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Pra quem acredita que a lua-de-mel não acaba quando voltamos da viagem...

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Amigo-secreto

Todo fim de ano é  a mesma coisa: decidir onde passaremos Natal e ano novo. Afinal, somos duas famílias  que se juntaram e formaram uma nova família. Mas, com carinho e paciência, sempre conseguimos decidir.

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Em 2018 passamos a véspera de Natal com meus sogros e o dia de Natal com meus pais. Fizemos um amigo secreto e eu - marmelada ou não - tirei o nome do Fellipe. Eu adorei, é claro. Até porque,  no ano anterior,  ele havia tirado meu nome (eu disse, marmelada).

Um dos motivos que eu gostei de pegar o nome dele é porque dar um presente para ele não é uma tarefa fácil, portanto, prefiro que seja atribuída à mim do que a qualquer outra pessoa.
O Meu Bem é uma pessoa indecisa, nunca sabe dar uma sugestão de presente. Se tiver limite de valor, piorou. Quando ele decide o presente  ainda corre o risco de ser difícil de encontrar.

Nesse ano ele optou por uma camiseta lisa, de qualquer cor. Ele sabia que eu tinha tirado o nome dele, afinal, aqui em casa são 3 presentes para dar, sendo que a pessoa que recebe o presente do nenê sempre fica mais feliz, então nós temos o costume de decidir qual dos 3 nomes vai ser o amigo do Giovanni e, depois disso, decidimos o nosso.

Sabendo disso, fui comprar os presentes. Eu sabia exatamente a loja que teria a modelagem e o tamanho que o Meu Bem gosta. Tinha 3 opções de cores. Uma eu comprei para nós compormos os looks  coordenados de família -hahaha- e fiquei em dúvida com as outras cores. Liguei pra ele:

-Meu Bem, você quer a camiseta cinza ou a preta?
-Como é esse cinza?
-Tem cinza chumbo e cinza mescla.
-Qual a diferença entre essas cores?
-Claro ou escuro.
-Hum... Não sei. (Eu disse que ele é muito indeciso).
-Preta ou cinza?
-Cinza. Preta. Não, preta eu tenho uma polo... sei lá... vai a cinza.

A cinza é que foi.
Mas ele não estava satisfeito. Comentou várias vezes que não tinha certeza.
Voltei à loja pra comprar a preta. Não tinha mais no tamanho dele.
Voltei mais 3 vezes antes do Natal. Não chegou reposição. Ia ser a cinza mesmo.
Eu já estava de saco cheio do presente e ainda nem tinha acontecido a revelação. Decidi que queria surpreendeê-lo. Eu nunca consigo, ele sempre descobre.
Lembrei que ele estava sem perfume. Todos acabaram. Então fui atrás de um perfume para ele.

Pensei mil vezes na fatura do cartão com aquele gasto.
Mas pensei mil vezes mais na cara de surpresa dele ao abrir o presente e encontrar mais que aquela camiseta cinza que a gente tinha criado "ranço".
Comprei. Escondi por um tempo. Coloquei na embalagem de presente. Por 5 dias antes do Natal. Ele não desconfiou.

Fizemos uma mala de viagem e perguntei se ele já havia guardado o perfume.
-Meu perfume acabou, lembra?
-Ah é, tinha esquecido. (Não tinha não- haha).

Chegou o dia do amigo secreto e, quando todos perceberam que ele sabia que eu tinha tirado o nome dele, eu disse, triunfante:
-O que ele não sabe é que não comprei o que ele pediu!!!

A feição no rosto dele foi inesquecível e, ao abrir o presente, ele me abraçou e disse "Eu estava mesmo precisando".
Eu sabia. Sabia que ele precisava. Sabia que era caro. Sabia que ele não esperava. Sabia que eu não esqueceria da primeira surpresa que deu certo.

Não é porque sou uma esposa incrível, porque não sou. Não é pelo presente. Não  é pelo valor.
É pelo imenso prazer de vê-lo sorrir por ter recebido mais do que esperava.

Isso vale pro amigo secreto, pro aniversário, pro dia dos namorados. Pro perfume, pro presente, mas principalmente, para os pequenos detalhes repletos de carinho que, quando maiores do que esperamos, nos arrancam sorrisos e suspiros por uma vida inteira.

(escrito em 04/01/2019)

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