Apresentação

Pra quem acredita que a lua-de-mel não acaba quando voltamos da viagem...

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Na alegria ou no desespero.

Qualquer pessoa que leia esse blog sabe que me casei recentemente com a Dona Moça. Essa semana, fizemos três meses de casados. Depois que percebi que já passou esse tempo, me toquei que não falei sobre os votos de casamento que trocamos no dia 26 de junho. Antes dos votos propriamente ditos, vamos voltar um pouco no tempo pra entender como que surgiram os nossos votos.

A Dona Moça é uma pessoa muito tímida, muito discreta. Aliás, ela tenta ser tão discreta quanto seu 1,80m de altura permite. Toda essa timidez e toda essa discrição quase que a impediu de fazer os votos como ela queria. A maioria dos casamentos atuais são os próprios noivos que escrevem seus votos. Dessa forma, além dos "prometo isso.... prometo aquilo", claramente essenciais para um compromisso como o matrimônio, há toques pessoais (e muitas vezes cômicos) de cada metade do casal. E era dessa forma que queríamos fazer: Cada um escreveria seus votos e leria no dia da cerimônia. 

E é aí que a timidez da Dona Moça poderia atrapalhar um pouco. Meses antes do casamento ela já dizia que não ia conseguir. Que ia ser muito difícil, que ia morrer de vergonha... Depois de muito pensarmos, concluímos que tentaríamos fazer nossos próprios votos sim. Caso ela não conseguisse ler, uma madrinha tinha o texto em mãos para socorrê-la. E assim, fizemos nossos votos.

Como qualquer brasileiro que se preze, deixei para escrever meus votos para a última hora. Afinal, se o casamento era domingo, às 11h da manhã, não há nenhum motivo para não escrever os votos no sábado de noite! Ainda bem que eu escrevi meus votos antes de minha mãe me dar um calmante (eu realmente estava uma pilha de nervos na semana antecedente à cerimônia): Eu fiquei completamente dopado. Nem consegui jogar video-game com meus irmãos, pois o controle caía da minha mão assim que o pegava. 

Chegado o dia da cerimônia, eu esperava muito que ela conseguisse ler os votos que ela fez. E ela conseguiu. Quase tirou o microfone da minha mão para que ela lesse primeiro, dizendo que se eu lesse primeiro, ela choraria e num ia dar certo. Em seguida, leu os votos lindos que havia escrito para mim. Logo depois, foi minha vez. Li meus votos, que foram os seguintes:

Minha lindinha. Depois de 2 anos e meio, chegamos aqui. Conhecendo um ao outro, aprendendo a amar um ao outro, percebendo os defeitos e as qualidades um do outro. No meio desse tempo, trocamos alianças de compromisso, quando tínhamos perto de 6 meses juntos. Nesse dia, fizemos uma pequena troca de votos. Hoje, vou refazê-la e complementá-la:


  • Prometo lhe amar pra sempre, mesmo quando brigarmos.
  • Prometo sempre lhe dizer a verdade, mesmo que ela não seja agradável.
  • Prometo ser fiel a você, por todos os anos que passarmos juntos.
  • Prometo secar suas lágrimas toda vez que você chorar, esquentar seus pés toda noite e ouvir você sempre que precisar.
  • Prometo estar sempre disposto a conversar e resolver os problemas que surgirem, mesmo se eu parecer teimoso demais.
  • Prometo sempre fazer muitas coisas gostosas na cozinha, apesar de nunca entender o fato de você não comer ovo frito.
  • Prometo cuidar de você, seja numa mansão ou num barraco, ou até mesmo quando nossa saúde e juventude passarem.
  • Acima de tudo, prometo ser o sacerdote do lar e nos ajudar na caminhada rumo ao Céu, pois só essa vida é muito curta para amar você.
Amo você. Pra sempre.
Thi.




Eu fui muito sincero quando disse o que disse nos votos. Nada menos que o esperado,  não é mesmo? Mas só recentemente entendi a dimensão da última parte dos meus votos.

Qualquer leitor assíduo do blog sabe que os autores do mesmo são cristãos. Por mais que o foco do blog seja o assunto CASAMENTO, para nós não há como separar a vida conjugal da religião, dado nossas crenças sobre como a vida e o matrimônio devem ser tratados. Então, plagiando um texto que viralizou recentemente: Desculpe o transtorno, mas eu preciso falar de Deus.

Há duas ou três semanas, eu tive um sonho. De sexta para sábado ou de sábado para domingo, não me lembro. Eu devia ter me mexido muito ou falado muito alto, pois a Dona Moça me deu um chacoalhão e me acordou. Na hora que a vi, desabei a chorar.

No meu sonho, estava conversando com a Dona Moça. No sonho, era final de julho, havíamos voltado recentemente de Lua de Mel. Estávamos à mesa da casa de minha sogra, quando ela me deu a notícia que tinha uma doença terminal. Ela disse que tinha essa doença desde que nos conhecemos, mas que os médicos só deram a notícia que ela era terminal no momento do sonho, e que ela tinha mais dois meses de vida. 

Eu nunca me senti tão desesperado. Durante o sonho e mesmo depois de acordar, afinal, o que eu sonhei não é algo impossível de acontecer. Não é como se a mula sem cabeça estivesse me assombrando; era algo realista, plausível.

Naqueles 5 segundos, entre acordar e perceber o que era realidade e o que não era, foi o maior desespero que senti na minha vida. 

E foi por isso que, ao refletir sobre isso, percebi o tamanho da importância do último verso de meus votos. Na real, por mais que planejemos, não sabemos o que a vida nos trará. Por mais que queiramos algumas coisas, não sabemos o que irá acontecer. A vida está, em grande escala, fora de nosso controle.

Por isso que eu preciso segurar a mão da minha esposa durante nossa caminhada religiosa pois, não importa o que aconteça, está combinado que vamos nos encontrar na vida eterna. Claro que isso não tira a dor de perdas, mas a certeza da vida eterna ao lado de Deus, ameniza a dor e dá esperança.

Claro que isso não tira a responsabilidade da vida, de planeja-la e buscar a felicidade. Seguir os planos de Deus traz, além de toda a esperança que sinto, a certeza que meu casamento está sendo e sempre será guiado por Aquele que sabe o melhor para mim e para a Dona Moça, antes que nós soubéssemos que somos o plano de Deus um para o outro.

1 Amplexo! 


sexta-feira, 23 de setembro de 2016

O suficiente para ser feliz

Esses dias viralizou nas redes sociais a história de um casal que abriu um dos presentes de casamento após 9 anos de casados. Você já leu sobre essa história?




Os protagonistas dela são o casal Kathy e Brandon. Após 9 anos de casamento, eles já tinham filhos, uma vida construída e algumas brigas pelo caminho. Quando eles se casaram, receberam um presente de uma tia-avó que continha um cartão, instruindo os dois a abrirem aquele presente somente após a primeira briga que tivessem.

Eles comentam que ao longo desses 9 anos tiveram brigas e desentendimentos que os levaram a pensar em abrir a caixa, mas que não queriam se dar por vencidos. Como se aquele presente fosse o único recurso que eles tinham.

Então, em determinado dia, após 9 anos, quando as crianças estavam dormindo, eles conversavam sobre um presente de casamento que teriam que comprar a um casal de amigos e pensaram que talvez seria o momento ideal para abrir aquela caixa e saberem o que estava ali.

O melhor de tudo foi que durante todos esses anos ele mantiveram a expectativa de que ali tinha alguma coisa incrível, o salvador de casamentos. Quando abriram o presente, tinha um bilhete para Kathy e outro para Brandon, com alguns dólares embrulhados. No bilhete de Brandon dizia que ele deveria utilizar esses dólares para comprar flores para a esposa e no bilhete de Kathy dizia para ela utilizar o dinheiro para preparar um bom jantar e um banho de banheira para o esposo.

Simples assim. O casal diz que, de longe, esse foi o melhor presente que já receberam. Era simples, cheio de significado e era realmente uma forma de salvar o casamento, quando praticada cada vez que existisse uma desavença.

Há algum tempo atrás eu me lembro que o Meu Bem estava trabalhando até tarde, sem hora para chegar em casa. Então eu disse para ele que quando as coisas estivessem mais calmas, a gente deveria tirar um tempo pra gente.

Então, em determinado dia, resolvemos afastar o sofá da sala (quando eu ainda tinha um sofá e meus gatos não tinha estragado ele), colocamos uma música pra tocar e dançamos ali mesmo, como se estivéssemos num lugar romântico. 

Foi muito simples. Um jantar feito em casa, como todos os dias, uma música para dançarmos abraçadinhos e um tempo totalmente dedicado para nós. A gente poderia ter ido a um restaurante, assistir um musical ou apreciar uma orquestra; poderíamos ter feito um piquenique no parque ou passar um dia no museu. Tudo isso teria um significado incrível para nós. Mas naquele momento, jantar em casa e dançar na nossa sala de estar era mais do que suficiente. Era exatamente o que a gente precisava.

Muitas vezes achamos que nosso cônjuge precisa de muito e que o nosso casamento precisa sair da rotina com frequência e com grandes coisas para dar certo. Mas a história de Kathy e Brandon me lembrou de como é simples fazer as coisas funcionarem. Inclusive, eu gostei muito de uma das coisas que eles falaram a respeito dessa história:

"Durante 9 anos (e 3 mudanças) essa caixa ficou depositada nas prateleiras de armários tomando poeira e ainda assim, de certa forma, nos ensinou sobre tolerância, entendimento, compromisso e paciência. Nosso casamento se fortaleceu à medida em que nos tornamos melhores amigos, parceiros, companheiros de time. Hoje nós decidimos abrir aquela caixa e eu finalmente tive luz. Eu percebi que as ferramentas para criar e manter um casamento forte e saudável não estão em uma caixa – estão dentro de nós"

Um casamento é feito de tolerância, entendimento, compromisso e paciência. Não é necessário um desentendimento para utilizar aqueles trocados e cozinhar um jantar, comprar flores ou preparar um banho relaxante para seu companheiro. Não é necessário comemorar um data especial para dançar juntos ou passar um tempo conversando no sofá.

Como seres humanos, como família, como cônjuge, nós realmente não precisamos de muitas coisas para sermos felizes. Com o passar do tempo começamos a ser mais exigentes com os outros, esperando mais dos outros e até de nós mesmos. Mas a realidade é que precisamos de muito pouco para sermos felizes de verdade.

Sair da rotina dentro de um casamento tem um significado muito maior do que gastar muito dinheiro em alguma comemoração/jantar/viagem. Pequenas coisas mudam nossa rotina e nos fazem valorizar a vida que temos juntos.

Quando nos tornamos o melhor amigo do nosso cônjuge. as coisas não precisam ser complicadas. Desde a forma como pedimos desculpas, até a forma de celebrar o amor. Quando aprendemos a ser tolerantes e pacientes, descobrimos que pouco é o que nos falta e muito é o que nós temos. Descobrimos que, muitas vezes, aquilo que temos é o suficiente para nos fazer felizes.




sexta-feira, 16 de setembro de 2016

A Viagem - Madrid - Parte IV

Pra quem já cansou de ouvir falar de Madrid, acalme-se, já está acabando. Pra que ainda não cansou, aí vem mais um pouquinho da nossa estadia na capital espanhola.

Por mais que eu tenha gostado muito dos museus e do Parque del Retiro, esses não foram os únicos lugares que visitamos durante a Luna de Miel. E aqui vão mais alguns lugares excelentes para se conhecer.

Primeiramente, o Palacio de las Comunicaciones, também conhecido como Palacio de Cibeles. Localizado em frente à Plaza de Cibeles, o prédio é localizado próximo ao centro da cidade, na mesma rua que 4 dos museus que visitamos. Lindo e suntuoso por fora, o palácio mantém esse padrão também do lado de dentro. Suas salas, com exposições diversificadas, tem uma decoração moderna e muito bem feita. Enquanto estávamos lá, havia exposições artísticas e fotográficas. A que mais chamou nossa atenção, no entanto, foi uma exposição sobre os refugiados, advindos de diversos lugares do mundo. A exposição era feita por malas, com conteúdos reais de refugiados que chegaram à Espanha. Algumas continham algumas roupas, outras continham diversos pertences pessoais, outras com quase nada. Bem real. Bem reflexivo.

Entretanto, a parte mais legal de todo o palácio foi essa:


O palácio tem um mirante, maravilhoso, que dá uma volta completa na cobertura do prédio. A visão dessa foto, para a frente do prédio, mostra a Plaza de Cibeles. A entrada no palácio é gratuita, mas para subir ao mirante custa alguns poucos euros, que valem totalmente a pena. 

A área verde, na parte superior da foto, é o o jardim de um quartel general no exército espanhol. Quartel geral que entramos meio que por acaso. Ele estava no caminho entre nosso hotel e grande parte dos locais que fomos visitar. Um dia, percebemos que ele estava aberto ao público, para uma exposição de arte relacionada ao tema militar. O mais legal mesmo era o jardim; belíssimo. Caso esteja aberto quando você for, vale a pena a visita.

Outro lugar muito legal de se ir é o Palácio Real de Madrid.


Talvez essa não seja a minha melhor cara de todas, mas gosto dessa foto mesmo assim. O lugar é gigantescamente gigante (paradoxo siléptico incluso). É bom pra apreciar, nem que seja por pouco tempo, aquele luxo que sabemos ser inalcançável para a maioria dos mortais. Uma sala mais linda que a outra. Um quarto mais maravilhoso do que o outro. Mas nada ganha da sala de jantar. Dona Moça e eu até chegamos a contar quantos assentos havia em volta daquela mesa, mas é claro que minha mente falha nessa hora derradeira. A prataria era espetacular. A louça e os cristais, nem se fala. Era o sonho de consumo para qualquer aficionado por coisas de cozinha,

Dos lugares "entráveis", esses foram os mais legais. Entretanto, Madrid também é uma cidade para ser vista. Há diversos monumentos históricos, praças e portais que podem ser acessados sem custo algum. Dentre eles, há a Plaza de España, que tem um monumento a Miguel de Cervantes. A Plaza Mayor, uma das mais antigas e tradicionais praças de Madrid, cheia de restaurantes tradicionais. O Parque del Oeste, que tem um roseiral absurdo de lindo, e um teleférico que proporciona uma das melhores visões da cidade. Antigas portais de acesso à cidade, utilizados pela realeza, ainda estão de pé, como a Puerta de Toledo e a Puerta de Alcalá (abaixo).



Além dos pontos turísticos, a arquitetura madrilenha é muito linda. Dona Moça tirava a câmera de 10 em 10 minutos para fotografar algum prédio que ela tivesse gostado. Pra uma engenheira civil, a cidade foi um prato cheio. Aliás, devo dizer que uma das partes mais legais da nossa viagem, foi a possibilidade de nos perdermos juntos para admirar as belezas da cidade, descobrindo coisas fora do plano de viagem. Acho que isso vale meio que pra vida toda, né? As coisas devem ser planejadas, os objetivos traçados e perseguidos. Mas uma das melhores coisas é ir descobrindo a beleza da vida, ao lado de quem se ama!

1 Amplexo!

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Casei com uma família

Eu sempre ouvia as pessoas dizendo que quando você escolhe uma pessoa para casar, você se casa com a família dela também. Embora eu entendesse o que as pessoas falavam, eu não ainda não tinha vivido isso 100%, por isso, não podia compreender a profundidade dessa fala.



A grande maioria das vezes que eu ouvi essa fala foi de forma negativa, como se as pessoas dissessem e algumas disseram

"Cuidado com a sogra"
"Ele vai ter os mesmos defeitos do seu sogro"
"Se você tiver uma cunhada, boa sorte!"
"Se você tiver um cunhado, vai ter que competir com a mulher dele"

E por aí vai...

Por sorte (planos de Deus - escolhas - esforço de ambos os lados), eu já conhecia a família do Meu Bem antes mesmo de pensar em namorar com ele. A família dele fazia parte do meu convívio e do meu círculo de amizades e vice-versa. Até o falecido Vô Honiel (avô do Meu Bem) ficava de conversa com meu pai na porta da igreja.

Mas o fato de nos conhecermos antes não torna o convívio mais ou menos difícil. Isso porque todos nós somos seres humanos e todos nós temos sentimentos e todos nós erramos. Não posso dizer que nunca houve nenhum tipo de conflito entre as pessoas dessas duas famílias, porque seria mentira.

Nesse ponto entra o esforço de ambos os lados. É nesse momento que precisamos sentar, ouvir o lado de cada um, analisar o momento que cada um está vivendo e compreender se é a hora de ser solícito ou de se afastar até que as coisas melhorem. 

Ao longo desses 4 anos que estou com o Fellipe as coisas tem sido assim. E por agirmos dessa forma com as duas famílias é que construímos um sentimento de união, como se as duas famílias fossem apenas uma mesmo. Eu até falei em um outro post sobre lidar com os sentimentos dos pais. (leia aqui)

Acontece que muitos casais entram em guerra com a família do cônjuge e perde as oportunidades que a boa convivência traz para o casal. E, infelizmente, todos os envolvidos perdem quando esses conflitos acontecem.

Esses dias eu contei para vocês sobre uma surpresa desagradável que recebemos. (leia aqui)
Fazem pouco mais de 15 dias que o Meu Bem foi demitido do seu emprego. Nós já estávamos "esperando". Na verdade, ninguém espera por esse tipo de notícia, mas como era algo que estava acontecendo com frequência na empresa que ele trabalhava, chegar no final da semana ainda empregado era um motivo de muita comemoração. Então, chegou um dia que a notícia foi conosco. Ficamos tristes, chateados, choramos e depois levantamos a cabeça e seguimos com a vida.

Foram nessas últimas 3 semanas que eu encontrei mais motivos ainda para agradecer. Foram dias que recebemos a visita dos meus sogros e dos meus pais, dias em que meu cunhado passou um tempo com o Meu Bem, dias que fomos jantar com meus pais sem precisar avisá-los, dias que visitamos a família em Joinville e demos risadas como se nenhum problema estivesse rondando a nossa mente.

Meu pai e meu sogro ofereceram a mesma coisa, ao mesmo tempo. Disseram que se um dia as coisas ficassem difíceis demais, sempre haveria lugar pra nós na casa deles. Bonitinhos!

Nas últimas 3 semanas diversas pessoas se prontificaram a indicar o Fellipe para outros empregos, mas além disso, pessoas da família cozinharam para nós, ofereceram um dia de faxina como presente, nos telefonaram inúmeras vezes, cuidaram dos nossos gatinhos enquanto viajávamos, oraram por nós, oraram conosco.

Quando eu penso nessas últimas 3 semanas eu não consigo entender porque seria negativo pensar que ao nos casarmos, casamos também com uma família inteira. Claro que uma hora ou outra podem haver conflitos, afinal, somos seres humanos. Mas na hora que nós precisamos, a verdade é que não chegou a ter nenhuma necessidade. Todos se prontificaram a nos amparar no que fosse preciso. 

Não entre em guerra contra a sua família. Não esteja em guerra contra a família do seu cônjuge. Você se casou com uma família inteira, sim. Agora eles também são sua família. Esteja pronto a ajudar e tenha o coração aberto a aceitar repreensões, se necessário. A nossa família é quem nos conhece da forma que realmente somos, porque são eles que vêem o pior, mas também o melhor que tem em nós.

Eu tenho certeza absoluta que para os meus pais, o Fellipe é um filho, porque ele os ama e respeita como pais. Se meus pais dão um conselho, ele ouve da mesma forma que se fossem os pais dele. E é assim comigo também. Aprendemos a amar nossa nova família, com todos os defeitos que eles possuem. 

Seja a filha/o filho que aquela família ganhou. Que suas atitudes sejam envolventes de forma que não haja separação entre filha e nora, filho e genro. Seja querido e amável. Eu sempre vou bater nesse tecla, porque se queremos ver diferença na forma como somos tratados, precisamos começar em nós. Só podemos exigir aquilo que ofereceremos. Se você quer se sentir um filho, ame seus sogros como pais. É impossível não haver reciprocidade. 


sexta-feira, 2 de setembro de 2016

A Viagem - Madrid - Parte III

Depois de narrar sobre os museus incríveis que visitamos em Madrid, vou falar do lugar que Dona Moça e eu julgamos ser um dos mais bonitos da capital espanhola: El Parque Del Retiro.

A primeira vez que vimos o parque foi no mirante do Palácio de las Comunicaciones, também conhecido como Palácio de Cibeles (depois falo dele). Lá do alto, o parque era uma grande interrupção verde no meio da linda arquitetura da cidade. De perto, o parque se revela muito mais que isso.

Nós utilizamos duas entradas nas nossas visitas: Uma em frente à Puerta de Alcalá e a entrada Del Ángel Caído. A primeira nos recebe com um portão ornamentado por torres de flores. Aliás, em vários pontos de cidades há essas torres: estruturas cilíndricas com vários patamares, aonde pequenos vasos de flores são colocados bem juntos, dando a impressão, para quem vê de longe, que é um arbusto densamente florido. Seguinte à entrada que me refiro, há um caminho entre árvores, com uma ilha de flores e fontes de água no meio. Tudo muito bonito e muito bem cuidado.


O parque recebe visitantes de todos os tipos: Famílias com filhos pequenos, pessoas mais velhas fazendo caminhadas, muita gente indo se exercitar nas instalações do parque... Todos aproveitando as belezas naturais e arquitetônicas que o parque provê. Como fomos no verão, tinha até gente aproveitando pra tomar sol no parque... De roupa de banho, diga-se de passagem!

Mas voltando às coisas bonitas do parque. Depois de uma caminhada de poucos minutos após a entrada, podemos ver um lago enorme, cheio de barquinhos que podem ser alugados para passeio. Eu nem me atrevi a ir num deles! Descoordenado como sou, ia acabar dando ruim! 


Ao fundo do lago, há o monumento ao rei Afonso XII. Como super sei tudo de história, não faço a mais pífia ideia de que seria essa pessoa, afora o fato dele ter sido rei. Mas que o lugar é bonito, isso é! A construção parece um teatro ao ar livre, cheio de arquibancadas ao redor da estátua do rei montado em seu cavalo; tudo feito com pedras e cheio de esculturas de seres míticos. Pelo que a Wikipedia me disse, esse cara foi um rei importante.


Adentrando mais no parque, há muitos lugares lindos a se ver. Por mais que seja um parque, há alguns cenários especialmente bucólicos que são excelentes pra tirar fotos de casal apaixonado! Essa foto foi tirada em cima de uma ponte de madeira, bem com cara de interior mesmo! O riacho que corria abaixo da ponte fazia aquele barulhinho bem gostoso, que dá vontade de esticar na grama e dormir ouvindo aquele som. Esses e outros cenários que surpreendem são achados por todo o parque. Quem for, tem que dar uma volta lá por dentro pra descobrir esses lugares.


Quem está lendo atentamente o que escrevo, deve estar sentindo falta da beleza arquitetônica, que eu disse haver no parque. Pois bem. Como toda a cidade de Madrid, o parque tem uma arquitetura marcante (quando você é casado com uma engenheira civil, você começa a reparar em tudo o que é construção): São dois prédios que funcionam como museus, administrados pela mesma fundação do Museo Reina Sofia, citado no texto anterior. São eles o Palacio de Cristal e o Palacio de Velázquez

O Palácio de Cristal é um esqueleto de metal com as lacunas preenchidas por vidro. De fora, é lindíssimo. De dentro, estava um inferno. Não me leve a mal, continuava lindo por dentro, mas quem aguenta aquele calor? Estava um calor senegalês e o lugar é todo de vidro! Todo aaquele sol ia direto para nós! Apesar disso, ainda deu pra sorrir pra foto. =)


O Palácio de Velázquez é uma construção mais antiga, grandiosa e muito linda. E, graças a Deus, ela tinha ar condicionado. Com um pé direito altíssimo, o palácio ainda era imponente mesmo do lado de dentro.


Por serem administrados pela fundação Reina Sofia, ambos os lugares abrigam exposições de arte moderna e contemporânea. O Palácio de Cristal estava com uma exposição de meios de comunicação e transporte. Uma arte meio moderna demais pro meu gosto, mas como era algo comum à realidade de todos nós, até que deu pra entender alguma coisa. Agora, no Palácio de Velázquez, estava uma exposição que só artista entende e olhe lá. Realmente, pra duas pessoas de exatas, a única reação a se ter está registrada a seguir.


Por mais que o parque seja espetacular, tem uma coisa em particular que nos impressionou muito: Ele é extremamente bem cuidado e extremamente limpo! As pessoas que trabalham nele fazem seu trabalho, seja lá qual ele for, com esmero e demonstrando muito amor. Não importa se o trabalho seja tirar as folhas secas do caminho de quem anda pelo parque; tudo é muito bem feito, o que só valoriza o parque ainda mais!

Quem dera todos os relacionamentos fossem tão bem cuidados como aquele parque é. A vida com certeza seria muito mais bonita!

1 Amplexo!