Apresentação

Pra quem acredita que a lua-de-mel não acaba quando voltamos da viagem...

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Complementares

Essa semana eu fui ao mercado depois que saí do trabalho. Foi a primeira vez que eu fui fazer mercado sozinho depois de casado. Eu já tinha ido várias vezes sozinho fazer compras para o lar mas, acho que por ser a primeira vez como um ser humano casado, teve um sentimento diferente. 

Eu sempre gostei de fazer mercado. Sempre mesmo. Me divirto passando de corredor em corredor, vendo os produtos que quero, descobrindo coisas novas, analisando se levo ou não levo esse chocolate que eu nunca comi antes (Diferente da maioria dos homens que tem que seguir a lista feita pela esposa e tem que ligar um milhão de vezes pra confirmar alguma coisa). 



Acho que, por gostar muito de cozinhar (e principalmente comer) e por ter uma família com uma cultura gastronômica fortíssima, sempre gostei muito de tudo o que fosse relacionado à comida. Ao contrário de mim, a Dona Moça não gosta de mercado. Acha sempre que tem muita gente e que o processo é muito chato (fato que não acontece se ela for numa loja de material de construção, onde, se pudesse, ela passaria a maior parte da vida dela). 

Terminei as compras e fui pra casa. Como eu cheguei antes da Dona Moça, guardei as coisas na geladeira e no armário e fui cuidar de fazer a janta. Só que tem uma coisa: eu adoro fazer compras no mercado, agora guardá-las... Não é meu forte. Eu nunca fui e provavelmente nunca serei a pessoa mais organizada do mundo. Apesar de alguns esforços e até mesmo algumas melhorias na minha organização pessoal, eu ainda perco trocentas coisas, nunca sei onde está meu celular e para evitar problemas, sempre que saímos juntos a minha carteira fica na bolsa da Dona Moça. Sendo assim, logo que ela chegou do trabalho eu disse: Amor, guardei as coisas mas tive que tirar do freezer o pão pois não coube mais. Mas pode arrumar tudo de novo que eu sei que você vai querer.

Dito e feito. Não só ela arrumou tudo, mas também tirou tudo do freezer, reorganizou e fez com que o pão coubesse lá dentro de novo. 

Antes de casarmos, nós dois pensávamos que essa diferença organizacional entre nós dois seria motivo de brigas. Não vou dizer que não houve reclamações da parte dela pelo fato que o chão do meu lado da cama sempre está cheio de coisas, mas as esperadas brigas estão sendo bem menos frequentes do que esperávamos. Acho que isso acontece porque fomos rápidos ao perceber que somos diferentes em muitas coisas. Diferentes e complementares. Parando para pensar, chega a ser engraçado o quanto nossas diferenças nos completam. 

Ela é organizada, eu nem um pouco. Isso faz com que eu desenvolva mais meu lado organizado e faz com que ela tolere uma bagunça de vez em quando (pra quem quer ter filhos, acho que isso é essencial). 

Eu gosto de ir no mercado, ela não. Isso ajuda a distribuir melhor as tarefas do lar, e, quando vamos juntos, eu tento deixar o momento o mais leve possível pra que seja um momento gostoso que passamos juntos.

Ela é econômica, eu nem tanto assim. Não que eu seja esbanjador, mas conviver com a Dona Moça me fez pensar um pouco mais sobre gastos, e também fez com que ela percebesse que não tem tanto problema assim gastar um dinheirinho de vez em quando pra fazer algo que se quer muito.

Eu sou tranquilo, ela é mais ansiosa. Não que eu não me preocupe com os problemas, mas penso que, tudo o que é mal, assim como o que é bom na vida, passa. Dessa forma, eu tento deixá-la mais tranquila nas situações difíceis, ao passo que ela faz com que eu saia um pouco da minha zona de conforto e corra atrás dos meus objetivos.

Ela é cautelosa, eu sou mais ousado (de vez em quando até um pouco inconsequente). Isso faz com que eu pense melhor sobre as decisões a serem tomadas, enquanto eu ajudo ela a ter menos receio de coisas novas.

Por mais que sejamos parecidos em muitas coisas, as diferenças que temos acabam nos unindo também. Não que sejamos um casal perfeito que nunca briga e que só usa suas diferenças para o crescimento do relacionamento e todas aquelas coisas maravilhosas que as comédias românticas e filmes água com açúcar são profissionais em mostrar. Até porque, se temos uma grande característica em comum é a teimosia (talvez eu seja um pouco mais teimoso que ela, mas é coisa pouca), o que causa alguns bate-bocas vez por outra. Mas acreditamos que somos melhores juntos do que sozinhos. 

As minhas características se somam às dela, assim, conseguimos fazer coisas juntos que, separadamente,  não conseguiríamos. O crescimento que existe quando aceitamos as diferenças que temos é uma das maiores vantagens da vida a dois. As características diferentes que a Dona Moça tem afloram o melhor de mim, me tornando, cada vez mais, o melhor esposo que posso ser para ela. E tenho certeza que a recíproca é verdadeira.



1 Amplexo!

Um comentário:

  1. Me vejo em cada uma das palavras, principalmente, em relação a lista de compra. Parabéns

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