Apresentação

Pra quem acredita que a lua-de-mel não acaba quando voltamos da viagem...

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Minha canjica é melhor!

Eu não gosto de cozinhar. Não é apenas que eu não sou boa na cozinha. Eu realmente não gosto de cozinhar.



Já falei diversas vezes sobre isso aqui. Ainda bem que eu casei com alguém que, além de gostar de cozinhar, faz isso muito bem.

Não significa que eu nunca cozinhei nada. Na verdade, já fiz várias coisas na cozinha e muitas ficaram saborosas. Claro que eu preciso seguir uma receita e saber certinho a quantidade das coisas. Mas normalmente funciona.

Já o Meu Bem nunca segue receita. Ele usa o "olhômetro". Coloca um pouco disso, uma mão daquilo, uma olhada de outra coisa... e no final a receita acontece muito bem. São poucas as coisas que ele segue a receita. Normalmente a receita serve só pra dar uma direção pra ele. O restante, ele cria da cabeça.

Eu acho muito incrível quando uma pessoa consegue ter essa noção de como combinar os alimentos e, testando, chegar num bom resultado. Realmente acredito que é um talento e que cozinhar com amor é um dom. Uma forma de servir as pessoas.

Ainda assim existem receitas que eu faço muito bem, até melhor do que o Meu Bem. Em parte é porque ele prefere fazer coisas salgadas, então, alguns dos doces que eu faço são melhores que os dele. Em parte é porque existem coisas que eu realmente gosto de fazer, mesmo não gostando de cozinhar.

Por exemplo, eu amo fazer bolo de milho. Meu bolo de milho normalmente fica muito bom, parecendo uma pamonha. Meus pais adoram e eu também. O Meu Bem nunca comeu. Ele não gosta de nada que seja de milho. Milho pra ele, somente a espiga, somente salgado. 

Outra coisa que eu adoro fazer é bolo de maracujá. Encontrei uma receita bem fácil e que funciona bem. Embora eu nunca consigo fazer a calda direito e o Meu Bem que faz pra mim, o bolo em si fica delicioso.

Mas nada supera a minha canjica. Certamente é a coisa mais gostosa que eu sei fazer. Eu faço isso muito melhor do que o Meu Bem. Sou apaixonada por canjica.

Eu lembro que a primeira vez que fizemos canjica em casa foi porque iríamos receber visitas. Eram 8 pessoas, no máximo, mas nós achamos que meio quilo de canjica era pouco. Decidimos fazer 1kg. Tive que me virar um pouco porque não cabia tudo aquilo nas minhas panelas. Mas até que deu certo. Depois desse dia eu aprendi  a quantidade dos ingredientes. Toda vez que eu faço canjica é um sucesso.

Pensei em escrever sobre isso hoje porque ao longo desses 2 anos e meio de casamento tenho percebido que nenhuma verdade é absoluta dentro do nosso lar.

Nós sempre achamos que o Meu Bem seria quem sempre iria cozinhar em casa, mas diversas vezes eu pude fazer essa atividade e me dar bem com isso.

Nós sempre achamos que seria eu quem sempre deixaria a casa organizada, mas agora que estou grávida, o Meu Bem assumiu diversas dessas funções que eu fazia e não consigo mais realizar. A casa continua organizada e limpa.

Com o tempo fomos percebendo que não havia uma função específica para cada um. Ambos são capazes de realizar cada atividade, no seu tempo e da sua forma. E não é porque a forma é diferente, que ele é errada.

A realidade é que na criação dos filhos, na administração do lar, no dia-a-dia do casamento não existem tantas regras assim. Existe um objetivo final, e para alcançá-lo existem diversos caminhos. Desde que esse caminho seja trilhado com respeito a todos os membros da família, não importa realmente qual caminho foi traçado.

Precisamos aprender que não temos o controle absoluto de tudo. Que ninguém é 100% inútil ou 100% incrível em alguma atividade. Quando aprendermos a fazer o nosso melhor dentro do nosso lar e valorizar o melhor do nosso cônjuge, entenderemos que não estamos casados somente para atender as nossas expectativas. 







sexta-feira, 21 de abril de 2017

Casamento: A Star Wars Story

É engraçado como as pessoas vão mudando com o tempo de convivência né? O casamento me trouxe algumas surpresas quanto a isso. Descobri algumas coisas que a Dona Moça gosta e fui aprendendo a entender e até mesmo gostar juntos. O mesmo vale pra Dona Moça. Essa semana, isso se mostrou algumas vezes.

No começo da semana, estávamos preparando a marmita do dia seguinte. Na hora em que estávamos terminando, a Dona Moça me disse pra eu ir jogar vídeo game enquanto ela terminava. Como ela, na maioria das vezes, fala isso, eu falei pra ela ir jogar que eu terminava dessa vez. Ela gostou da ideia e foi lá ligar o PlayStation. 

Quando ela foi escolher o jogo, ela perguntou "Esse aqui de Star Wars é legal?". O único jogo de Star Wars que eu tenho é o The Force Unleashed II, que é um jogo totalmente excelente. Falei que ela ia gostar. Dito e feito. Ela foi aprendendo a jogar e foi se divertindo sozinha até que eu terminei de montar as marmitas e fui jogar com ela.

Essa cena se repetiu durante outro dia da semana. Depois de jantar a Dona Moça vira pra mim e diz "Vamos jogar Star Wars?". Bom, é claro que vamos, né? Mas o mais legal é que, antes de casarmos, a Dona Moça nunca tinha visto nenhum filme sequer de Star Wars. Nada. Eu era o nerd que assistia a saga dos Skywalkers desde criancinha (hábito herdado diretamente do meu pai). Dona Moça só foi assistir Star Wars depois que eu peguei o box de blu-ray do meu pai emprestado (que, por sinal, ainda não devolvi) pra assistirmos juntos.

Dona Moça achou a história da saga muito legal e já virou fã de carteirinha. Ela tem até várias camisetas já! Acho que não foi tão difícil pois ela sempre foi fã de histórias de ficção fantástica, mas creio que o principal motivo que ela gostou de Star Wars é pelo fato que eu gosto tanto da saga. Ela mesma disse isso essa semana: "Eu jamais escolheria o jogo de Star Wars antes de você ter me viciado!". 



Durante o tempo de namoro, por mais tempo que o casal passe junto, parece que não há como conhecer tudo da pessoa amada. Morando juntos e convivendo diariamente aprendemos gostos e hábitos um do outro e vamos aprendendo a conviver com isso. Além de conviver, vamos aprendendo a ver que, se não fossem esses gostos e hábitos, a pessoa que amo não seria tão feita pra mim quanto ela é. E isso não é sempre tão fácil.

Nesses poucos meses de casados que temos, a Dona Moça teve que se acostumar com meu hábito de ser meio bagunçado, enquanto eu me adaptei ao hábito perfeccionista dela. Essa situação não é simples como gostar ou não de Star Wars. Minha bagunça a incomoda muitas vezes, do mesmo jeito que o perfeccionismo dela me incomoda por vez ou outra. Mas pelo fato de nos amarmos, tentamos melhorar em nós o que incomoda o outro e, ao mesmo tempo, tentamos ser mais tolerantes com aquilo que nos incomoda.

Claro, estamos no começo da vida de casados. Ainda vamos descobrir algumas coisas que teremos que usar de muita paciência para lidar, mas creio que estamos começando bem. Já que nós queremos passar a vida juntos, nada mais lógico que aprendermos um do outro. Acho que isso nem sempre vai ser fácil; pode ser que alguma vez eu encontre um hábito da Dona Moça que me incomode. Se isso um dia acontecer, devo me lembrar sempre que todos os hábitos, gostos e características fazem parte dela e a tornaram como ela é hoje: A esposa perfeita que Deus enviou pra mim.

1 Amplexo

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Maçã raspada

Desde pequena eu sou uma pessoa saudável. Nunca tive doenças graves, graças a Deus. Porém, se tem uma coisa que me pega são gripes e resfriados. Depois de muito tempo (muito mesmo), alguns médicos me diagnosticaram com bronquite asmática. Sempre que faço um exercício físico mais puxado, sinto como se não conseguisse respirar, mesmo me esforçando muito. E qualquer gripe/resfriado já desencadeia uma tosse absurda. Às vezes tenho até tontura de tanto que falta o ar.
Embora eu nunca utilizei a bombinha de asma, o inalador está sempre presente na minha casa, além dos medicamentos que ajudam a desinflamar os brônquios.




Ninguém gosta de ficar doente, óbvio. Eu tenho várias lembranças negativas sobre ficar doente: correr pro hospital, tomar medicação na veia, ter vários furos porque ninguém encontra minhas veias de primeira, ficar com marcas roxas das picadas de agulha, sair do médico e passar na farmácia pra comprar dezenas de medicamentos, meu pai me fazendo tomar chá de alho, acordar pra fazer gargarejo com água morna e sal...

Embora tudo isso sejam marcas dos cuidados que sempre recebi, não era legal ficar doente.

Mesmo assim eu tenho algumas lembranças muito positivas sobre as vezes em que fiquei doente: meu pai dormia no meu quarto para eu dormir com minha mãe; diversas vezes acordei com um dos dois me cobrindo melhor à noite; quando eu voltava a dormir na minha cama, meus pais sempre iam no meio da noite colocar um cobertor a mais em cima de mim... 

Além disso eu tenho uma lembrança muito marcante: a maçã raspada. Eu me lembro de uma época que minha mãe raspava a maçã e me dava na colher para eu comer. Certa vez, ainda criança, eu fiquei doente e minha garganta doía. Minha mãe raspou uma maçã e me deu pra comer na colher. Me lembro claramente de estarmos sentadas no sofá da casa antiga em que morávamos. Minha mãe me deu a maçã raspada e eu perguntei se aquilo não era para bebês. Ela disse que sim, que eu não era mais um bebê, mas que por estar doente ela ia me dar maçã raspada do mesmo jeito. Eu fiquei tão feliz com aquilo que toda vez que eu ficava doente, eu esperava uma maçã raspada.

Não sei exatamente porque aquilo me deixou feliz, mas talvez fosse minha forma de entender que minha mãe sempre cuidaria de mim como se fosse sua criança.

Quando eu estava noiva minha mãe teve diversas reações. Desde crises de choro até gargalhadas. Em determinado momento, quando o casamento estava próximo, ela foi conversar com o Fellipe e pediu a ele que cuidasse de mim quando o outono e o inverno chegassem, porque era nessa época que eu costumava ficar mais doente.

Na época achei aquele pedido muito engraçado. Eu já era adulta, me casei aos 23 anos. Eu sabia me cuidar, mas pra ela eu não tinha crescido ainda.

Nas últimas semanas eu tive um crise de bronquite. Mas foi pior que das outras vezes, pois estando grávida, não posso tomar nenhuma medicação que estou acostumada. Foi necessário fazer inalação muitas vezes ao dia para que eu conseguisse respirar. 
Até então, eu nunca precisei acordar o Fellipe durante a noite por estar doente, mas dessa vez foi diferente. 

As pessoas mais próximas sabem como o Fellipe é difícil para acordar. Quantas vezes eu já perdi a paciência na hora de acordá-lo. Chega a ser cômico como ele fica praticamente sonâmbulo quando está acordando. Ele diz e faz coisas que não se lembra. É algo que eu nunca tinha visto antes. 
Por ele ter essa dificuldade enorme de acordar, tive medo que, quando eu realmente precisasse no meio da noite, ele não acordasse.

Mas durante todos esses dias que eu estive doente, precisei chamá-lo para me ajudar a levantar e fazer inalação porque eu não estava conseguindo respirar. E não precisei chamar mais de uma vez. Foi só encostar nele e ele acordou. Parecia até milagre. Ele acordava de verdade, pegava o remédio da inalação, me ajeitava na cama, ligava o inalador e, ao terminar, ele retirava tudo e guardava. Quando amanhecia, ele fazia chá e me ajudava com o que fosse necessário. 

Como é gostoso ser cuidado por alguém! Minha mãe sempre me dizia que se fosse para eu me casar, eu deveria me casar com alguém que me tirasse de casa para me dar uma vida igual a que eu tinha, nunca pior. Quando ela falava isso, eu achava que era sobre dinheiro, mas eu descobri que não era sobre isso que ela falava. 

Meus pais só iam ficar em paz se eu saísse de casa para viver com alguém que estivesse disposto a colocar um cobertor a mais em mim durante a noite ou que preparasse chá de alho quando eu estivesse doente. Eles só iam ficar tranquilos se eles soubessem que a pessoa com quem eu ia viver iria acordar de noite na primeira vez que eu chamasse. Eles queriam para mim alguém que estivesse disposto até mesmo a me dar maçã raspada, se eu precisasse. 

Amor e cuidado estão tão ligados um ao outro que nem sempre conseguimos distinguir qual é cada um. Quem ama, cuida. 

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Círculo de Padrinhos

Na última vez que eu escrevi por aqui, eu citei dois amigos da faculdade com os quais mantenho um contato praticamente diário. Aqueles, que foram meus padrinhos de casamento. Pois bem, hoje vou voltar a falar sobre eles.

Há algum tempo, tínhamos combinado de nos encontrar no lugar em que sempre nos encontramos: Outback do Shopping Eldorado. Claro que, na semana anterior ao combinado, o Allex e eu nos esquecemos completamente do fato. Afinal, sempre foi assim. Sabendo que somos um tanto esquecidos, a Roberta nos lembou uns dias antes e deu tudo certo. 

Esse ajuntamento foi especial, pois foi a primeira vez que nos juntamos os 6: nós três mais os amores de cada um. E foi uma tarde maravilhosa! Comemos, contamos histórias de faculdade e rimos às toneladas. Foi legal de ver a minha patotinha reunida e feliz, todos com a pessoa que escolheram amar.

Em determinado momento, a Roberta pediu um certo silêncio (que jamais ocorreria se não fosse pedido) e entregou-nos o seguinte envelope:




E, dentro do envelope (como não podia deixar de ser) tinha o Golden Ticket:


Nós já sabíamos que seríamos convidados pra tal evento (a Roberta já tinha feito um pré-convite) mas mesmo assim foi muito gostoso receber e ver que o evento já está se tornando real e cada vez mais próximo! Fora que foi um jeito muito criativo de convidar e que é um sentimento muito legal sermos padrinhos de quem foi nossa madrinha e é tão importante para nós.

Uma coisa que a Dona Moça faz que eu gosto muito é valorizar as minhas amizades. Estou usando a Roberta e o Allex como exemplo, mas a Dona Moça sempre faz questão de deixar claro o quanto as minhas amizades são importantes. A Dona Moça nunca foi ciumenta (nesse ponto), do tipo você não pode sair com seus amigos! ou do tipo você não pode ir na casa dos seus amigos jogar videogame!. Inclusive não foi só uma vez que ela me chamou a atenção que eu deveria manter meus bons amigos próximos de mim.

É inegável dizer que as circunstâncias da amizade mudam depois do casamento. A quantidade de tempo disponível é diferente, as distâncias, trabalho, prioridades... Mas uma coisa que eu acredito piamente é que um relacionamento de esposo e esposa vem para somar aos relacionamentos de amizade, não substituí-los! Afinal o casamento é (ou pelo menos deveria ser), antes de mais nada, uma amizade profunda.

Por hora, o que faremos é esperar o grande dia que está por vir. E eu estou esperando ansiosamente, já que eu gosto muito desse negócio de casamento!

1 Amplexo
Todo nosso carinho para os afilhados Roberta e Renan.
E um salve pra Gabi, que aguenta o Allex!