Apresentação

Pra quem acredita que a lua-de-mel não acaba quando voltamos da viagem...

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Na alegria ou no desespero.

Qualquer pessoa que leia esse blog sabe que me casei recentemente com a Dona Moça. Essa semana, fizemos três meses de casados. Depois que percebi que já passou esse tempo, me toquei que não falei sobre os votos de casamento que trocamos no dia 26 de junho. Antes dos votos propriamente ditos, vamos voltar um pouco no tempo pra entender como que surgiram os nossos votos.

A Dona Moça é uma pessoa muito tímida, muito discreta. Aliás, ela tenta ser tão discreta quanto seu 1,80m de altura permite. Toda essa timidez e toda essa discrição quase que a impediu de fazer os votos como ela queria. A maioria dos casamentos atuais são os próprios noivos que escrevem seus votos. Dessa forma, além dos "prometo isso.... prometo aquilo", claramente essenciais para um compromisso como o matrimônio, há toques pessoais (e muitas vezes cômicos) de cada metade do casal. E era dessa forma que queríamos fazer: Cada um escreveria seus votos e leria no dia da cerimônia. 

E é aí que a timidez da Dona Moça poderia atrapalhar um pouco. Meses antes do casamento ela já dizia que não ia conseguir. Que ia ser muito difícil, que ia morrer de vergonha... Depois de muito pensarmos, concluímos que tentaríamos fazer nossos próprios votos sim. Caso ela não conseguisse ler, uma madrinha tinha o texto em mãos para socorrê-la. E assim, fizemos nossos votos.

Como qualquer brasileiro que se preze, deixei para escrever meus votos para a última hora. Afinal, se o casamento era domingo, às 11h da manhã, não há nenhum motivo para não escrever os votos no sábado de noite! Ainda bem que eu escrevi meus votos antes de minha mãe me dar um calmante (eu realmente estava uma pilha de nervos na semana antecedente à cerimônia): Eu fiquei completamente dopado. Nem consegui jogar video-game com meus irmãos, pois o controle caía da minha mão assim que o pegava. 

Chegado o dia da cerimônia, eu esperava muito que ela conseguisse ler os votos que ela fez. E ela conseguiu. Quase tirou o microfone da minha mão para que ela lesse primeiro, dizendo que se eu lesse primeiro, ela choraria e num ia dar certo. Em seguida, leu os votos lindos que havia escrito para mim. Logo depois, foi minha vez. Li meus votos, que foram os seguintes:

Minha lindinha. Depois de 2 anos e meio, chegamos aqui. Conhecendo um ao outro, aprendendo a amar um ao outro, percebendo os defeitos e as qualidades um do outro. No meio desse tempo, trocamos alianças de compromisso, quando tínhamos perto de 6 meses juntos. Nesse dia, fizemos uma pequena troca de votos. Hoje, vou refazê-la e complementá-la:


  • Prometo lhe amar pra sempre, mesmo quando brigarmos.
  • Prometo sempre lhe dizer a verdade, mesmo que ela não seja agradável.
  • Prometo ser fiel a você, por todos os anos que passarmos juntos.
  • Prometo secar suas lágrimas toda vez que você chorar, esquentar seus pés toda noite e ouvir você sempre que precisar.
  • Prometo estar sempre disposto a conversar e resolver os problemas que surgirem, mesmo se eu parecer teimoso demais.
  • Prometo sempre fazer muitas coisas gostosas na cozinha, apesar de nunca entender o fato de você não comer ovo frito.
  • Prometo cuidar de você, seja numa mansão ou num barraco, ou até mesmo quando nossa saúde e juventude passarem.
  • Acima de tudo, prometo ser o sacerdote do lar e nos ajudar na caminhada rumo ao Céu, pois só essa vida é muito curta para amar você.
Amo você. Pra sempre.
Thi.




Eu fui muito sincero quando disse o que disse nos votos. Nada menos que o esperado,  não é mesmo? Mas só recentemente entendi a dimensão da última parte dos meus votos.

Qualquer leitor assíduo do blog sabe que os autores do mesmo são cristãos. Por mais que o foco do blog seja o assunto CASAMENTO, para nós não há como separar a vida conjugal da religião, dado nossas crenças sobre como a vida e o matrimônio devem ser tratados. Então, plagiando um texto que viralizou recentemente: Desculpe o transtorno, mas eu preciso falar de Deus.

Há duas ou três semanas, eu tive um sonho. De sexta para sábado ou de sábado para domingo, não me lembro. Eu devia ter me mexido muito ou falado muito alto, pois a Dona Moça me deu um chacoalhão e me acordou. Na hora que a vi, desabei a chorar.

No meu sonho, estava conversando com a Dona Moça. No sonho, era final de julho, havíamos voltado recentemente de Lua de Mel. Estávamos à mesa da casa de minha sogra, quando ela me deu a notícia que tinha uma doença terminal. Ela disse que tinha essa doença desde que nos conhecemos, mas que os médicos só deram a notícia que ela era terminal no momento do sonho, e que ela tinha mais dois meses de vida. 

Eu nunca me senti tão desesperado. Durante o sonho e mesmo depois de acordar, afinal, o que eu sonhei não é algo impossível de acontecer. Não é como se a mula sem cabeça estivesse me assombrando; era algo realista, plausível.

Naqueles 5 segundos, entre acordar e perceber o que era realidade e o que não era, foi o maior desespero que senti na minha vida. 

E foi por isso que, ao refletir sobre isso, percebi o tamanho da importância do último verso de meus votos. Na real, por mais que planejemos, não sabemos o que a vida nos trará. Por mais que queiramos algumas coisas, não sabemos o que irá acontecer. A vida está, em grande escala, fora de nosso controle.

Por isso que eu preciso segurar a mão da minha esposa durante nossa caminhada religiosa pois, não importa o que aconteça, está combinado que vamos nos encontrar na vida eterna. Claro que isso não tira a dor de perdas, mas a certeza da vida eterna ao lado de Deus, ameniza a dor e dá esperança.

Claro que isso não tira a responsabilidade da vida, de planeja-la e buscar a felicidade. Seguir os planos de Deus traz, além de toda a esperança que sinto, a certeza que meu casamento está sendo e sempre será guiado por Aquele que sabe o melhor para mim e para a Dona Moça, antes que nós soubéssemos que somos o plano de Deus um para o outro.

1 Amplexo! 


2 comentários:

  1. Texto maravilhoso!
    Que Jesus guie os passos de cada uma das minhas 'quianças', individualm e casal. Que a caminhada, sempre segurando nas mãos de Jesus,os conduza ao céu.
    Amo você Thi. Amo a d. moça.
    Amo você Pipe. Amo a Angelikinha.

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  2. Texto maravilhoso!
    Que Jesus guie os passos de cada uma das minhas 'quianças', individualm e casal. Que a caminhada, sempre segurando nas mãos de Jesus,os conduza ao céu.
    Amo você Thi. Amo a d. moça.
    Amo você Pipe. Amo a Angelikinha.

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