Apresentação

Pra quem acredita que a lua-de-mel não acaba quando voltamos da viagem...

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Um milagre em minha vida

No início do ano eu disse que gostaria que em 2016 tivessem mais histórias no blog. Tivemos um Especial de Dia dos Namorados, contando a história de vários casais. O primeiro post do ano foi uma história de um casal que enfrentou uma doença  repentina. Nada mais justo que terminar o ano com uma história de outro casal querido, que também vivenciou momentos dificílimos durante seu casamento, mas que olha o spoiler puderam encontrar seu final feliz!



Hoje vamos conhecer a história da Vanessa e do Renato. 

Eu conheci a Vanessa na faculdade e, consequentemente, conheci o Renato através da Vanessa. Eles iniciaram o namoro na época da faculdade e, pouco tempo depois, ficaram noivos. Hoje, no ano de 2016, completaram 3 anos de casamento e receberam um presente lindo, que é a Heloísa, filha do casal.

Mas antes de todo esse final feliz, eles passaram por momentos de muito medo. Aos 5 meses de casamento a Vanessa adoeceu. Ela conta que considera que sua vida hoje é um milagre. Em novembro de 2013, no início do casamento, Vanessa e Renato decidiram aprofundar seu relacionamento com Deus, num projeto de 40 madrugadas de oração, que foi o que lhes deu fé para enfrentar o que estaria por vir. No início de dezembro ela começou a sentir fortes dores nas costas e muita falta de ar. Passou por diversos médicos e recebeu diferentes diagnósticos: dor muscular, pedra nos rins, dentre outros. Seguiu com todos os tratamentos, mas nada adiantava. Continuou buscando uma resposta, até que o diagnóstico de pneumonia apareceu e, dentre todos, parecia o mais correto. A Vanessa seguiu com a medicação e tratamento pelo tempo indicado, mas o mesmo não foi eficaz.

Em fevereiro o casal resolveu participar de um retiro espiritual de sua igreja, pensando que ao passar um tempo ao ar livre poderia ajudar a Vanessa. Mas isso não aconteceu. Ao retornar do retiro espiritual, Vanessa continuou sua busca, até que por fim, em um hospital da Zona Sul de São Paulo, recebeu o diagnóstico correto. Vanessa estava com embolia pulmonar, o mesmo que trombose no pulmão. 

Os médicos se questionavam como a Vanessa ainda estava viva, pois ela possuía muitos coágulos em seu pulmão, tanto coágulos velhos, quanto coágulos novos. Demorou algum tempo ainda para se descobrir de onde vinham tantos coágulos, já que ela não tinha trombose em nenhuma parte do corpo, além do pulmão. 

Depois de muitos exames e o início de dois ataques cardíacos, foi descoberto que a Vanessa possuía um tumor no átrio direito do coração e era de lá que os coágulos vinham. Ela passou por um procedimento cirúrgico para a retirada do tumor, que era benigno.

Vanessa teve alta do hospital em abril de 2014, após 30 dias de internação e seguiu com sua vida normalmente após isso tudo. 

Mais de um ano depois, em agosto de 2015 ela engravidou. Sua gestação era, inicialmente, de risco, devido ao seu histórico, pois a mesma poderia gerar novos coágulos. Mas após muitos exames e investigações, chegou-se à conclusão de que não haveria nenhum problema, já que a causa dos coágulos era o tumor que já havia sido retirado.

A Vanessa passou por momentos de muita angústia e não podemos esquecer que, nesse meio tempo, o Renato estava sofrendo tudo isso junto com ela. Como se não bastasse toda essa situação que eles viveram, o Renato foi demitido no mesmo dia que a Vanessa foi internada, mas ele guardou essa informação pra si, para que a Vanessa não passasse por mais uma situação de stress.

Para ela, o Renato foi o porto seguro, a pessoa que esteve todos os dias com ela no hospital, auxiliando e cuidando, contando piadas e deixando todos bem humorados, como é o estilo dele.

"Apesar de indiretamente algumas pessoas me prepararem pra morte dela, mantive total otimismo e NUNCA me passou pela cabeça essa possibilidade. Pensava que seria difícil e o foi de fato, mas ver ela alegre a cada dia me dava motivos pra prosseguir animando ela, levando bom humor e leveza a cada entrada e saída, e a cada explicação de algum médico."
(Renato)




Eles estavam no início do casamento, ainda se conhecendo e, certamente, ninguém planeja passar por uma situação dessas. Mas a provação veio como forma de unir mais o casal, de fazê-los mais fortes, de se doar para o bem do outro e de orar um pelo outro da forma mais profunda e verdadeira.

Depois de viver toda essa situação, receber um presente como um bebê. muda completamente a perspectiva de vida. Antes, a Vanessa achava que sua vida era um milagre. Agora, além disso, ela percebeu que o maior milagre é que Deus pode fazer através de nós. Que, além de lhe recuperar a saúde, Ele confiou a educação de uma criança. E essa bênção é incomparável.

"Com a chegada da Heloísa , lembro- me do verso bíblico que diz que aquilo que o homem não viu, o ouvido não ouviu, e o coração humano não sentiu, é exatamente isso que Ele em Seu infinito amor tem nos preparado. Não sei como será o Céu por completo mas sabemos que temos um pedacinho dele aqui em nosso lar. É incrível poder olhar tudo o que passamos, continuar sendo falhos, e muitas vezes não nos lembrar daquilo que Deus operou em nós, e mesmo assim Ele em Sua infinita bondade e misericórdia nos agraciar com a vida da Heloísa."
(Vanessa)

O Renato e a Vanessa deixaram para nós uma mensagem de esperança para o ano que começa: não existe problema que não possa ser resolvido se estivermos juntos um com outro e com Deus. Não existe provação na qual Deus não nos acompanha e quando tudo parecer mais escuro, entregue a Deus, confie Nele e o mais Ele fará.

Que esse seja seu pensamento e sua vontade para seu casamento no ano de 2017. Que não haja situação invencível, nem barreiras intransponíveis. Que você e seu cônjuge vençam mais uma vez os problemas que aparecem e que, no final, vocês olhem para trás e enxerguem o milagre de Deus em seu casamento.

Feliz 2017!


Obrigada, Vanessa e Renato, por compartilharem conosco a sua história!






sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Eu desejo a você...

Fazer o post do natal é sempre difícil...



Além de estarmos completamente entretidos nas nossas atividades natalinas, preparando as coisas para a ceia, é um tema difícil de encaixar no blog.

Então hoje, depois de pensarmos muito, eu e o Thiago (co-autor do blog e meu cunhado), decidimos deixar uma mensagem especial para vocês.

Mas não apenas uma mensagem natalina ou de ano novo. Uma mensagem pessoal, com significado. A mensagem que vou deixar aqui eu recebi da minha sogra e, tirando as partes muito pessoais que ela me escreveu, acredito que ser uma mensagem diferente, que encaixa em qualquer contexto, principalmente de um casal, que enfrenta tantas lutas juntos, ao longo de um ano.

Ela inicia o texto assim: "Nao sei quem escreveu... mas essa  mensagem  é exatamente o que eu desejo para você, MINHA FILHA ANGELIKITA!"

Sem mais delongas, esse é o desejo de fim de ano, da equipe do blog para todos vocês, que nos acompanham semanalmente!

"Eu estive pensando sobre o que poderia desejar-lhe além das bençãos de saúde e felicidade... 
Te desejo um ano abençoado por Deus com festas e comemorações, com pais saudáveis e toda família feliz. 
Desejo-lhe tranquilidade e noites bem dormidas. Jornais com boas notícias e projetos de paz. 
Desejo-lhe muitos cafezinhos cheios de boas conversas, livros bem lidos e trabalhos bem feitos. Que as idas a farmácia sejam por cosméticos e não remédios e que as idas ao mercado sejam por chocolates e não por dietas. 
Eu quero que você seja amada, querida e respeitada. Que o homem da sua vida  tire o seu batom e não o rímel. Que seus filhos sejam seus companheiros de jornada, e que sempre haja, com eles, energia para recomeçar. (Que seus filhos sejam pra você, o tudo, o mesmo bom, querido e 'tudo', que o seu esposo é pra mim)
Te desejo tantas coisas... boas mamografias, bons exames médicos e se necessitar de  injeções, que sejam de botox e não de antibióticos. 
Que ninguém te faça chorar e que você cante bem alto no carro quando estiver sozinha. Que tenhas um ano com férias, feriados, viagens e escapadelas. Que não te falte nada e que não te roubem nada. 
Desejo-lhe risadas e gargalhadas, daquelas que fazem chorar. Risos daqueles que afugentam os medos e eliminam as rugas...
Te desejo força nos  desafios e doçura nos momentos amargos. 
Muito sucesso e saúde  durante todo o próximo ano e que Deus te  abençoe e te acompanhe sempre." 

Embora a mensagem tenha muitos votos para as mulheres, tenho certeza que o nosso público masculino também entendeu os bons desejos!

Que o próximo ano seja cheio de amor e companheirismo em seu casamento e que não faltem motivos para vocês desejarem chegar às bodas de ouro!


Feliz Natal e Próspero Ano Novo! 

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Amor à distância

Eu já contei aqui no blog a história de alguns casais que namoraram à distância, ou até mesmo que foram noivos à distância. Hoje, pela primeira vez, vou contar a história de um casal que passou seu primeiro ano de casamento à distância.





A história de hoje é dos meus amigos Deoris e Henrique. Eu conheci a Déo por volta dos 14 anos de idade e estudamos juntas apenas por 1 ano, mas nossa amizade se aprofundou tanto que dura até hoje. 

Parece que faz um pouco parte da vida da Déo ter que ficar distante das pessoas que ela ama e foi assim que a história dela e do Henrique começou. Quando a Déo tinha em torno de 15 anos o pai dela foi transferido para a cidade de Itararé. Lá, na escola nova, ela conheceu o Henrique, também com 15 anos. E começaram a namorar.

Eles contam que quando veem casais dessa idade hoje em dia é até estranho pensar que esses casais podem chegar ao matrimônio, assim como eles, porque parecem que são muito bebês.

Após 6 meses de namoro, o pai da Déo foi transferido novamente, dessa vez para a cidade de Rio Claro. Isso foi no final do ano de 2007. Desde então, o Henrique e a Deoris namoram à distância. Houve apenas um ano em que o Henrique morou em Rio Claro (em 2010) e eles puderam aproveitar juntos. De resto, eles passaram 9 anos convivendo com a saudade.

Foi no réveillon de 2013 para 2014 que o pedido de casamento aconteceu. Eles estavam viajando, numa praia, com a família da Déo. Na contagem regressiva, foi mais ou menos assim que aconteceu:

10 - 9 - 8 - 7 - 6 - 5 - 4 - 3 - 2 - 1 - 0 - QUER CASAR COMIGO? 


Mas essa história ainda tem chão... A Déo sempre teve vontade de fazer um intercâmbio, mas por diversos motivos, esse plano acabou sendo adiado. Acontece que o Henrique sabia que participar de um intercâmbio seria uma oportunidade muito boa para ela e acabou incentivando a Déo a participar do programa "Ciência sem Fronteira". Então, no meio dos preparativos para o casamento ela recebeu a aprovação do programa. O casamento dela seria em julho e a data da viagem estava prevista para agosto.

Ela topou, ele também. E assim, em julho de 2015 aconteceu o casamento deles. Eu estava lá e, inclusive, eles me convidaram para cantar no casamento. Foi muito emocionante para mim, considerando tudo o que nós vivemos nesses anos todos de amizade. Eu e o Meu Bem ajudamos a decorar o espaço, penduramos coisas pelo teto, organizamos tudo com os amigos e padrinhos e aproveitamos esse dia para comemorar o amor dos nossos amigos.

Em agosto a Déo partiu para NY, onde ficou durante um ano inteiro. Durante esse primeiro ano de casamento, o Henrique e a Déo se viram apenas 2 vezes, quando o Henrique pôde visitá-la em NY, afinal, quem participa desse programa não pode retornar para seu país até o programa ter finalizado.

Muita gente nos questiona e não entende porque a gente casou mesmo sabendo que continuaríamos longe por um tempo. Eu sempre respondo que a gente simplesmente casou por amor. Estar longe não significa não estar junto, a gente está em contato o tempo todo.
(Déo)



Esse ano, 2016, a Déo retornou ao Brasil e, pela primeira vez em muito tempo, ela pôde conviver com o Henrique todos os dias. Perguntei a ela como tem sido a vida de casados depois de tanto tempo longe, mas ela me disse que não é tão diferente assim. Segundo ela, é muito fácil ser feliz quando você encontra a pessoa certa para você. É como se todos os dias fossem mais parecidos com a lua-de-mel do que com o cotidiano. Claro que poder viver isso pessoalmente é muito melhor.

Essa história parece às vezes ser de outro mundo. Pensar em como um casal pode ser realmente feliz estando longe um do outro não entra na nossa cabeça. Fiquei me perguntando qual seria o segredo para que tivesse funcionado para eles e a resposta foi simples: diálogo.

A Déo conta que muitas vezes elas prefere conversar do que dormir. Desde a época do namoro, mesmo nos dias mais difíceis, eles conversavam por longas horas ao telefone. Ouvir o que o outro está vivendo te aproxima mais da vida dele e vice-versa. 

Para o Henrique, um dos segredos do relacionamento é manter sempre o bom humor, porque mesmo quando a situação não é favorável, ainda é possível encontrar motivos para ser feliz. A grande maioria dos casais passa por problemas. Sejam eles financeiros, relacionais ou outros que podemos não conhecer ou imaginar. No caso do Henrique e da Déo, o problema foi distância. 

Assim como outros casais, alguns problemas não dependem de nós para serem resolvidos e precisamos simplesmente esperar que eles se resolvam. Foi o caso deles, que precisaram aprender a lidar com o problema e serem felizes independentemente disso.

Com muito diálogo, sinceridade e respeito, eles dividiram seus sonhos, alcançaram objetivos e hoje, finalmente, podem desfrutar da companhia um do outro.

Agora que o problema da distância foi resolvido, pode ser que outros problemas surjam pela frente. Ninguém está isento de problemas, porém, eles já provaram que tem perseverança para enfrentar tudo juntos e chegar numa resolução favorável para suas dificuldades.

O momento mais especial do casamento para mim, com certeza foi o dia após o casamento, em que eu acordei, vi que aquilo não era um sonho e sim uma realidade, de que eu estava ao lado da pessoa que eu amo e que prometi a ela amar e respeitar para o resto da minha vida. Foi bom pode pensar que ela estará do meu lado todos os dias a partir daquele.
(Henrique)

Porque para estar junto não precisa estar perto!

Obrigada, Déo e Henri, por compartilharem sua história conosco.
Que vocês sejam muito felizes e decidam todos os dias continuar juntos!


sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Programa de índio

Essa semana a Dona Moça e eu fizemos 3 anos de namoro. Foi no dia 07, quarta feira (a foto abaixo foi a primeira que tiramos como namorados). Quem fica sabendo dessa informação deve pensar que foi um dia romântico, maravilhoso. Bom, ainda bem que só pensar não custa nada, não é mesmo?



Essa quarta nós acordamos como qualquer outro dia. Tá, foi um pouquinho diferente. Normalmente acordamos com vontade de dormir por mais uns 35 anos (fim de ano o cansaço bate forte), falamos "bom dia" um para o outro e seguimos com a vida. Na quarta feira nós acordamos com vontade de dormir por mais uns 45 anos, falamos "feliz 3 anos" um para o outro e seguimos com a vida.

Por mais que quiséssemos passar o aniversário de namoro debaixo das cobertas, juntinhos, assistindo Gotham e comendo pipoca, a vida segue normalmente e ninguém está em férias ainda. Você pode pensar que nós nos planejamos para sair de noite então. Claro, um casal que é exemplo de romantismo como nós (só que não) iria comemorar a data festiva de qualquer forma. E nós realmente saímos.

Nós fomos pra uma formatura.

Esse ano a primeira turma de 1ºEM que eu dei aula se formou. Eles não foram meus alunos esse ano, mas alguns deles me chamaram para prestigiá-los nessa data. Embora alguns fugissem de mim como o diabo foge da cruz (química e física não são as matérias mais queridas), foi bom vê-los e abraça-los nesse momento especial de conquista tão importante pra eles.

Agora vamos combinar uma coisa: formatura não é lá dos eventos mais legais de se ir. Tirando os formandos, familiares e em algumas vezes os professores, formatura é só um monte de andação seguida de um monte de falação de pessoas que, em sua maioria você não conhece.

Se formatura já não é o mais interessante dos eventos, imagine a seguinte situação: Você está numa formatura e você não conhece ninguém. Era nessa situação em que se encontrava a Dona Moça. Ela foi me acompanhar na cerimônia e, enquanto eu conversava, abraçava e congratulava, ela estava lá. Quietinha, timidinha, na dela.

Chegamos em casa mais de 22h, sem comemorar nenhum aniversário. Pra não dizer que deixamos totalmente sem comemoração, passamos no McDonald's antes de ir pra casa. Pelo menos uma comemoração simbólica. Chegamos em casa e fomos direto dormir porque o cansaço tá realmente tenso essa semana.

Em resumo, não comemoramos nada. Por causa de um evento que era muito importante para mim, nós dois não comemoramos uma data especial para nós. E sabe o que isso gerou?

Nada.

Não fez a menor diferença. A Dona Moça achou super legal ter que ir na formatura? Não, mas ela sabia que era algo importante pra mim e aceitou deixar a comemoração mais pra frente (afinal, não é porque não pudemos comemorar no dia que não vamos comemorar). E isso acontece tantas vezes dentro do relacionamento, que a gente consegue perceber que essas coisas não mudam nenhum sentimento. Um cede aqui, outro cede ali e vida que segue.

Tem um comediante que eu conheço, chamado Jeff Allen. Em um stand-up que o vi fazer, ele disse que, quando o seu filho foi casar, ele o aconselhou com a seguinte frase:

"Você quer estar certo ou você quer ser feliz? Eu estou errado faz uns 20 anos, mas sou feliz pra caramba!"

Por mais que seja uma piada, isso tem um fundo de verdade. Eu sou meio teimoso mentira sou teimoso que nem uma mula  e a Dona Moça é um tanto teimosa também, talvez um pouco menos que eu. Ao considerar somente isso, acho que o natural seria brigar de monte. O pior é que, as vezes que nós discutimos de forma mais séria, era por motivos muito idiotas. Situações no trânsito são as campeãs em gerar discussão. Um acha uma coisa, outro acha outra coisa e os dois ficam argumentando e contra argumentando por muito mais tempo do que se fosse algo realmente importante.

Um dia eu perguntei pra Dona Moça por que raios nós só discutíamos por coisas sem sentido. Ela também não sabia responder, mas depois dessa conversa eu vi uma mudança de atitude em nós dois. Certos tipos de assunto não merecem uma briga. Eu sempre concordo com tudo que a Dona Moça pensa? Não, mas quando não é algo que influencia nossos objetivos de vida e só vai gerar uma discussão que não levará a lugar nenhum, pra que seguir nessa discussão? E percebi que a Dona Moça pensa e age nessa mesma linha de raciocínio.

Ceder em certas coisas não tira sua personalidade. Fazer algo que você não gosta em prol de quem se ama não diminui o indivíduo. Ações como essa só fazem com que o relacionamento e a cumplicidade cresçam. Claro que essas ações devem ser feitas por ambas as partes de um relacionamento e sou muito abençoado por isso acontecer no meu relacionamento, mas se isso não acontece no seu relacionamento, por que não começar? Fácil não é, principalmente se você for teimoso como eu, mas garanto que vale a pena!

1 Amplexo!

PS: Parabéns para meus queridos formandos do CAEA! Em especial, ao eterno grupo de estudos!



2º PS: Hoje o atraso não foi culpa de coxinha, foi o cansaço que tá tenso mesmo! Bendito cochilo de 4 horas!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Bodas de Algodão

No último dia 23, eu e o Meu Bem completamos Bodas de Algodão - dois anos de casamento.




Nós nos casamos próximo a um feriado para que sempre pudéssemos viajar em comemoração às bodas. Acontece que nesse ano o feriado caiu em um domingo e tivemos que fazer uma viagem mais curta, apenas um fim de semana.

Eu planejei várias coisas para esse aniversário que não deram certo. Por exemplo, eu queria fazer um ensaio fotográfico num campo de algodão (as fotos ficam incríveis), ou fazer um piquenique com flor de algodão enfeitando. Pensei em presentes como roupas 100% algodão. Mas na verdade, depois de todas as mudanças que aconteceram nesse semestre, eu desanimei um pouco.

Resolvemos fazer uma viagem simples, para aproveitarmos do jeito que mais gostamos. Ainda mais porque ganhamos a viagem de presente da minha mãe.

A viagem foi deliciosa, como toda viagem costuma ser. O chalé era uma gracinha e os passeios bem gostosos e simples. Havia algumas sugestões de trilhas gratuitas. Eram 4 trilhas. Queríamos fazer pelo menos 2 delas, mas na primeira já estávamos morrendo de canseira. Subimos a Pedra Redonda (em Monte Verde) e tiramos muitas fotos.

Mas o que mais me chamou a atenção esse ano não foi nada relacionado a viagem. Normalmente eu posto muito mais fotos nas redes sociais do que o Meu Bem, mas em datas comemorativas ele até que posta uma ou outra.

Eu postei pela manhã, no dia 23, uma foto nossa e na legenda dizia, entre outras coisas, que a vida modificou muitos dos nossos planos, mas que mesmo assim eu não mudaria nada. Pouco tempo depois, Meu Bem postou uma foto nossa, dizendo que esses dois anos não foram bem o que nós planejamos, mas que ele não mudaria nada.

Achei engraçado porque nós não combinamos que iríamos escrever legendas parecidas (até porque nunca fazemos isso). Ambos postamos uma foto com uma legenda que significava algo que estava no nosso coração. E mesmo conversando sempre sobre tudo, não imaginei que exatamente as mesmas palavras descreveriam esses dois anos para nós dois.

Um dos motivos dessa situação ter me chamado tanto a atenção é que eu e o Meu Bem somos completamente diferentes um do outro. Temos os mesmos objetivos de vida, é claro, por isso estamos juntos, porém, nossa personalidade é completamente oposta. Eu imaginei que nós dois teríamos visões diferentes do que significou esse início de casamento, justamente porque somos muito diferentes.

Quando nos casamos, a prima do Meu Bem, Lauren, fez uma música para nós dois, baseada justamente nessa diferença que temos. A letra da música diz que "os opostos, se dispostos, são felizes no Senhor".

Mais profunda que essa frase, tem ainda outra que diz: "A promessa é que, se forem dois em nome do Senhor, o próprio Deus falou: com eles Eu estou".



Costumo sempre me lembrar dessa frase nos momentos em que as coisas acontecem fora do planejamento ou quando as situações da vida nos fazem mudar nossos planos. Acredito que é por confiar nessa promessa que nós dois temos a sensação de que não mudaríamos nada nesses dois anos.

Por mais diferente que seja aquilo que planejamos para aquilo que estamos vivendo, eu gosto de pensar que cada uma dessas coisas teve um significado: ou bênção, ou lição. 

Quando passamos a ter um olhar positivo, todas as coisas realmente contribuem em nossa vida. Vejo muitas pessoas desistindo dos relacionamentos porque é muito mais fácil estar sozinho do que acompanhado. Esse pensamento não está 100% errado. Quando estamos sozinhos decidimos onde investir nossa renda, onde passear, para onde viajar, qual o plano para o fim de semana. E é muito gostoso quando podemos tomar decisões considerando apenas aquilo que queremos. 

Por isso que estar em um relacionamento, num matrimônio, exige tanto de nós. Já não existe praticamente nenhuma decisão que pode ser tomada sem consultar o outro. Se isso acontece com frequência, logo encontraremos uma lacuna nesse casamento.

E eu digo com propriedade que, por mais diferentes que sejamos do nosso cônjuge, a experiência de viver em um relacionamento altruísta é incomparável. Tudo o que temos vivido nesses dois anos nos transformou em pessoas mais pacientes, mas sábias, mais maduras, com mais facilidade de resolver conflitos.

Nós não mudaríamos nada nesse dois anos, porque tudo o que vivemos até agora foi a nossa experiência de casamento. Foi a realização do nosso sonho de vida a dois. Nós sonhamos em viver juntos, compartilhando tudo. E quando pensamos em "tudo" não sobra nenhum dia que podemos descartar.

Estamos numa viagem rumo às bodas de ouro e não pretendemos desistir até chegar ao nosso destino! Até porque a felicidade não é um destino, mas sim o caminho que percorremos até lá.