Apresentação

Pra quem acredita que a lua-de-mel não acaba quando voltamos da viagem...

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Casamento após os filhos

Eu sempre quis ter um filho e já contei isso pra vocês aqui no blog (leia aqui).
Mas, antes mesmo de ter um filho, eu já pensava em como isso pode mudar a vida de um casal.
Pensando nisso, eu pedi para meus amigos, Daniel (Buenas) e Titi, me contarem um pouco sobre como a vida deles mudou após a chegada da Laura.





Hoje a Laura tem um pouco mais de 1 ano e eles foram o primeiro casal da nossa turma a terem um bebê. Quando eu tive a ideia de pedir que eles me contassem sobre isso, eu já estava grávida, mas ainda não sabia. Acabou que, após algum tempo, conseguimos organizar as respostas e fazer esse post para vocês. 

O Buenas e a Titi namoraram, noivaram e casaram num período de, aproximadamente, 2 anos e meio. Como se casaram muito jovens, 27 e 23 anos, respectivamente, decidiram que esperariam alguns anos para ter um bebê. Por volta dos 3 anos e meio de casamento acharam que já era o momento para isso e começaram a se preparar. Demorou quase 1 ano para que a gravidez se confirmasse e quando a Laura nasceu, eles tinham recém completado 5 anos de casamento.

Como qualquer casal, eles tinham suas preferências e hobbies. Gostavam de assistir filmes e séries, sair para jantar fora, levar seus amigos em casa ou ir à casa de amigos. Mas depois que a Laura chegou, as coisas mudaram. 

Logo de cara tiveram que se adaptar à rotina do sono da Laura. Quando recém nascido o bebê precisa mamar de pouco em pouco tempo, inclusive à noite, por isso, as noites de sono acabam ficando interrompidas. Por mais que o pai faça todas as atividades, amamentar é algo exclusivo da mãe. Então o casal precisa e adaptar com a rotina de sono do bebê e a nova rotina de sono deles mesmos. 

Além disso, a Titi conta que, já que a amamentação é exclusiva da mãe, isso tomou um bom tempo dos seus dias, por isso, algumas atividades do cotidiano tiveram que ser deixadas de lado. Nesse momento, o Buenas assumiu muitas delas. Dentre todas as as atividades de casa, o ato de cozinhar virou exclusivo dele, e isso aconteceu desde a gravidez, quando a mulher fica mais indisposta e mais cansada (e muitas vezes enjoada). 

Com o passar do tempo, o Buenas e a Titi foram percebendo que a Laurinha estava manifestando alguns sintomas de uma alergia conhecida como APLV, que não é a mesma coisa que intolerância à lactose, mas sim, uma alergia à proteína do leite. Após alguns testes, perceberam que a melhor forma de lidar com isso seria modificar a alimentação para que a Laurinha não tivesse contato, nem mesmo pelo leite materno. Esse também foi um momento de adaptação e mudança de rotina. Agora teriam que preparar os alimentos de forma diferenciada, substituir ingredientes e evitar comer fora de casa. Digamos que isso não é muito fácil de fazer. As substituições de alimentos, além de muitas vezes serem trabalhosas, podem ser caras. E deixar de comer fora pode atrapalhar um pouco a vida social do casal. Foi necessário ter muita disciplina e dedicação para que eles mantivessem essa nova rotina. 

O engraçado de se pensar sobre as adaptações da maternidade/paternidade é que elas nunca acabam. Quando a Titi me disse isso fiquei pensativa porque é algo tão óbvio mas parece que a gente demora a entender. A criança é um ser humano, com vontades e personalidade próprias. Não existe uma regra e quando achamos que estamos adaptados, algo muda, porque a criança cresce, se desenvolve e constantemente está em mudança. Acredito que os pais nunca estarão 100% adaptados.

Também é interessante pensar que essas novidades são completamente diferentes para o pai e para a mãe. A maternidade é muito real desde o momento que a mulher descobre que está grávida. Ela sente e vê até as mínimas mudanças no seu corpo. Já o pai, embora presente e participativo, não tem noção dessa dimensão de sentimentos antes do bebê nascer. Existe, claro, o carinho, amor, os sonhos... mas para o pai isso tudo se torna real apenas quando vê o seu filho. É o seu primeiro contato. E, a partir daí, criar um laço é questão de se esforçar e se entregar realmente. 

Não é fácil e nem simples para nenhum dos dois. Como o Buenas e a Titi falaram, uma das coisas mais difíceis é aceitar que a sua rotina, gostos e prioridades vai mudar, querendo ou não. 
Eles contam que, hoje em dia, seus hobbies e programas preferidos mudaram um pouco, sendo estar com os amigos, ou programas que sejam bons para a Laura também e, principalmente, o que for possível fazer quando tem um tempo para si mesmos.

Embora essa realidade possa parecer difícil e dura, eu vejo a maternidade e paternidade como parte de um casamento. A grande maioria dos casais opta por ter filhos e saber lidar com essas mudanças, além de fortalecer o relacionamento, ensinar a priorizar as coisas certas e valorizar os momentos juntos. Ter um filho enriquece o casamento, pois é possível admirar mais ainda aquelas qualidades que são repassadas à criança. Da mesma forma, quando um casal passa a se preocupar com a forma de educar, alimentar, dormir, estão tomando decisões de forma conjunta. Isso requer conversas, leitura, entendimento, orações. Não tem forma mais bonita de alguém se unir, do que em prol de outra pessoa. Um casal dedicado aos filhos é o maior exemplo de altruísmo que pode haver. E nenhuma relação sai perdendo quando isso existe, mesmo que as noite em claro sejam muitas, mesmo que as mudanças de rotina sejam imensas. O crescimento emocional, como ser humano e como casal supera toda experiência difícil e negativa.

Para encerrar o post de hoje, deixo o recado da Titi e do Buenas para vocês:


Tenham filhos!
É difícil PRA CARAMBA, não esperem menos do que isso. Mas, TENHAM FILHOS!
Filho dá sentido à vida, enche a casa de amor e sorriso. Te faz pensar sobre questões, antes, inimagináveis pra você. Te mostra o que realmente têm valor na vida e te faz entender um pouco mais de como é o amor de Deus por nós.





2 comentários: