Apresentação

Pra quem acredita que a lua-de-mel não acaba quando voltamos da viagem...

sexta-feira, 17 de março de 2017

Nudez e sexo

Sempre quis escrever sobre esse assunto, mas nunca soube exatamente qual aspecto eu iria abordar. Até que recebi uma frase que fez muito sentido para mim e, ao longo do texto, vou contar para vocês.



Eu e o Meu Bem tínhamos um propósito quando éramos solteiros. Tínhamos o desejo de nos guardar fisicamente para a pessoa que seria nossa companheira para o resto da vida.

Não é uma escolha simples. Qualquer escolha que fazemos resulta em renúncias também. Ao escolhermos manter a castidade e nos casarmos virgens, tivemos que lidar com várias coisas ao longo do caminho. Desde piadas até a falta de respeito durante relacionamentos anteriores.

Eu me lembro que o Meu Bem tinha um colega que respeitava, mas não entendia. Ele costumava perguntar: "Fe, se você e sua namorada não transam, o que vocês fazem?". Calmamente o Meu Bem explicava para ele: 

-Você vai ao cinema com sua namorada?
-Sim.
-Você vai ao teatro com ela?
-Sim.
-Vocês jantam fora de vez em quando?
-Sim.
-Vocês já viajaram juntos?
-Sim.
-Já fizeram um piquenique no parque?
-Sim.
-Então, eu faço tudo isso com minha namorada também. Um relacionamento não é feito só de sexo.
-Ahhh...

Nós tomamos essa decisão antes mesmo de pensarmos em namorar um com o outro. Foi uma decisão individual. Nós acreditávamos que dessa forma poderíamos construir um relacionamento com outra base, algo mais profundo. Queríamos basear nosso relacionamento nas conversas que teríamos e na racionalidade para resolver problemas. Além disso, queríamos evitar desconfortos emocionais maiores, caso o relacionamento não fosse adiante. Quando terminamos um relacionamento, costumamos nos arrepender de tantas coisas, que não queríamos ter que nos arrepender de algo que deveria ser a ligação física mais profunda entre um casal. 

De qualquer forma, nós conseguimos manter esse desejo até o casamento, para enfim seguirmos o curso natural do nosso relacionamento. Finalmente estávamos num estágio do nosso relacionamento onde sentíamos total segurança para que isso acontecesse. Tínhamos aprendido a conversar, resolver nossos problemas de forma calma, nos reconciliar depois das tempestades, colocar a necessidade do outro acima da nossa. Não havia motivo para medo, insegurança, vergonha ou embaraço. 

Esses dias eu e Meu Bem estávamos pensando o que faríamos de diferente se fôssemos nos casar novamente. Várias ideias foram surgindo. Coisas engraçadas, piadas que hoje existem entre nós... talvez não seria uma cerimônia tão séria.

Chegamos a conclusão que esse casamento novo seria exatamente para quem nós somos hoje. E essas duas pessoas são completamente diferentes de quem nós éramos há 2 anos atrás. 

Na época que nos casamos existia amizade, cumplicidade, companheirismo e algumas piadas só nossas. Mas hoje isso é completamente diferente. Concluímos que o sexo é responsável por grande parte disso. Acreditamos piamente que o sexo nos uniu ainda mais. Nos desmascarou um pouco mais e nos ensinou a ver as coisas de outra forma. Foi uma experiência única como casal e como indivíduos. Aprendemos e temos aprendido ainda. 

Não existe uma regra, como se apenas os casais que se casam virgens conseguissem construir esse tipo de relacionamento. Todo casal pode viver esse tipo de experiência. Mas para nós dois não teria funcionado se não tivéssemos aguardado esse momento. Não teríamos sido transformados como casal. E, certamente, pela importância que colocamos no relacionamento sexual como forma de unir ainda mais um casal, é que essa decisão teve tanto impacto.

Tudo isso que escrevi foi, na verdade, para dizer que a nudez do sexo não é, não deve e não pode ser, a mais importante dentro de um casamento. Como eu disse, não é porque um casal viveu suas experiências sexuais antes de se casarem,  ou com outras pessoas, que o casamento delas está fadado ao fracasso.

A nudez mais importante dentro de um casamento é a nudez da alma, dos sentimentos e da realidade vivida. 

A frase que eu li e disse que contaria ao longo do texto é a seguinte:

"É fácil tirar a roupa e fazer sexo. As pessoas fazem isso o tempo todo. Mas abrir a sua alma para alguém, os seus pensamentos, medos, esperanças e sonhos... isso que é estar nu"

Essa frase me fez pensar ainda mais sobre a convivência e o relacionamento após o casamento. Juntos nós descobrimos o sexo, mas também a nudez. Após o casamento é que descobrimos as fraquezas um do outro, os medos mais profundo, as intimidades, aquilo que poderia até nos envergonhar. E aprendemos a dividir e respeitar essas diferenças, além de confiar um no outro sobre coisas tão pessoais.

Se você teve a oportunidade de fazer um voto e esperar até o casamento para descobrir o sexo, posso garantir que você colherá frutos incríveis dessa decisão. Se você não teve essa oportunidade ou não quis fazer essa escolha, eu não tenho experiência para te falar sobre essa relação, mas saiba que, com certeza, a maior nudez é a de sentimentos. E é nessa que qualquer casal deve insistir, deve buscar, deve se despir e, dessa forma, se entregar completamente.

Apenas quando confiamos cegamente no nosso cônjuge é que nosso relacionamento pode crescer. Casamento com desconfianças e segredos uma hora se desgasta e se acaba. 
Aprenda a desfrutar da maior e melhor nudez entre duas pessoas: a confiança. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário