Apresentação

Pra quem acredita que a lua-de-mel não acaba quando voltamos da viagem...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Programa de índio

Essa semana a Dona Moça e eu fizemos 3 anos de namoro. Foi no dia 07, quarta feira (a foto abaixo foi a primeira que tiramos como namorados). Quem fica sabendo dessa informação deve pensar que foi um dia romântico, maravilhoso. Bom, ainda bem que só pensar não custa nada, não é mesmo?



Essa quarta nós acordamos como qualquer outro dia. Tá, foi um pouquinho diferente. Normalmente acordamos com vontade de dormir por mais uns 35 anos (fim de ano o cansaço bate forte), falamos "bom dia" um para o outro e seguimos com a vida. Na quarta feira nós acordamos com vontade de dormir por mais uns 45 anos, falamos "feliz 3 anos" um para o outro e seguimos com a vida.

Por mais que quiséssemos passar o aniversário de namoro debaixo das cobertas, juntinhos, assistindo Gotham e comendo pipoca, a vida segue normalmente e ninguém está em férias ainda. Você pode pensar que nós nos planejamos para sair de noite então. Claro, um casal que é exemplo de romantismo como nós (só que não) iria comemorar a data festiva de qualquer forma. E nós realmente saímos.

Nós fomos pra uma formatura.

Esse ano a primeira turma de 1ºEM que eu dei aula se formou. Eles não foram meus alunos esse ano, mas alguns deles me chamaram para prestigiá-los nessa data. Embora alguns fugissem de mim como o diabo foge da cruz (química e física não são as matérias mais queridas), foi bom vê-los e abraça-los nesse momento especial de conquista tão importante pra eles.

Agora vamos combinar uma coisa: formatura não é lá dos eventos mais legais de se ir. Tirando os formandos, familiares e em algumas vezes os professores, formatura é só um monte de andação seguida de um monte de falação de pessoas que, em sua maioria você não conhece.

Se formatura já não é o mais interessante dos eventos, imagine a seguinte situação: Você está numa formatura e você não conhece ninguém. Era nessa situação em que se encontrava a Dona Moça. Ela foi me acompanhar na cerimônia e, enquanto eu conversava, abraçava e congratulava, ela estava lá. Quietinha, timidinha, na dela.

Chegamos em casa mais de 22h, sem comemorar nenhum aniversário. Pra não dizer que deixamos totalmente sem comemoração, passamos no McDonald's antes de ir pra casa. Pelo menos uma comemoração simbólica. Chegamos em casa e fomos direto dormir porque o cansaço tá realmente tenso essa semana.

Em resumo, não comemoramos nada. Por causa de um evento que era muito importante para mim, nós dois não comemoramos uma data especial para nós. E sabe o que isso gerou?

Nada.

Não fez a menor diferença. A Dona Moça achou super legal ter que ir na formatura? Não, mas ela sabia que era algo importante pra mim e aceitou deixar a comemoração mais pra frente (afinal, não é porque não pudemos comemorar no dia que não vamos comemorar). E isso acontece tantas vezes dentro do relacionamento, que a gente consegue perceber que essas coisas não mudam nenhum sentimento. Um cede aqui, outro cede ali e vida que segue.

Tem um comediante que eu conheço, chamado Jeff Allen. Em um stand-up que o vi fazer, ele disse que, quando o seu filho foi casar, ele o aconselhou com a seguinte frase:

"Você quer estar certo ou você quer ser feliz? Eu estou errado faz uns 20 anos, mas sou feliz pra caramba!"

Por mais que seja uma piada, isso tem um fundo de verdade. Eu sou meio teimoso mentira sou teimoso que nem uma mula  e a Dona Moça é um tanto teimosa também, talvez um pouco menos que eu. Ao considerar somente isso, acho que o natural seria brigar de monte. O pior é que, as vezes que nós discutimos de forma mais séria, era por motivos muito idiotas. Situações no trânsito são as campeãs em gerar discussão. Um acha uma coisa, outro acha outra coisa e os dois ficam argumentando e contra argumentando por muito mais tempo do que se fosse algo realmente importante.

Um dia eu perguntei pra Dona Moça por que raios nós só discutíamos por coisas sem sentido. Ela também não sabia responder, mas depois dessa conversa eu vi uma mudança de atitude em nós dois. Certos tipos de assunto não merecem uma briga. Eu sempre concordo com tudo que a Dona Moça pensa? Não, mas quando não é algo que influencia nossos objetivos de vida e só vai gerar uma discussão que não levará a lugar nenhum, pra que seguir nessa discussão? E percebi que a Dona Moça pensa e age nessa mesma linha de raciocínio.

Ceder em certas coisas não tira sua personalidade. Fazer algo que você não gosta em prol de quem se ama não diminui o indivíduo. Ações como essa só fazem com que o relacionamento e a cumplicidade cresçam. Claro que essas ações devem ser feitas por ambas as partes de um relacionamento e sou muito abençoado por isso acontecer no meu relacionamento, mas se isso não acontece no seu relacionamento, por que não começar? Fácil não é, principalmente se você for teimoso como eu, mas garanto que vale a pena!

1 Amplexo!

PS: Parabéns para meus queridos formandos do CAEA! Em especial, ao eterno grupo de estudos!



2º PS: Hoje o atraso não foi culpa de coxinha, foi o cansaço que tá tenso mesmo! Bendito cochilo de 4 horas!

Um comentário:

  1. Boa noite! Cheguei de uma formatura e tinha que ler seu post... Mais uma vez muito bem escrito. Parabéns! Cavalire

    ResponderExcluir