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sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Casei com uma família

Eu sempre ouvia as pessoas dizendo que quando você escolhe uma pessoa para casar, você se casa com a família dela também. Embora eu entendesse o que as pessoas falavam, eu não ainda não tinha vivido isso 100%, por isso, não podia compreender a profundidade dessa fala.



A grande maioria das vezes que eu ouvi essa fala foi de forma negativa, como se as pessoas dissessem e algumas disseram

"Cuidado com a sogra"
"Ele vai ter os mesmos defeitos do seu sogro"
"Se você tiver uma cunhada, boa sorte!"
"Se você tiver um cunhado, vai ter que competir com a mulher dele"

E por aí vai...

Por sorte (planos de Deus - escolhas - esforço de ambos os lados), eu já conhecia a família do Meu Bem antes mesmo de pensar em namorar com ele. A família dele fazia parte do meu convívio e do meu círculo de amizades e vice-versa. Até o falecido Vô Honiel (avô do Meu Bem) ficava de conversa com meu pai na porta da igreja.

Mas o fato de nos conhecermos antes não torna o convívio mais ou menos difícil. Isso porque todos nós somos seres humanos e todos nós temos sentimentos e todos nós erramos. Não posso dizer que nunca houve nenhum tipo de conflito entre as pessoas dessas duas famílias, porque seria mentira.

Nesse ponto entra o esforço de ambos os lados. É nesse momento que precisamos sentar, ouvir o lado de cada um, analisar o momento que cada um está vivendo e compreender se é a hora de ser solícito ou de se afastar até que as coisas melhorem. 

Ao longo desses 4 anos que estou com o Fellipe as coisas tem sido assim. E por agirmos dessa forma com as duas famílias é que construímos um sentimento de união, como se as duas famílias fossem apenas uma mesmo. Eu até falei em um outro post sobre lidar com os sentimentos dos pais. (leia aqui)

Acontece que muitos casais entram em guerra com a família do cônjuge e perde as oportunidades que a boa convivência traz para o casal. E, infelizmente, todos os envolvidos perdem quando esses conflitos acontecem.

Esses dias eu contei para vocês sobre uma surpresa desagradável que recebemos. (leia aqui)
Fazem pouco mais de 15 dias que o Meu Bem foi demitido do seu emprego. Nós já estávamos "esperando". Na verdade, ninguém espera por esse tipo de notícia, mas como era algo que estava acontecendo com frequência na empresa que ele trabalhava, chegar no final da semana ainda empregado era um motivo de muita comemoração. Então, chegou um dia que a notícia foi conosco. Ficamos tristes, chateados, choramos e depois levantamos a cabeça e seguimos com a vida.

Foram nessas últimas 3 semanas que eu encontrei mais motivos ainda para agradecer. Foram dias que recebemos a visita dos meus sogros e dos meus pais, dias em que meu cunhado passou um tempo com o Meu Bem, dias que fomos jantar com meus pais sem precisar avisá-los, dias que visitamos a família em Joinville e demos risadas como se nenhum problema estivesse rondando a nossa mente.

Meu pai e meu sogro ofereceram a mesma coisa, ao mesmo tempo. Disseram que se um dia as coisas ficassem difíceis demais, sempre haveria lugar pra nós na casa deles. Bonitinhos!

Nas últimas 3 semanas diversas pessoas se prontificaram a indicar o Fellipe para outros empregos, mas além disso, pessoas da família cozinharam para nós, ofereceram um dia de faxina como presente, nos telefonaram inúmeras vezes, cuidaram dos nossos gatinhos enquanto viajávamos, oraram por nós, oraram conosco.

Quando eu penso nessas últimas 3 semanas eu não consigo entender porque seria negativo pensar que ao nos casarmos, casamos também com uma família inteira. Claro que uma hora ou outra podem haver conflitos, afinal, somos seres humanos. Mas na hora que nós precisamos, a verdade é que não chegou a ter nenhuma necessidade. Todos se prontificaram a nos amparar no que fosse preciso. 

Não entre em guerra contra a sua família. Não esteja em guerra contra a família do seu cônjuge. Você se casou com uma família inteira, sim. Agora eles também são sua família. Esteja pronto a ajudar e tenha o coração aberto a aceitar repreensões, se necessário. A nossa família é quem nos conhece da forma que realmente somos, porque são eles que vêem o pior, mas também o melhor que tem em nós.

Eu tenho certeza absoluta que para os meus pais, o Fellipe é um filho, porque ele os ama e respeita como pais. Se meus pais dão um conselho, ele ouve da mesma forma que se fossem os pais dele. E é assim comigo também. Aprendemos a amar nossa nova família, com todos os defeitos que eles possuem. 

Seja a filha/o filho que aquela família ganhou. Que suas atitudes sejam envolventes de forma que não haja separação entre filha e nora, filho e genro. Seja querido e amável. Eu sempre vou bater nesse tecla, porque se queremos ver diferença na forma como somos tratados, precisamos começar em nós. Só podemos exigir aquilo que ofereceremos. Se você quer se sentir um filho, ame seus sogros como pais. É impossível não haver reciprocidade. 


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