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Pra quem acredita que a lua-de-mel não acaba quando voltamos da viagem...

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

(Des)Generalizando

Nossa, parece que eu escrevi aqui pela última vez no ano passado! Parece que 2016 foi semana passada! Que tal mais piadinhas cretinas de virada de ano?



O que eu gostaria de compartilhar com vocês no dia de hoje é um post que vi muitas pessoas compartilhando no Facebook, pouco antes da virada do ano. Sabe aquelas listas super profundas e emocionantes que as pessoas colocam em suas timelines, contando sobre o que aprenderam esse ano e que vão mudar pro ano seguinte? Então, é sobre um desses textos que quero falar. Quem quiser ler na íntegra, clique aqui, mas eu quero focar num item especificamente: O primeiro.

Dentre as coisas que 2016 ensinou para o autor desse texto, a primeira que foi escrita foi:

As pessoas são temporárias nas nossas vidas. Todas. E todas se vão exatamente no momento que deveriam ter ido. Não adianta chorar nem reclamar, se é o momento delas irem embora, elas vão.

Eu entendo bem o que foi dito nesse primeiro item. A gente cresce, as fases passam. A gente sai da escola, não vemos nossos amigos todos os dias. Vamos pra faculdade, fazemos novos amigos e, depois de alguns anos, não os vemos todos os dias. E por aí vai. Cada ciclo que se passa em nossas vidas, pessoas entram e saem.

Mas veja bem. Por mais que eu entenda, não quer dizer que eu concorde. Foi dito que TODAS as pessoas são temporárias na nossa vida. Isso eu discordo completamente. Vejo meus amigos de escola e de faculdade todos os dias? Não. Mas isso quer dizer que eles não são parte da minha vida atualmente? Também não! Falamos-nos por meios eletrônicos quando possível e quando nos encontramos pessoalmente, nalgum aniversário ou quando as datas batem, a amizade continua igual. Continua do mesmo jeito.

Só que esse é um blog de casamento e não de amizade, não é mesmo? Então vamos pro assunto que eu realmente queria falar. E não, eu não vou falar que casamento é pra sempre e que o cônjuge, definitivamente, não é uma pessoa temporária em nossa vida. Até porque isso é chover no molhado. O assunto que quero dividir hoje é a generalização de experiências pessoais (sim, acabei de inventar o termo).

Tomemos como exemplo essa lista que vimos no começo do texto. Posso estar errado, mas me parece que a pessoa que escreveu isso viveu uma experiência ruim em algum relacionamento. Algum amigo a decepcionou, teve problemas amorosos, algo do tipo. Aí essa pessoa resolveu, aparentemente, generalizar as coisas. “As pessoas são temporárias nas nossas vidas. Todas.” Esse tipo de coisa eu ouvi bastante antes de casar: Gente que teve alguma experiência desagradável e acha que todo mundo vai ter.

Não me leve a mal, existiram pessoas que compartilharam sua experiência ruim comigo e que aconselharam também. Deram os motivos que causaram essa experiência ruim para que eu não fizesse a mesma coisa no meu relacionamento. Disso eu gosto. Pessoas que me amam e querem que eu desenvolva um relacionamento saudável e feliz com a Dona Moça. Para ficar um pouco mais claro, vou exemplificar.

Antes de casarmos, Dona Moça e eu fizemos os chamados exames pré-nupciais, principalmente por causa de um gene que eu carrego que pode causar uma doença sanguínea em um futuro filho que tivermos. Quando cheguei no consultório, a conversa com o médico foi mais ou menos assim:

                - Bom dia. Gostaria de fazer os exames pré-nupciais e eletroforese para talessemia.
                - Exames pré-nupciais? Você vai casar?
               - Uhum... (Vou casar não, só quero fazer os exames pré-nupciais de alegre mesmo, pensei na hora).
                - Ah, casamento é bom só até o sétimo ano. Depois é só desgraça.
                - Mesmo?
                - É sim.

E parou por aí. De que adianta uma conversa dessa? Devo aceitar que casamento é ruim depois do sétimo ano só porque alguém teve uma experiência assim? Mas o que aconteceu no relacionamento desse médico pra que ele tivesse essa experiência?

Esse foi um exemplo de algo que eu ouvi de mais pessoas. Alguma coisa ruim no relacionamento aconteceu e acha que o mesmo vai acontecer em todos os relacionamentos. Posso estar totalmente errado na minha análise, mas o que esse tipo de atitude me mostra é uma falta de vontade em consertar os problemas. Acompanhem meu raciocínio:

O médico disse que depois de sete anos o casamento não é bom, e, pelo jeito que ele me disse isso, ele deve achar que todos os casamentos são dessa forma. Logo, se todos os casamentos ficam ruins depois de sete anos, por que buscar solução? Já que todos os casamentos são assim, devo me conformar que é assim mesmo que deve ser.

Eu me atrevo a dizer que a falta de vontade em resolver problemas é uma das maiores causas das dificuldades em relacionamentos. Não tenho nenhum dado estatístico para comprovar essa minha tese, mas, pelo menos na minha cabeça, ela faz sentido. Resolver problemas de relacionamento não é divertido. Dá trabalho, desgasta, cansa. Ainda mais quando, pra resolver o problema, a gente tem que assumir que fez algo de errado! Aí mexe com o nosso ego e dificulta de vez. Sim, é mesmo difícil, mas é necessário e recompensador.

Eu acho que o mundo precisa de mais gente que conserte os relacionamentos quando eles quebram. Tem muita gente jogando relacionamento fora por causa de qualquer trinco ou lascadinha que aparecem. Não quero julgar a dificuldade ou as decisões de nenhum relacionamento, muito menos achar que eu tenho a solução de todos os problemas ou que eu saberei resolver rapidamente todos os problemas que a Dona Moça e eu enfrentaremos na vida. O que eu sei é que eu sempre vou querer resolver os problemas que surgirem no nosso casamento e que, quando o assunto é relacionamentos, é necessário buscar consertar antes de se jogar fora.

1 Amplexo!


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