentos e deixar claro as suas dificuldades. O primeiro passo é reconhecer o erro. Depois disso vem o perdão. E depois que há verdadeiro perdão, existe o recomeço.

Quando somos cristãos, mesmo que alguém não reconheça o seu erro, é nosso dever perdoá-la. Mesmo que não se peça desculpas. Quando nossa atitude é de amor, respeito e perdão, não existe orgulho, egoísmo ou vaidade que fique firme. Qualquer barreira é quebrada.

Não digo isso porque é fácil. Pelo contrário. É extremamente difícil ter uma atitude de amor e perdão para com aquelas pessoas que nos feriram tão profundamente. Mas no casamento não deve haver orgulho. Da mesma forma que não deve ser considerado como vergonha uma atitude que nos leve a reerguer o que foi destruído no lar.

Uma das músicas do filme "A prova de fogo" diz que o amor não é uma luta, mas é algo que pelo qual vale a pena lutar.






Se ainda existe uma pequena parte de você que deseja salvar seu casamento, eu recomendo que assista esse filme, que compre esse livro e que se dedique a exercer o perdão e o amor incondicional. 

Quando a bíblia nos diz que o amor tudo crê, tudo espera e tudo suporta, é porque é possível viver esse tipo de amor. Um casamento que passa por uma crise e sobrevive, nunca mais será o mesmo. Será infinitamente melhor.

Quando olhamos para nós mesmos podemos perceber que somos falhos, egoístas, individualistas, orgulhosos e vaidosos; costumamos colocar nossos interesses acima de tudo e muitas vezes deixamos Deus de lado. E quando entendemos que mesmo sendo assim, Deus ainda está disposto a reconciliar o nosso relacionamento com Ele, entendemos que não existe erro no nosso cônjuge que nos dê o direito de desistir do casamento. 

Meu desejo é que você lute pelo seu casamento. De todas as coisas lindas que Deus criou, eu acredito que o casamento é a mais linda delas, porque família é a base de tudo! Deus foi quem fez o primeiro casamento de todos, no Éden. Eu brinco que Deus é casamenteiro, porque essa é a instituição mais forte que pode existir: Você + Deus + Seu cônjuge.

No filme, Caleb diz para um colega de trabalho que nunca se deve deixar seu parceiro, principalmente no meio de um incêndio. Isso não serve apenas para os bombeiros. Um casamento à prova de fogo, não significa que não passará por um incêndio, mas sim, que sairá ileso do meio dele. 

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Mães e Sogras

Na proximidade que estamos do dia das mães, nada mais justo (e clichê) que falar sobre elas nesse texto.

Desde que eu me entendo por gente, eu brigo com a minha mãe. Céus, como brigamos! Os dois, meio italianos, meio alemães e de pavio curto, as diferenças de opinião são algo constante. Ainda mais com o agravante da minha enorme teimosia, coisas que são razoavelmente pequenas geraram umas boas brigas entre nós. Apesar de todas as brigas, nós temos um bom relacionamento, pois não são somente os sentimentos de discórdia que estão a flor da pele; os de amor também estão. Por mais que possamos degladiar mil vezes num mesmo dia, nós nos resolvemos mil e uma vezes no mesmo dia. 

Para não sair do padrão, no dia que comecei a namorar a Dona Moça, minha mãe estava com vontade de bater boca comigo. Ela não estava exatamente brava... Estava meio chateada, meio preocupada e.... meio brava mesmo! Isso aconteceu porque eu não avisei que não iria para casa cedo, muito menos que ia a um encontro. E, pra piorar, nesse dia tinha sido a festa de aniversário dela, que ficaria mais velha no dia seguinte. Pra pisar na jaca de vez, eu desliguei o celular no encontro pra não ser interrompido e não atendi as 2537 ligações que minha mãe me fez. Resumindo: eu tinha pisado na bola.

Chegando em casa, meu pai estava na sala e minha mãe estava no quarto dela. Avisei meu pai que eu tinha começado a namorar e que ele ia precisar pagar a conta do jantar (eu ainda era universitário, não me julguem!). Ele quis saber com quem, aí eu disse, conversamos um pouco e fim. Conversa de homem, sabe? Dois minutos e fim. Depois, fui enfrentar a fera contar pra minha mãe.  

Entrei no quarto dela e, antes que ela pudesse verbalizar o sentimento que estava escrito em seu rosto, eu disse:

Oi mãe. Tô namorando.

A expressão no rosto dela mudou na hora, configurando-se num confuso porém feliz. Diferentemente da conversa com meu pai, essa durou um tempo razoável. Falei quem era, mostrei foto no Facebook pra ver se ela lembrava da Dona Moça e ficamos conversando um bom tempo falando sobre como tudo aconteceu. 

Depois desse dia, quando Dona Moça foi apresentada à família, minha mãe fez questão de recebê-la muito bem. Que fique claro que todos a receberam bem, mas minha mãe sempre foi mais de receber bem as pessoas. Foi nesse dia que pela primeira vez, pelo menos pra mim, minha mãe se tornou sogra. E devo dizer que é uma sogra bem legal! Gosta de paparicar a nora que é uma beleza!

Não sei bem ao certo como foi que a Dona Moça contou pra família dela que estava namorando. Deve ter sido algo semelhante, mas com menos palavras, afinal eles são bem mais contidos do que a minha família na hora de falar. O que sei bem ao certo foi como aconteceu a minha recepção na casa da Dona Moça. Fui muito bem recebido por todos lá, apesar do meu mau jeito naquele primeiro dia. E, desde o início, minha sogra me recebeu com muito carinho.

Olhando pro nosso relacionamento, vemos o quão sortudos Dona Moça e eu somos de termos sogras tão legais. Eu, particularmente, creio que a lenda ao redor das sogras é um tanto quanto exagerada. Mas, sendo exagero ou não, fico feliz que eu não me encontro entre aqueles para os quais essa lenda se aplica. 

Quando uma mãe se torna sogra, ela sente muito. Muito feliz, muito animada, muito triste, muito preocupada, muito confusa, muito... Sei lá. Deve ser uma mistura muito louca e díspar de sentimentos. Eu sei que minha mãe está feliz que vou casar, mas ela sabe também que vai ficar com saudade. E, quer saber? Eu também sinto a mesma coisa. Deixar de morar com quem se ama e com quem se morou junto por toda a vida é algo difícil.

Meu irmão disse uma vez uma coisa que me pareceu muito real:

A vida é um saco. Nunca está bom. Quando estamos namorando, ficamos com saudade da namorada. Quando casamos, ficamos com saudade dos pais. É um saco.

E gente, deve ser um saco mesmo. Ainda não me casei, e posso falar a maior bobagem do mundo, mas acho que deve ser muito difícil para o casal se acostumar a dividir o tempo entre as famílias. Qual feriado passa aonde, pra casa de quem vamos no fim de semana... Deve ser algo bem complexo de se fazer. Dona Moça e eu conversamos muito sobre isso desde já, sabendo que teremos de buscar um equilíbrio.

Olhando pra essa situação e imaginando a vida de casados, penso em como sou feliz de ter vontade de voltar pra casa dos meus pais. Não me entenda mal. Quero ter minha casa, minhas coisas e tudo mais. Mas não quero deixar de ser próximo à minha família e de aproveitar a companhia de quem amo. O mesmo vale para a Dona Moça.

Feliz mesmo fico quando penso que existem duas boas sogras no meu relacionamento. E duas mãe incríveis também. Que incentivam o nosso relacionamento, nosso crescimento e nossa proximidade. Infelizmente, nem todos os casais tem esse apoio das famílias. Claro, isso não é impeditivo para um relacionamento, mas quando a família está de acordo é bem melhor.

Somos abençoados por termos famílias que estão do nosso lado agora e continuarão depois de casarmos. Sou abençoado por ter uma mãe que procura sempre o melhor pra mim, inclusive procurando ser a melhor sogra de todas. Tenho certeza que a Dona Moça pensa a mesma coisa da mãe dela, mas não há motivos para competição. Eu ganho uma, ela ganha outra.

Eu tenho a melhor mãe do mundo.

Ela tem a melhor sogra do mundo.



Acho que é um bom empate! Embora a Dona Moça queira inverte-lo de vez em quando...

1 Amplexo! E feliz dia das mães! 

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Bela, recatada e do lar!

Há pouco mais de uma semana as redes sociais enlouqueceram com esse titulo numa matéria da revista VEJA sobre Marcela Temer, esposa de Michel Temer.

                 

Demorei para dar minha opinião pública sobre o assunto por diversos motivos. Um deles é que, normalmente, quando uma notícia explode na mídia, alguém escreve uma crítica sobre ela, depois outra pessoa critica quem criticou e depois alguém vem dar lição de moral sobre tudo que foi criticado.

Minha posição sobre o assunto foi construída após ler diversos textos sobre o mesmo.

1. Que há pessoas e movimentos que lutam pelo direito de escolha das mulheres, nós já sabemos.
2. Que existe uma porcentagem da população que gostaria de impor a forma como as pessoas se comportam, existe.
3. Que muitas pessoas gostam de ir contra às regras dos bons costumes e da boa educação apenas para mostrar que não seguem padrões, também se vê.
4. E, por fim, que muita gente não tem a menor ideia do que está acontecendo com o mundo e apenas segue as modas das redes sociais, é mais claro ainda.

Não quero focar no fato de que, talvez, a reportagem sobre Marcela Temer esteja ligada à situação política do país, ou que seja uma afronta à nossa atual presidente (me recuso a dizer presidenta, gente!).

Quero focar mais em alguns pontos que foram muito bem observados por diversas pessoas que escreveram a respeito.

Quando estamos solteiros, desejosos por um relacionamento sério, grande parte da população deseja ter um(a) companheiro(a) que pelo menos toma banho, escova os dentes, penteia o cabelo, passa perfume, corta as unhas e usa desodorante. Isso é o básico. Tenho certeza que, se fosse necessário diminuir o patamar de exigências, essas seriam as últimas a serem tiradas.

Digo isso porque o adjetivo "Bela" pareceu muito ofensivo para algumas pessoas, quando na verdade, ninguém procura ser feio. Ao contrário disso, em seu estilo e gosto, todas as pessoas buscam estar/ser belas. Da mesma forma que que normalmente procuramos um companheiro que agrade nossos olhos.

Agora vamos para o segundo adjetivo: "Recatada". A palavra recatada, segundo o dicionário, é um adjetivo utilizado para definir uma pessoa reservada e/ou tímida. Isso definitivamente é um adjetivo de Marcela Temer. Em quantas colunas de fofoca você encontra o nome dela? Me lembro de poucas repercussões sobre ela, uma em especial na posse de nossa presidente Dilma, pois ela fez um penteado lindo com trança embutida e a partir daí, virou febre utilizar esse penteado. Ou seja, copiar o penteado dela, ok. Mas copiar o comportamento dela é um absurdo, imposição machista da sociedade opressora.

O que muitas pessoas não entendem é que existe uma regra de vestimenta para todos os lugares. Você não utiliza um terno na praia, nem uma bermuda no escritório; você não vai a um tribunal utilizando chinelo de dedo e nem a um funeral utilizando um vestido colado e cheio de gliter. Em cada ambiente que você vai, você deve se vestir de forma que comunique sua mensagem, seja ela de respeito, de autoridade, de luto, de tranquilidade... Marcela Temer é uma figura pública, devido ao cargo de seu esposo e ela se veste como tal. Ninguém critica a Duquesa de Cambridge, Kate Midleton, por ser uma mulher recatada, que usa vestidos abaixo do joelho e nunca atrai situações constrangedoras. Mas em Londres pode, né?! No Brasil que é errado ser recatada (ironia).

O último adjetivo dado à Sra. Temer, foi "do lar". Uma pessoa considerada do lar é alguém que não trabalha fora de casa e vive para manter em ordem o espaço, os compromissos e a rotina de sua família. O trabalho de uma mulher do lar não é menos digno e nem menos cansativo do que o de uma mulher que trabalha fora de casa. Enquanto o trabalho fora de casa tem determinado número de horas e depois você está livre, o trabalho do lar não tem hora para começar e nem para terminar; é constante e serve a tudo e todos.

Li uma frase que achei muito interessante: "O feminismo fez parecer que as mulheres são livres quando servem seus empregadores, mas que são escravas quando ajudam seus maridos".

Eu acredito, como mulher cristã, que Deus criou homem e mulher, iguais em seus direitos, porém, cada um com sua função. Imagine um copo e um prato. Os dois foram feitos para utilidades culinárias, porém, não se coloca líquido no prato e nem comida no copo. Assim, vejo o homem e a mulher. Existem coisas que uma mulher pode fazer infinitas vezes melhor do que um homem. Porém, existem coisas que somente os homens podem realizar com 100% de destreza.

Minha mãe parou de trabalhar quando meu irmão tinha 1 ano de idade e só voltou quando ele estava com 9 anos (e eu com 6). Mas ela trabalhava em apenas um período, aquele que estávamos estudando. Ela começou a trabalhar o dia inteiro apenas quando eu tinha 15 anos (e meu irmão 18).

Ter a minha mãe em casa por tanto tempo foi muito positivo para mim. Aprendi a fazer inúmeras coisas que hoje seriam condenadas por parecer que minha mãe me criou para ser "Amélia". A verdade é que minha mãe me criou para ser completamente independente. Eu nunca precisei de ninguém para costurar minhas roupas ou para lavá-las. Minhas coisas estavam sempre conservadas. Aprendi a consertar tudo o que quebra. Inclusive, relacionamentos.

Meu pai me ensinou muitas coisas também. Me ajudou a ter uma personalidade forte e não aceitar tudo de cabeça baixa. Meu pai me ensinou que homem nenhum poderia gritar comigo e me machucar, porque ele NUNCA encostou a mão em mim. Meu pai sempre me ensinou a reconhecer meu valor e saber quem eu sou. Não precisei me rebelar nas redes sociais porque UM HOMEM me ensinou que posso ser quem eu quiser, contanto que eu respeite a mim mesma e as diferenças entre as pessoas.

O modelo de família na qual eu fui criada é o modelo de família que desejo perpetuar. Eu amo trabalhar e gosto muito do que faço, mas se um dia for possível que eu não trabalhe mais para cuidar da minha família em casa, eu vou ESCOLHER fazer isso.

Quando lutamos pelo direito de escolha, devemos ter em mente que as escolhas das outras pessoas podem ser diferentes da nossa. Portanto, se você decidiu não ser "recatada e do lar", não critique quem escolheu ser assim.

Se alguém te obriga a ser quem você não quer ser, está errado. Porém, a partir do momento que você decidiu começar uma família, você deve ter consciência de que suas escolhas afetarão as outras pessoas também. Em um relacionamento a dois é necessário considerar a opinião do outro para decidir como funcionará sua dinâmica familiar. 

Se Michel Temer é realmente um homem de sorte por ter uma mulher como Marcela Temer, só eles poderão dizer, pois somente eles podem saber o que precisam para que sua rotina funcione bem. A pergunta certa não é se ele tem sorte ou não. A pergunta certa é se MINHA FAMÍLIA se considera sortuda e abençoada pelas coisas que eu faço/sou por eles.

Se você tiver certeza que sua família está sendo privilegiada por quem você é e pelo que você faz, tenha certeza que você fez as escolhas certas!