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Pra quem acredita que a lua-de-mel não acaba quando voltamos da viagem...

sexta-feira, 18 de março de 2016

Fases

Eu já contei que eu e o Meu Bem nos conhecemos desde a adolescência (aqui) e que temos muitos amigos em comum, porque participávamos das mesmas coisas. Como todas as pessoas, tínhamos um grupo de amigos mais próximo. E nós dois fomos os últimos desse grupo a se casar.

                    

Quando estávamos noivos, um colega nosso brincou que no fim de semana sairia com o "grupo dos solteiros", e que já que estávamos quase casados, não éramos mais tão legais. Eu tenho plena certeza de que isso era brincadeira, mas aquilo me deixou triste por muito tempo. Eu estava ansiosa para me casar, para fazer programas em casais com nossos amigos, para chamar meus amigos casados na minha casa, entre tantas outras coisas. Mas nunca imaginei que ser casado "tiraria" de mim algumas companhias.

Depois do casamento alguns colegas realmente se distanciaram. Alguns até mesmo mais velhos que nós. A questão não era idade, nem maturidade. O problema é que cada um estava em uma fase. Quem era solteiro, queria fazer determinadas coisas. Nós, os casados, sempre tínhamos outros planos.

De todas as coisas dentro do casamento, essa foi (e tem sido) uma das mais difíceis de me adaptar. De repente eu passei a ser a Sra. Petermann, e parece que as pessoas me tratam como uma senhora idosa e não como uma "menina" de 24 anos.

Até aí, tudo bem. Eu consigo entender que a gente acaba se aproximando de pessoas que vivem uma vida parecida com a nossa. Isso é comum em qualquer círculo de amizades.

Mas as coisas começaram a mudar mais ainda. Nossos amigos mais próximos começaram a mudar de fase novamente. Casados há mais tempo, começaram a planejar os filhos. E os bebês foram chegando, os amigos mudando de cidade, outros mudando de casa, mudando de igreja... tudo mudou.

Mas eu e o Meu Bem somos adultos, entendemos que as coisas mudam. Entendemos que novas amizades são feitas, que os encontros com os antigos amigos acontecerão menos vezes. E que cada vez mais teríamos que nos esforçar para estar perto das pessoas.

Passamos a ajudar em outro setor da igreja. Um setor cheio de adolescentes, onde as pessoas mais velhas somos, praticamente, eu e o Meu Bem. E embora tenham muitas pessoas responsáveis, da nossa idade inclusive, é como eu já disse antes... elas estão em uma fase diferente. Nós somos o casal casado que está no meio deles. A gente acaba sentindo que tem certas responsabilidades que eles não tem, mesmo com a mesma idade que nós.

No final das contas eu concluí que é muito difícil ter essa vida "de gente grande", onde as pessoas realmente tem expectativas sobre você única e exclusivamente por você ser uma pessoa casada.

Concluí muitas outras coisas. Muitas delas não precisam (e nem devem) ser ditas nesse post porque não fazem parte da ideia que quis escrever. Mas uma das coisas que deve ser dita aqui é que eu gostaria que todos esses desencontros com os amigos fossem um acaso, ou um momento, mas eu sei que não são.

Percebo ao olhar casais mais velhos que as mudanças na vida são realmente muito grandes. Que pessoas entram e saem da nossa vida com muita frequência. Que aquela história de que "as pessoas especiais sempre estarão na sua vida" não é 100% verdade, porque as circunstâncias da vida nem sempre permitem que a distância seja curta. As pessoas mudam mesmo. Eu mudo e vou mudar ainda mais com o tempo.

Com esse pensamento, eu concluo mais uma coisa. Concluo que manter as amizades é uma das coisas mais difíceis da vida. Exige boa vontade, exige disposição, exige tempo e muitas vezes exige dinheiro também. E se não estivermos dispostos a tudo isso, as amizades vão se perder mesmo.

No último final de semana eu e o Meu Bem estávamos numa programação com os adolescentes da nossa igreja. Um casal de amigos nossos (Paulinho e Ana), que não tem jeito nenhum com adolescentes, que não gosta de muvucas e que está acostumado a outros tipos de programação, resolveu deixar de sair para prestigiar nossa programação com os adolescentes. No final da programação batemos um papo, demos risada e fomos embora. Para mim isso foi uma prova de  que existe interesse deles em serem nossos amigos. 

Quem quer, arruma um jeito. Quem não quer, arruma uma desculpa.

Eu e o Meu Bem decidimos há algum tempo que sempre faríamos de tudo para estar perto dos nossos amigos. Quando eles combinassem alguma coisa, nós diríamos sim; quando eles não combinassem, nós iríamos sugerir; quando precisássemos viajar para vê-los, nós assim faríamos... porque eu quero sempre ter a certeza de que fiz tudo o que estava ao meu alcance para manter o contato as pessoas que são importantes para nós. Se um dia a gente se distanciar não quero pensar que isso aconteceu porque eu não me dediquei às pessoas.

Se hoje você está passando por uma situação parecida, se está se sentindo perdido porque você se casou, se as pessoas culpam seu casamento de ter "mudado você", faça um combinado com seu cônjuge. Combine de nunca desistir das pessoas que estão por perto de vocês, sejam elas família ou amigos. Combine de dar mais crédito às pessoas e ver o melhor delas (às vezes elas também estão numa situação difícil).

A vida de um casal é deliciosa quando os dois estão bem, estão juntos e aproveitam esses momentos. Mas a vida de um casal não pode ser somente o casal. Todas as pessoas precisam ter outras pessoas por perto, trocar experiências, deixar por um tempo o papel de cônjuge para assumir o papel de filho, de amiga, de prima, de irmão, de homem e de mulher. Precisamos de amigos e de família, assim como precisamos do nosso cônjuge.

Ser casado não é ser separado do restante das pessoas. Lembre-se de que o esforço será grande, mas se manter perto de outras pessoas também pode valer a pena.




3 comentários:

  1. E num é!

    Sem mais nada a dizer, a não ser que amo você, minha senhorinha casada.

    Beijoooo

    ResponderExcluir
  2. E num é!

    Sem mais nada a dizer, a não ser que amo você, minha senhorinha casada.

    Beijoooo

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